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Ó dólar à vista abandonou a apreciação que apresentava mais cedo e passou a exibir leve desvalorização frente ao real no início desta tarde. A dinâmica se descola do que é observado em mercados emergentes pares, de desvalorização firme das moedas, após a vitória do ex-presidente Donald Trump nas eleições americanas. Entre operadores há a leitura de um apelo das medidas fiscais beneficiando o câmbio, assim como possível entrada de fluxo no país. Há, ainda, a percepção de que houve o uso do real como “escudo” nas últimas semanas em momentos de ajuste de posição, e agora, dada a vitória de Trump, um alívio por parte dos investidores globais estaria permitindo mais fôlego ao real.
Perto das 13h15, o dólar comercial era negociado em queda de 0,58%, cotado a R$ 5,7133, depois de encostar na mínima de R$ 5,7053 e tocar a máxima de R$ 5,8619. Já o euro comercial exibia depreciação de 2,30%, a R$ 6,1358. No exterior, o índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, avançava 1,56%, aos 105,034 pontos. O dólar também apreciava 2,44% ante o florim da Hungria; 1,93% ante a coroa tcheca; 1,99% ante o zloty plonês; e 0,50% ante o peso mexicano.
A sessão começou com dólar forte globalmente, após a vitória de Donald Trump nas eleições americanas. Pela manhã, a dinâmica de valorização da moeda americana se consolidava mais contra divisas de mercados emergentes. Ainda que o real tenha começado o dia depreciando, a queda era mais contida, e a leitura inicial estava no fato de que as medidas de Trump teriam impactos limitados no Brasil.
Ao comentar sobre o desempenho do real em relação aos pares, o gestor Thierry Larose, da suíça Vontobel Asset Management, disse que, do ponto de vista do canal comercial, o Brasil parece estar menos exposto do que outras economias emergentes a potenciais perturbações tarifárias durante o governo Trump. “Sendo uma economia relativamente fechada para os padrões dos mercados emergentes — para além das suas exportações de matérias-primas pesadas —, o comércio do Brasil é mais relevante para a China do que para os EUA. Isso significa que os impactos diretos de quaisquer novas tarifas sobre o comércio EUA-Brasil serão provavelmente mínimos.”
Ao longo da manhã, o real foi buscando recuperação e se descolando dos pares, o que na leitura de um executivo de tesouraria de uma grande instituição financeira local seria resultado de um alívio do investidor global no mercado futuro. Segundo o executivo, a aposta contra o real nos mercados de derivativos teria servido como um “escudo”, um espaço para a montagem de posições de “hedge” dos investidores globais nas últimas semanas. Afinal, em um cenário de vitória de Trump com um Congresso de maioria republicana, outras moedas tendem a ser mais afetadas do que o real, como o peso mexicano e o yuan chinês, já que seriam os principais alvos de medidas tarifárias do republicano.
“Quando um investidor quer se proteger de um evento futuro, ele busca um ativo que não seja caro e que reflita o que está para vir. No caso das eleições americanas, com as chances de vitória de Trump, o real acabou se tornando a moeda utilizada para fazer ‘hedge’ por todo investidor que tem mercados emergentes no portfólio”, afirma o profissional.
Agora que o fato projetado da vitória de Trump se consumou, o investidor global pode estar canalizando melhor as apostas em seus portfólios. Assim, como os participantes do mercado tinham uma posição vendida em real maior do que aquela que se desejava inicialmente, é possível ver um desmonte dessas apostas mais negativas com a moeda brasileira nos mercados de derivativos. “O investidor agora tem que recalibrar seu portfólio e isso passa por diminuir posições nos emergentes. Só que, no Brasil, ele já havia diminuído mais do que o normal por conta do ‘hedge’. Então ele teria que desfazer parte disso”, diz o executivo.
Também nesta tarde, outras moedas de América Latina começaram a buscar recuperação. Larose, da Vontobel, diz que com alguns dos efeitos da política de Trump já precificados, não era de se esperar mais um grande ‘sell-off’, “mesmo que as moedas dos mercados emergentes com beta elevado (maior volatilidade), como o real, sofram uma pressão inicial.”
Operadores chamam atenção para o fato de moedas de mercados emergentes da Europa estarem entre as mais penalizadas agora. Uma possível explicação seria uma falta de ajuste dessas divisas nas últimas semanas.
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