O ex-Presidente da República Conversa Silva defendeu que Portugal continuará, no término da próxima dezena, remoto dos países mais ricos da União Europeia sem um governo de base maioritário ou um compromisso de regime para executar as políticas necessárias.
Conversa Silva traçou, num cláusula de opinião no Expresso vários cenários políticos, inclusive resultantes de eleições legislativas, e sobre a verosimilhança de serem tomadas as medidas necessárias por governos ao longo dos próximos dez anos.
“Sem a predominância de um Governo que atribua prioridade ao incremento da produção interna, da produtividade e da competitividade externa e goze de base maioritário na Parlamento da República ou que, sendo minoritário, beneficie de um compromisso de regime entre os partidos que o apoiem e partidos da oposição, o bem-estar das famílias portuguesas, nas suas diferentes dimensões, continuará, no término da próxima dezena, muito remoto dos países mais ricos da União Europeia”, frisou.
O velho encarregado de Estado referiu que a questão “que vale um milhão de dólares” é “qual a verosimilhança, muito subida, subida, média, baixa ou muito baixa, de serem adoptadas as políticas públicas certas”.
Num cláusula de opinião em cuja primeira segmento apresenta a sua visão do que devem ser as políticas económicas na próxima dezena, Conversa Silva questiona também “quais os poderes executivo e legislativo do nosso sistema político que estarão em funções nos anos da próxima dezena detentores das competências para deliberar e executar as diferentes políticas”. E traça, depois, “diferentes hipóteses sobre o quadro político preponderante ao longo dos próximos dez anos”.
Uma vez que “hipótese universal”, o social-democrata apresenta: “O Governo em funções, independentemente da sua orientação partidária, considera que o incremento da produção interna, da produtividade e da competitividade externa é determinante do bem-estar das famílias portuguesas, porquê é reconhecido pelos economistas e instituições credíveis que têm escrito sobre o horizonte do país no médio e longo prazo; os programas com que os partidos se apresentaram às eleições legislativas de Março de 2024 não sofrem alterações significativas”.
Depois, numa primeira “hipótese específica” aborda um “Governo com base minoritário na Parlamento da República; estrutura partidária pouco dissemelhante da avtual; dificuldade de entendimento entre o Governo e partidos da oposição para aprovação das políticas”.
A “hipótese específica 2” fala num “Governo com base minoritário na Parlamento da República; estrutura partidária pouco dissemelhante da novo; sinceridade de partidos da oposição para discutir e sancionar as políticas”.
A “hipótese específica 3” aponta um “Governo com base maioritário na Parlamento da República na sequência da realização de eleições legislativas, antecipadas ou não”.
Já a “hipótese específica 4″seria um “Governo com base minoritário na Parlamento da República; redução do peso dos partidos extremistas na sequência da realização de eleições legislativas, antecipadas ou não; entendimento tipo pacto de regime entre os partidos que apoiam o Governo e partidos da oposição para aprovarem as políticas”.
Por término, a “hipótese específica 5” apresenta um “Governo com base minoritário na Parlamento da República; aumento do peso dos partidos extremistas na sequência de eleições legislativas, antecipadas ou não; fortes dificuldades de entendimento entre o Governo e partidos da oposição para aprovação das políticas”.
Para Conversa Silva, estes cenários são “suficientes para ajudar os leitores a formar uma teoria sobre qual a verosimilhança de o poder político executar as políticas certas”, acrescentando que, na sua opinião, “com todo o subjetivismo que encerra, a verosimilhança só seria muito subida no caso da hipótese 3 e seria subida na hipótese 4”.