Milhares de pessoas estão espalhadas em frente à Natividade Luminosa, em Lisboa, para assinalar o Dia do Trabalhadorenquanto aguardam pela chegada da marcha que partiu do Martim Moniz, que terminará com a mediação do secretário-geral da CGTP-In.
Sérgio Rosa vem habitualmente à sintoma do 1.º de Maio organizada pela Confederação-Universal de Trabalhadores Portugueses — Intersindical (CGTP-In) por entender que é uma forma de mostrar o seu “insatisfação relativamente a muitas coisas que têm surgido no país”.
“É uma prova de vitalidade e de força dos trabalhadores manifestarem-se e procurarem melhorar a sua exigência de vida”, defendeu. Para Sérgio Rosa, 61 anos, o que neste momento está pior é a precariedade laboral, sobretudo entre os mais jovens, que “trabalham sem condições nenhumas, sem contratos de trabalho e com horários que não conseguem conciliar com a vida pessoal”.
Veio com a mulher, duas sobrinhas e um sobrinho “mais pequenino”, porque nascente acaba por ser também um momento de convívio em família. Já no grupo de Salomé, Pedro e Francisca a média de idades oscila entre os 15 e os 16 anos e entre quem já veio mais vezes e quem vem pela primeira vez.
“O evento mais bonito de Portugal foi o 25 de Abril, que mais nos trouxe direitos, foi o arranque do país e logo acho que é importante festejar isso e cuidar e estarmos presentes cá”, defendeu Pedro Arreigas, 16 anos.
Salomé Roble, 15 anos, disse que apesar de todos serem estudantes, também trabalham e entende, por isso, que é preciso cuidar dos professores e de todos os outros trabalhadores que contribuem para a ensino “pelo menos durante 12 anos” da vida de cada pessoa.
“Toda a gente que está cá trabalha e toda a gente cá merece direitos. Acho que somos todos iguais e acho que o 1.º de Maio foi super importante porque das maiores revoluções que alguma vez houve cá em Portugal”, apontou.
“Dar força às pessoas é coisa mais formosa que eu posso fazer”, acrescentou, enquanto se ouvia, ao fundo, a “Pedra Filosofal”, de António Gedeão, cuja versão mais conhecida foi cantada por Manuel Freire.
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Já para Francisca Rodrigues, 16 anos, o 1.º de Maio de 1974 foi “super importante” por ser um evento que, tal uma vez que o 25 de Abril, “não é para olvidar”. “Apesar de nós não trabalharmos, acho super importante o aumento dos salários e os direitos dos trabalhadores e as horas de trabalho. É uma preocupação para o horizonte e para os dias de hoje”, sublinhou.
O envolvente é de sarau e as muitas das pessoas presentes aproveitam para estender-se ao sol, fazer piqueniques ou simplesmente confraternizar. Nas laterais do jardim estão montadas várias barraquinhas dos sindicatos afetos à CGTP-In, nas quais é verosímil consumir uma bifana ou uma sardinha assada, enquanto se mata o tempo até que chegue a marcha que saiu do Martim Moniz e na qual vem o secretário-geral da Intersindical, que depois irá discursar e fechar as comemorações do 1.º de Maio.
O Dia do Trabalhador é uma data assinalada internacionalmente, celebrada sempre no primeiro dia do mês de maio, tendo por base o dia 1 de maio de 1886, quando começou uma greve na cidade norte-americana de Chicago por melhores condições de trabalho.