Um governo “irresponsável”, “incompetente”, que “odeia a Alemanha”: Alice Weidel, co-líder do partido populista AfD, não costuma poupar nos insultos ao executivo do chanceler Olaf Scholz. Em plena campanha para as eleições europeias, as críticas sobem de tom.
“Esta gente não devia governar oriente país!”, comentou Weidel logo no arranque da campanha. “Olhem para figuras porquê [o ministro da Saúde] Karl Lauterbach. Essa irresponsabilidade personificada. Porquê se não tivéssemos outros problemas, ele vem e diz: ‘Vamos legalizar a canábis’. Grama para todos!”
As preocupações da AfD
A dirigente fala mais sobre política interna do que sobre a União Europeia. “O nosso país primeiro” é um dos slogans da campanha da AfD para as eleições de 9 de junho. Faz lembrar o “América primeiro”, do ex-Presidente norte-americano Donald Trump.
A AfD defende uma Europa de “pátrias soberanas”; quer restringir a imigração e reintroduzir as moedas nacionais. Exige o término das sanções à Rússia e quer reativar as centrais nucleares na Alemanha, para ter virilidade mais barata. Pede ainda negociações de tranquilidade entre a Rússia e a Ucrânia.
“Se há pessoas porquê a ministra dos Negócios Estrangeiros ou o chanceler que querem a guerra, que nos querem sobrecarregar e enviar armas; se querem enviar soldados, portanto que vão eles para lá e que mandem os filhos deles!”, disse Weidel.
À primeira vista, a campanha para as europeias corre mal à AfD.
Primeiro, um assistente do cabeça de lista do partido, Maximilian Krah, foi criminado de espreitar para a China. Depois, um tribunal declarou a AfD porquê potencialmente extremista. A seguir, Krah disse que nem todos nas tropas de choque nazis eram criminosos, e o partido foi expulso da sua família europeia, o grupo Identidade e Democracia (ID).
Mas zero disso parece afetar a popularidade do partido na Alemanha. A AfD vai muito nas sondagens. Tombou um pouco com os escândalos, mas continua em segundo lugar com muro de 15 a 20% das intenções de voto. Finalmente, a campanha não parece percorrer assim tão mal.
À Renascença, a politóloga alemã Ursula Münch explica que a AfD tem simpatizantes fiéis. Ou portanto é a insatisfação com o governo do chanceler Scholz que fala mais cocuruto: “As pessoas têm a sensação de que esta coligação governamental se preocupa sobretudo com a [legalização] da canábis ou com os direitos das minorias, e que talvez os grandes problemas não estejam a ser suficientemente abordados, seja porque isso sai custoso ou porque há divergências entre os partidos no governo sobre a forma de os resolver.”
As preocupações dos demais
Os partidos no governo estão preocupados com o prolongamento da AfD.
Nos cartazes de campanha, o Partido Social-Democrata (SPD), do chanceler Scholz, desaconselha os eleitores a votar nos extremos, apelando à moderação. Os Verdes prometem tutorar a pluralidade e a liberdade contra os extremistas de direita, e os liberais do partido FDP dizem que é preciso controlar a transmigração, caso contrário quem o fará serão as “pessoas erradas”.
Mas a verdade é que a maioria da população também está preocupada. A insatisfação com o governo ronda os 74%, segundo uma sondagem publicada no final de maio. As pessoas estão aflitas com o cocuruto dispêndio de vida e os salários apertados, ou portanto têm terror que a chegada de cada vez mais migrantes ao país desestabilize as comunidades ou sobrecarregue ainda mais as instituições.
“As pessoas têm a sensação de que os partidos governamentais estão excessivo focados na chamada ‘política da sociedade’ e pouco focados no prolongamento poupado, no controlo da transmigração ou na política social, apesar de termos um Estado-providência bastante desenvolvido”, refere a politóloga Ursula Münch, diretora da Liceu de Formação Política em Tutzing, no estado da Baviera.
O Presidente da República, Frank-Walter Steinmeier, está também preocupado.
Nos últimos meses, vários políticos no país têm sido atacados; receia-se que, com a subida do populismo, se comece até a colocar em desculpa as instituições democráticas. Steinmeier diz que tem notado uma “delírio crescente” entre a política e a sociedade, e deixou um alerta ao discursar por ocasião dos 75 anos da Constituição alemã.
“As mães e os pais da Lei Fundamental […] viram porquê os alemães destruíram a sua primeira democracia”, no início do século XX, lembrou o Presidente. Viram “porquê a democracia pode morrer por dentro se não for suportada pela maioria dos seus cidadãos. Porquê os inimigos da democracia a podem destruir — com os meios da democracia.”
Quatro eleições que inquietam
No final do ano, haverá três eleições importantes no leste da Alemanha, nos estados da Saxónia, Turíngia e Brandemburgo — nos três, os populistas de extrema-direita da AfD estão adiante nas sondagens. E no ano que vem, há eleições federais.
Steinmeier pediu aos alemães para defenderem a democracia: “Os próximos anos vão exigir muito de todos nós, mas sobretudo dos nossos dirigentes políticos”. Particularmente, referiu ainda o Presidente boche, porque as crises se sucedem e há uma guerra à porta da União Europeia.
Os conservadores da CDU/CSU têm dito durante a campanha que é preciso tutorar a prosperidade e a liberdade na Europa, se for preciso recorrendo às armas. A cabeça de lista dos conservadores é a atual presidente da Percentagem Europeia, Ursula von der Leyen, que se recandidata ao incumbência.
Von der Leyen e a CDU/CSU pretendem substanciar a capacidade militar europeia, investir mais em armamento no continente e assumir “mais responsabilidades na NATO”.
“Temos de investir mais na tranquilidade e na liberdade, porque o preço que teríamos de remunerar se a Rússia anexasse a Ucrânia seria muito mais cocuruto. Temos sobretudo de investir mais na indústria de resguardo europeia”, afirmou a candidata durante um comício em Berlim, no início de maio.
“Queremos uma Europa que se consiga tutorar a si própria”, acrescentou. É que, além das europeias, há outras eleições oriente ano que preocupam muitos políticos no continente: as presidenciais nos EUA.
O terror é que Donald Trump volte à Presidência norte-americana, em novembro, e o “América primeiro” volte a ser a política dominante. As parcerias transatlântica e de segurança poderiam permanecer por um fio — ao término e ao cabo, não foi assim há tanto tempo que Trump, ainda porquê Presidente, ameaçou retirar os Estados Unidos da NATO.