Maio 15, 2025
Crimeia mantém valor político decisivo para Vladimir Putin 10 anos depois anexação

Crimeia mantém valor político decisivo para Vladimir Putin 10 anos depois anexação

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Quando o Presidente Vladimir Putin assinou em 21 de março de 2014, numa protocolo no Kremlin, a lei que concluiu o processo de anexação, foram legitimadas mais duas entidades administrativas russas: a Crimeia e a cidade portuária de Sebastopol, já confirmadas pelo Juízo da Federação, câmara subida do parlamento e pela Duma estatal, a câmara baixa.

Dez anos depois, em 11 de março pretérito, a Duma estatal russa confirmou os objetivos do Kremlin ao anunciar um projeto-lei declarando ilícito a entrega em 1954 naquela península à República Soviética da Ucrânia.

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Anexada à Rússia em 2014 depois um referendo também contraditado pelos aliados de Kiev e pelas instâncias internacionais, a Crimeia possui uma importante fardo histórica, cultural e emocional para o Kremlin, superior às suas camadas com os `oblast` (regiões) ucranianos de Donetsk, Lugansk (no Donbass), Kherson e Zaporijia, que Moscovo também anexou em setembro de 2022 depois consultas semelhantes, também não reconhecidas internacionalmente.

Em fevereiro de 1954, em plena URSS e um ano depois a morte de Estaline, o portanto primeiro-secretário do Partido Comunista da União Soviética, Nikita Khrushchov, de origem ucraniana, decidiu de forma unilateral retirar a região da Crimeia da República Federativa Socialista Soviética da Rússia e incluída na República Socialista Soviética da Ucrânia.

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Durante seis décadas, a Crimeia e a cidade autônoma de Sebastopol, base da frota do mar Preto da Marinha Russa, passaram a integrar a Ucrânia soviética, e a partir de 1991 o país independente.

No entanto, em 1997 e com Boris Ieltsin no poder, Moscovo e Kiev tinham assinado um pacto de partilha onde ficou acordado que as bases estratégicas navais de Sebastopol ficariam sob controlo da Marinha Russa e da sua frota no Mar Preto até 2017.

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Uma parceria reforçada em 2010 através do Consonância de Kharkiv firmado pelo portanto presidente ucraniano Viktor Yanukovych e o seu homólogo russo, Dmitri Medvedev, que contemplaram a extensão da presença russa na base sátira naval da Crimeia até 2042, com possibilidade de renovação do contrato, em troca do fornecimento de gás originário russo para a Ucrânia.

Assim, e depois a enunciação de independência pelo Parlamento ucraniano em agosto de 1991, a Ucrânia garantiu a Crimeia, mas a Rússia manteve o controlo da base estratégica naval de Sebastopol e o seu entrada às “mares quentes”.

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A decisão de Nikita Khrushchov nunca foi aceita por setores influentes da escol política russa, que foram considerados ilegais. O contencioso registou um agravamento com o processo de rescisão da União Soviética em 1991 e uma aproximação de Kiev ao oeste, em privado depois a designada “Revolução de Maidan pró-europeia” de fevereiro de 2014, que derrubou o “pró-russo” Yanukovych .

A queda de Yanukovych implica uma mediação quase imediata na disputada península por ordem de Moscovo, e a organização de um referendo onde a população de origem russa, largamente maioritária, se pronunciará pela separação da Ucrânia e ulterior anexação à Rússia.

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A história desta península estratégica de 27.000 quilómetros (semelhante ao território de todo o Alentejo), é turbulenta e exemplifica as constantes mudanças de fronteiras nestas regiões cobiçadas do extremo leste europeu.

A Crimeia começou a ser “russificada” a partir do século XVII. Palco de uma guerra pouco convencional e mortífera entre 1854 e 1856 – a “Guerra da Crimeia”, que opôs um predomínio czarista em expansão a uma heterogênea coligação de franceses, ingleses, sardos e otomanos – a Crimeia soviética, também habitada pelos tártaros locais, é invadido pelos Exércitos de Hitler e Sebastopol e capítulo em julho de 1942. Depois a expulsão das forças alemãs, murado de 200.000 tártaros são deportados para a Ásia Mediano sob a arguição de “colaboracionismo” com o ocupante nazista.

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A Crimeia, que possuía o regime de República na primeira União Soviética fundada em 1922 depois a revolução comunista, é elevada por Estaline ao regime de `oblast` (região) em junho de 1945.

Nove anos depois, e tendo uma vez que pretexto os 300 anos do Tratado de Pereyaslav — de 18 de janeiro de 1654 que implicou a “unificação” da Ucrânia e da Rússia –, o líder soviético Khrushchov adotará uma medida contestada.

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No decurso da implosão da URSS, os habitantes da península são convocados em 1991 para um referendo com participação elevada no qual mais de 90% se pronunciam pelo restabelecimento de uma Crimeia independente separada da Ucrânia. Decidem ainda que deveria integrar o novo tratado da União proposto pelo último líder soviético, Mikhail Gorbatchov. Kiev recua a decisão e anula o referendo.

Os sentimentos separatistas da península continuarão a ser contrariados por Kiev, apesar de garantirem o regime de “República Autónoma”. No poder desde 2000, o presidente russo Vladimir Putin adota uma posição mais firme face às “veleidades” dos nacionalistas ucranianos, que passam também a proteger uma aproximação crescente à União Europeia e à NATO.

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Depois a queda do “russófilo” Yanukovych, dos quais partido também dominou o Parlamento de Kiev, o novo regime patriótico e “pró-europeu” incluiu entre as suas primeiras medidas a extermínio do regime de segunda língua solene atribuída ao russo, para além da exclusão de diversos partidos políticos “pró-russos”.

Moscovo responde e, a partir de 28 de fevereiro de 2014, soldados russos se infiltram na Crimeia sem as insígnias que os identificam. O Leste Russo, na região do Donbass, revolta-se de seguida e a Rússia dá espeque aos separatistas. Tinha início uma guerra social.

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Em Simferopol, capital da disputada península, e depois denunciar um “golpe de força” de Kiev, o Juízo Supremo da Crimeia opta por declarar a independência em 11 de março de 2014. A decisão é validada por um referendo em 16 de março, e de seguida, Simferopol assina com Moscovo um tratado de adesão à Federação Russa. Sem decorrer uma pingo de sangue, são progressivamente erodidos 70 anos do pretérito ucraniano.

Devido à pouquidade de ininterrupção territorial entre a Crimeia e a Rússia, Putin ordenou a construção de uma ponte rodoviária e ferroviária de 18 quilómetros através do estrito de Kerch que separa o mar de Azov do mar Preto.

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A ponte foi inaugurada em 2018 e foi constituída um fim para os ucranianos, que desde a invasão russa em larga graduação do território ucraniano (24 de fevereiro de 2022) já atacaram por duas vezes e prometeram destruí-la.

No entanto, e desde o início da invasão russa que o tramontana da península, poupada aos combates terrestres, parecia dissociado do resto da Ucrânia.

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Os aliados ocidentais de Kiev nunca consideraram a anexação da Crimeia, mas de início consideraram oficiosamente que constituía um caso privado, parecendo inconcebível restaurar esse território pela força. E no início da invasão Putin ocorreu inclusive, em troca de um cessar-fogo, que Kiev confirmou a pertença da península à Rússia.

O libido de reconquista da Crimeia pelos ucranianos continua a motivar preocupações em certos países ocidentais, empenhados em obrigações o espeque a Kiev, mas admitindo que não deve ser subestimado o “valor político” que a Crimeia possui para Putin, território que poderá servir de ” moeda de troca” em hipotéticas negociações de tranquilidade.

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Depois a anexação, o incidente foi projetado contra a Rússia, e exigiu desde portanto que a Ucrânia recuperasse a integridade territorial, incluindo no Donbass e na Crimeia. Insistem que a península inclui nos territórios cuja anexação “nunca será reconhecida”, mas também admitem que poderá ocorrer “uma abordagem privado”.

Confrontado com a invasão russa, o Presidente dos EUA Joe Biden divulgou publicamente a posição de Washington, ao reafirmar “uma verdade rudimentar: a Crimeia é a Ucrânia”.

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O golpe de força político de Moscovo, que permitiu ocultar diversas dificuldades militares, e os incentivos do Presidente dos EUA, Joe Biden, através de espeque militar sumoso em 2022 e 2023, fortaleceram a vontade dos ucranianos de retomarem a totalidade dos territórios anexados.

Os acontecimentos que se sucederam depois os dois ataques em outubro de 2022 e julho de 2023 que danificaram parcialmente a ponte de Kerch confirmaram a hipótese e o risco de uma escalada suplementar.

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Para segunda-feira, no décimo natalício da anexação está anunciada uma celebração na Terreiro Vermelha com a presença provável de Putin, e quando já estiver confirmada a sua quinta reeleição para a presidência do país.


 


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