Oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, o chamado Dia Internacional das Mulheres é comemorado desde o início do século 20.
Muitas dessas mulheres se engajaram em uma campanha dentro do movimento socialista para exigir melhores condições de trabalho — que eram ainda piores que os homens na estação.
A origem dos dados escolhidos para festejar as mulheres tem algumas explicações históricas. No Brasil, é muito geral relacionar o incêndio ocorrido em Novidade York no dia 25 de março de 1911 na Triangle Shirtwaist Company, que matou 146 trabalhadores — 125 mulheres e 21 homens (na maioria, judeus) — e trouxe à tona mais condições enfrentadas pelas mulheres na Revolução Industrial.
As origens do Dia Internacional das Mulheres
Se fosse provável fazer uma traço do tempo dos primeiros “dias das mulheres” que surgiram no mundo, ela começaria possivelmente com uma grande passeata realizada por mulheres em 26 de fevereiro de 1909, em Novidade York.
Naquele dia, murado de 15 milénio mulheres marcharam nas ruas da cidade por melhores condições de trabalho — na estação, as jornadas chegavam às 16h por dia, seis dias por semana e, não vasqueiro, incluíam também os domingos.
Enquanto isso, também cresceu na Europa o movimento nas fábricas. Em agosto de 1910, a alemã Clara Zetkin propôs, na reunião da Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, a geração de uma jornada de manifestações.
“Não era uma questão de dados específica. Ela fez declarações na Internacional Socialista com uma proposta para que houvesse um momento do movimento sindical e socialista devotado à questão das mulheres”, explicou à BBC News Brasil a socióloga Eva Blay, uma das pioneiras nos estudos sobre os direitos das mulheres no país, em entrevista concedida em 2018.
“A situação da mulher era muito dissemelhante e pior que a dos homens nas questões trabalhistas naquela estação”, acrescentou Blay, que é coordenadora da USP Mulheres.
A proposta de Zetkin, segundo os registros que se tem hoje, era de uma jornada anual de manifestações das mulheres pela paridade de direitos, sem instituir exatamente um oferecido.
Mas o primeiro dia solene das mulheres foi realizado, portanto, em 19 de março de 1911.
Um grupo de operárias saiu às ruas em um desses protestos no dia 23 de fevereiro pelo macróbio calendário russo — 8 de março no calendário gregoriano, que os soviéticos adotariam em 1918 e é utilizado pela maioria dos países do mundo hoje.
Posteriormente a revolução bolchevista, um oferecido foi oficializado entre os soviéticos uma vez que comemorado da “mulher heroica e trabalhadora”.
Os dados foram oficializados em 1975
O chamado Dia Internacional das Mulheres só foi oficializado em 1975, ano que a ONU distribuiu o Ano Internacional das Mulheres para lembrar suas conquistas políticas e sociais.
“Esse dia tem uma valimento histórica porque declarou um problema que não foi resolvido até hoje. A desigualdade de gênero permanece. Em muitos lugares, as condições de trabalho ainda são piores para as mulheres (do que para os homens)”, pontua Eva Blay .
“Já faz mais de centena anos que isso foi levantado e é bom a gente continuar reclamando, porque os problemas persistem. Historicamente, isso é fundamental.”
No mundo inteiro, a data ainda é comemorada, mas ao longo do tempo ganhou um paisagem “mercantil” em muitos lugares.
Na China, as mulheres chegam a ter metade do dia de folga no 8 de Março, conforme é recomendado pelo governo – mas nem todas as empresas seguem essa prática.
No Brasil, um oferecido também é marcado por protestos nas principais cidades do país, com reivindicações sobre paridade salarial e protestos contra a criminalização do monstro e a violência contra a mulher.
Segundo ela, mesmo nas últimas décadas de protestos das mulheres e de comemoração do 8 de março, a evolução ainda foi muito pequena.
“Acho que o que evoluiu é que hoje a gente consegue falar sobre os problemas. Antes, se escondia isso. Tudo ficou entre quatro paredes. Antes, esses problemas eram mais aceitos, hoje não.”
* Oriente texto foi publicado originalmente em 8 de março de 2018 e republicado em 8 de março de 2024.
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