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A operadora de telecomunicações Digi anunciou nesta segunda-feira, 4 de novembro, o início da oferta comercial em Portugal, com foco na ausência de fidelização na maioria dos contratos — só haverá fidelização na internet fixa, em no máximo três meses —, sem promoções e sem preços atrelados à inflação anual.
No início, haverá a oferta de internet fixa, internet móvel, serviço de televisão e também de telefonia fixa. Na apresentação, a empresa diz que os clientes também poderão criar sua própria combinação de serviços — por exemplo, ter internet fixa e serviço móvel (celular e internet no telefone), admitindo ainda algumas limitações nos serviços oferecidos.
Por enquanto, a oferta comercial é apenas para clientes residenciais, mas a empresa cogita ter oferta para clientes empresariais em uma “segunda fase” da operação em Portugal.
No serviço móvelhaverá uma opção com dados móveis e ligações nacionais ilimitadas de sete euros por mêsmas que pode cair até cinco euros por mês se o usuário tiver três ou mais números de telefone. Contudo, haverá algumas limitações de cobertura: 93% da população está coberta no 2G e 4G. O 5G tem cobertura de 40% da população, mas principalmente em área urbana.
Já em uma opção de tarifário móvel com limite de dadosos preços começam em quatro euros por mês para 50 GB acumuláveis e chamada ilimitadas, já com IVA incluído. Na opção com 200 GB acumuláveis de dados móveis, a mensalidade sobe para R$ 9 por mês.
Funcionários da Digi criticaram o que dizem ser “barreiras artificiais” para a cobertura de rede, nomeadamente no que diz respeito à autorização para entrarem no Metropolitano de Lisboa, apesar de as negociações “estarem em curso há um ano”. Também foi lamentado que a questão da eletricidade no acesso a locais de rede esteja “muito atrasada”. “Essas são barreiras artificiais que não entendemos”, disse Valentin Popoviciu, presidente-executivo do grupo romeno.
A oferta inicial na internet fixa começará com um serviço de 1 Gbps, mas o objetivo é fornecer velocidade de até 10 Gbps ainda este ano. A opção de 1 Gbps custará 10 euros por mês, enquanto na futura velocidade de 10 Gbps a mensalidade sobe para 15 euros.
O serviço de televisão custará 12 euros por mês. A Digi admite que será limitado na inicialização, com uma oferta de 60 canais“que está gradualmente tomando forma”, de acordo com o chefe da Digi Valentin Popoviciu. Não haverá canais esportivos nesta oferta ainda. Nesse campo, as “negociações são bastante rígidas”, criticou o oficial. Os canais da SIC também estarão indisponíveis no início da oferta, uma vez que as conversas estão em andamento.
Digi diz que negociações de TV continuam e espera que sejam resolvidas “nos próximos meses”
O serviço de telefone fixo custará um euro por mês nas chamadas que são cobradas por minutos e dois euros por mês nas chamadas ilimitadas.
A partir desta terça-feira, no site da empresa, estará disponível um configurador da ofertaem que o consumidor pode escolher quais serviços quer adotar. Em um dos exemplos de combinações de pacote feito durante a apresentação, internet fixa de 1 Gbps, 50 GB de dados móveis e ligações ilimitadas e serviço de televisão custará 26 euros por mês.
Digi vem aí, só não se sabe quando. O mercado de telecom já mexe com a perspectiva de preços “competitivos” vistos na Espanha?
A operadora opera na Roménia, em Itália e em Espanha, mercados onde se tornou conhecida pelos preços mais baixos. Recentemente, lançou a oferta na Bélgica.
A chegada da empresa a Portugal acontece à boleia do leilão do 5G, terminado em 2021. Pelos prazos definidos no âmbito do leilão, a empresa tinha até o fim de novembro para iniciar a oferta comercial.
Operadora romena Digi chega a Portugal em 4 de novembro
A operadora romena foi para o jogo e adquiriu a Nowo por 150 milhões de euros, um acordo que foi aprovado no mês passado pela Autoridade da Concorrência. Na apresentação, ele revelou que investiu 400 milhões de euros no mercado português, valor onde já está incluída a aquisição da Nowo.
Digi avança para compra da Nowo por 150 milhões
Durante a apresentação, Valentin Popoviciu disse que a compra da antiga Cabovisão é um “marco” para a entrada em Portugal, já que permitirá “melhorar a equipe e ficar com mais espectro no 5G”. “Isso nos dá alguma vantagem no lançamento” em Portugal, admitiu.
Assim, no início, a Digi vai operar com uma equipe de 800 pessoas. Valentin Popoviciu revelou que a empresa “não tem planos de demissões” entre os recursos humanos que serão herdados da Nowo. Em relação às lojas da operadora, distribuídas em vários pontos do país, ficarão “os mesmos produtos e os mesmos preços”.
O “board” da Digi em Portugal é composto por três executivos estrangeiros — Valentin Popoviciu, chefe do grupo romeno, Marius Varzaru, líder da operação espanhola da Digi, e Emil Grecu, que assumirá funções de CEO da Digi Portugal.
Nesta segunda-feira, no dia em que a Digi revelou a oferta, Miguel Almeida, CEO da Nos, prestou declarações ao Jornal de Negócios e à agência Lusa. Ao Negóciosdisse que a “melhor característica que a Digi tem é a opacidade”.
Questionado sobre as declarações do rival da Nos, Valentin Popoviciu disse que não iria comentar. “Normalmente não respondemos. Dá para ver pelo que apresentamos hoje se há opacidade ou não”, referindo-se à oferta comercial apresentada.
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