Longe dos holofotes da noite eleitoral, os nove partidos sem assento parlamentar em Portugal somaram entre si mais de 103 milénio votos (tapume de 2,62%), um valor que cai para tapume de um terço do resultado de há cinco anos. Mas se nenhum ficou perto de escolhersão diferentes as leituras que fazem do desfecho eleitoral.
Opção Democrática Pátrio (ADN)
De entre os mais pequenos, a grande vitória é da Opção Democrática Pátrio (ADN). Com tapume de 99% dos votos contados, o partido que concorreu com a comentadora Joana Amaral Dias uma vez que cabeça de lista conseguiu 1,37% da votação e ficou inclusivamente avante do PANque tem representação parlamentar.
Em declarações à Lusa, o presidente do partido afirmou que apesar do partido não ter “conseguido os objetivos a que se propôs”, o resultado “foi positivo”. Bruno Fialho considera que a ADN “impôs-se uma vez que partido com credibilidade absoluta”, sobretudo por ter ultrapassado o PAN, que tendo representação parlamentar, “teve todas as possibilidades junto dos órgãos de informação social”. Se o partido tivesse sido “disposto no mesmo patamar dos restantes” teria elegido um candidato, acredita. A eleição para o Parlamento Europeu ficará “para uma segunda oportunidade”.
Ex-Portugal (VP)
Com um resultado muito mais modesto (0,24%), mas logo a seguir ao PAN, ficou o Ex-Portugal (VP). O partido paneuropeu está satisfeito com o resultado do partido, sobretudo a nível europeu (onde passaram de um deputado para cinco eleitos nos Países Baixos e Alemanha).
Porém lamenta que PAN e Livre (ambos deixados de fora do Parlamento Europeu) tenham recusado candidatura conjunta que Volt propôs no início da campanha. “Juntos teríamos mais possibilidades de escolher e prometer representação. Infelizmente, os resultados provam que tínhamos razão”, afirmou Duarte Costa, em declarações à filial Lusa. “O Volt cresceu em termos percentuais em relação às eleições de março (legislativas). Também subimos várias posições no ranking do partido”, opta por primar.
Duarte Costa congratulou-se ainda com o resultado obtido pelo Chega, que teve menos votos do que nas eleições legislativas de março. “É uma ótima notícia. Também mostra que o Chega é um partido unipessoal e, portanto, uma vez que organização vale muito pouco”, sublinhou.
O cabeça de lista Duarte Costa numa ação de campanha do Volt Portugal
NUNO VEIGA
Ergue-te (E)
Logo de seguida ficou o partido de extrema-direita ultranacionalista Ergue-te (E)que ainda não reagiu à noite eleitoral. Com 0.22% dos votos e uma votação de para já 8540, o partido tem porém um resultado muito mais modesto do que há cinco anos (quando se candidatou ainda uma vez que PNR e conseguiu quase o duplo dos votos).
Novidade Direita (ND)
Segue-se a Novidade Direita (ND)com 0,16% dos votos, um resultado que a presidente, Ossanda Liber, considera positivo numa “eleição difícil” em que a “maior secção dos partidos perdeu tapume de 50% do número de votos”. “Ficámos avante de partidos que já estão há qualquer tempo”, comentou com a Lusa, apontando que “não há cá nenhum apresentador estrela”, mas antes “trabalho difícil” e que o partido pretende “continuar a crescer”.
A líder do partido formado no início deste ano, que tinha concorrido pela primeira vez nas Legislativas de março, louva a vitória a nível europeu das ideias que a ND perfilha. “Tudo aquilo que estava a sobrevir” na Europa “foi claramente rejeitado e isto reflete-se nos resultados e na novidade formato que vai ter o Parlamento Europeu a partir de segunda-feira, o que é fantástico”, reforçou a dirigente política.
“Nós gostamos muito que assim seja e espero que isto também tenha o seu impacto em Portugal”, acrescenta Ossanda Líber, que considera que a AD (PSD/CDS-PP/PPM) perdeu as eleições por vários “erros”, a iniciar pela escolha do cabeça de lista, Sebastião Bugalho, que passou uma “mensagem errada à juventude” e que deveria ter tido “outro nível de postura”, nomeadamente a nível ideológico. “Esta direita, neste momento, não convence e precisa de se renovar e é aí que a Novidade Direita entra: Portugal precisa mesmo de uma novidade direita e vamos continuar esse caminho para fazer secção da solução”, rematou.
A presidente e cabeça de lista Ossanda Liber numa ação de campanha da Novidade Direita
HUGO DELGADO
Reagir Incluir Reciclar (R.I.R.)
Com o mesmo valor percentual e unicamente tapume de 50 votos de diferença ficou o Reagir Incluir Reciclar (R.I.R.)que também ainda não reagiu.
Movimento Opção Socialista (MAS)
De volta aos boletins, apesar do conflito interno, o Movimento Opção Socialista (MAS) conseguiu 0,13% dos votos, um resultado não muito longínquo do de há cinco anos (quando obteve 0,20%, o que equivale a 6.641 votos).
À Lusa, o cabeça de lista Gil Garcia considerou que o resultado obtido pelo partido “deixa qualquer otimismo para o porvir”mas lamentou o incremento da extrema-direita na Europa (combate que tinha assumido uma vez que uma das suas principais bandeiras de campanha). “Nós estamos muito animados, sinceramente, porque ficamos com uma votação muito próxima da que obtivemos em 2019. Em 2019 não havia o incremento da extrema-direita”, afirmou.
“Apesar de ser uma votação pequena convém não esmorecer. Estamos ainda dentro da luta. Um sopro de qualquer otimismo em relação a futuros processos eleitorais”, apontou.
Partido da Terreno (MPT)
De concórdia com os resultados apurados, o Partido da Terreno (MPT) obteve 0,12%, o que corresponde a 4.608 votos. Perante tal votação, o cabeça de lista afirmou que o resultado obtido nas eleições de domingo foi o esperado, admitindo que não ser o último “já foi bom”.
“Não ficarmos em último já foi bom”, disse Manuel Oliveira, em declarações à Lusa, recordando que o MPT já elegeu dois eurodeputados, em 2014. Para o cabeça de lista, as eleições europeias de domingo foram um “duelo” na medida em que o partido teve de se organizar “desde há um mês”, numa candidatura em que o lema são as causas e a integração.
Para um partido que tinha “orçamento zero, penso que mais não poderíamos esperar”, prosseguiu. Manuel Curso sublinhou que tudo o que sirva “para melhorar a qualidade da ecologia, do humanismo, das causas do virente, é importante” e considerou que a campanha do MPT, apesar de “uma pinga no oceano”, deu a sua taxa.
Partido Trabalhista Português (PTP)
Em penúltimo fica o Partido Trabalhista Português (PTP), com uma votação de tapume de 4.303 (0,11%). O partido que tinha o polémico ex-deputado regional madeirente José Manuel Coelho uma vez que cabeça de lista ainda não reagiu.
Nós, Cidadãos! (NC)
Em último ficou o Nós, Cidadãos!uma queda estonteante para o partido que em 2019 tinha somado 34.7 milénio votos (ficando inclusivamente avante da na profundidade recém criada Iniciativa Liberal), mas em traço com os votos conseguidos nas Legislativas (quando ficou em penúltimo, unicamente detrás do PPM, que se candidatou sozinho unicamente na Madeira).