Polícia e manifestantes envolveram-se esta terça-feira em confrontos em frente ao Parlamento da Geórgiaonde está a ser debatida em segunda leitura a polémica lei sobre agentes estrangeirospromovido pelo partido no poder e objectivo de críticas pela União Europeia (UE) e pela oposição política georgiana, que a considera uma “lei russa”.
A polícia recorreu a gás lacrimogéneo e a canhões de chuva para alongar os manifestantes, que atiraram ovos e garrafas às forças de segurança. Houve também várias cargas policiais sobre a plebe.
Os manifestantes, que se dirigiram para a envolvência do Parlamento, na capital Tbilissi,muniram-se de bandeiras e cartazes para expressar a sua repudiação à leique foi aprovada esta segunda-feira na percentagem de Assuntos Jurídicos, de combinação com a escritório de notícias Interpress.
‼️ Manifestações contra a escandalosa lei sobre “agentes estrangeiros” estão novamente sendo realizadas fora do parlamento georgiano.
Confrontos com a polícia são relatados. pic.twitter.com/fWukzuuMAO
-NEXTA (@nexta_tv) 30 de abril de 2024
O Ministério do Interno lembrou, em enviado, que “é proibido bloquear as entradas dos órgãos administrativos e dificultar as suas atividades”razão pela qual pediu aos organizadores e aos participantes do protestos para não infringirem a lei.
A Presidente da Geórgia Salome Zurabishvili já anunciou que vetará a lei, criticada porque prejudicará a liberdade de sentença e os direitos fundamentais da população georgiana caso seja aprovada em segunda e terceira leituras no Parlamento.
A lei exigirá que todas as organizações, meios de notícia e entidades similares que recebam pelo menos 20 por cento do seu financiamento do exterior se registem porquê “agentes de influência estrangeira”.
Graves confrontos entre a polícia e os manifestantes contra a “lei dos agentes estrangeiros” estão agora a intercorrer em Tbilisi, na Geórgia. https://t.co/U3RuEL5Hk5 pic.twitter.com/3ucpPfhTdP
-Anton Gerashchenko (@Gerashchenko_en) 30 de abril de 2024
O texto é o mesmo de 2023, embora com algumas modificações. No entanto, no ano pretérito, a oposição e secção da sociedade manifestaram-se contra esta proposta legislativa porque era uma prova de simpatia para com a Rússia.
O Governo liderado pelo partido no poder, Sonho Georgiano, rejeitou, por sua vez, estas acusações e defendeu que a proposta serviria simplesmente para ter uma lista de organizações financiadas por estrangeiros.
Os críticos desta lei apontam também para um provável meandro do caminho da integração europeia.
Polícia na Geórgia ???????? usar spray de pimenta contra manifestantes pacíficos que se recusam a viver sob o domínio russo.pic.twitter.com/egUpkUGtQU
– Política externa (@ForeignpolicyWB) 30 de abril de 2024
Domingo não, 20 milénio pessoas participaram numa “marcha pela Europa” na capital da Geórgiaapelando mais uma vez à retirada do projeto de lei.
O texto, que levou milhares de georgianos para a rua desde que foi apresentado pela segunda vez no parlamento, em meados de abril, foi denunciado pela sua semelhança com uma lei adotada na Rússia, que permitiu, em poucos anos, silenciar a oposição a Vladimir Putin.
Também suscitou preocupações em Bruxelas, que advertiu que a adoção deste tipo de lei poderia reduzir as hipóteses de adesão da Geórgia à UE.