A partir de hoje, a equipe editorial da Geografia vernáculo elege uma lugarejo portuguesa digna de uma visitante de (no mínimo) um fim-de-semana. Várias vezes ao longo do mês, olharemos para a nossa escolha sob diferentes ângulos. A Povoado do Mês – assim se labareda esta novidade série on-line – arranca em Alcongosta, em plena Cova da Extremidadeuma das regiões que mais produz cereja em Portugal.


Os passeios pelos pomares permitem aos visitantes conversar com os produtores, sobretudo na fundura da colheita da cereja. Esta retrato foi tirada no contextura das “Talks and Walks”, uma das atividades do programa das Cerejeiras em Flor de 2021.
O interno da Extremidade
Não é só o Inverno que convida a uma viagem a esta região. Março e Abril revelam o espetáculo das cerejeiras em flor e, entre Maio e Julho, a colheita do fruto vermelho rubi não deixa ninguém indiferente. Um nome a fixar, a propósito, é Alcongosta [lê-se Alcongôsta]uma localidade que desce e sobe a serra da Gardunhaum maciço rochoso que vigia toda a Extremidade Baixa do elevado dos seus 1.227 metros de altitude.
Na verdade, o facto de Alcongosta ser uma pequena lugarejo não impede que os seus agricultores sonhem em grande: os produtores de cereja do município iniciaram cá a sua atividademas ousaram ir mais longe, impulsionando a produção no resto do concelho.


Segundo João Nuno Rodrigues, o presidente da junta de freguesia de Alcongosta, muro de 50% da população desta lugarejo dedica-se à produção de cerejas e aproximadamente 70% do território talhado ao cultivo da cerejeira, contra 30% correspondente à dimensão florestal e urbano.
Alcongosta foi-se afirmando, assim, uma vez que uma típica lugarejo serrana no epicentro de pomares de cereja, mormente fotogénicos na fundura da magnífica. O topónimo deve-se aos romanos: “congosta” significa “caminho estreito ou entre paredes” – o que tem sentido, se atendermos à geografia da região. É, no entanto, muito provável, com o trajectória permanente dos lusitanos nesta zona da Planalto Medial, que ela fosse povoada muito antes da romanização. Aliás, a invenção de monumentos megalíticos reforça esta teoria.
Daqui, ao longe, no Inverno, o Maciço da Serra da Estrela espreita, com a visão branca da neve tapando uma vez que um lençol o granito beirão. É verdade que existe qualquer património histórico nesta lugarejo para explorar – as Capelas de Santa Bárbara, São Sebastião e Espírito Santo é um trecho de lajeada romana num dos extremos da povoação – e que as castanhas, no outono, são de consumir e chorar por mais. Porém, é a cereja, à qual há uma mansão dedicada em Alcongostaque faz movimentar as suas gentes, as suas tradições e uma economia lugar pujante e de grande alcance: uma visitante no início do Verão ao Mercado Fornecedor da Região de Lisboa pode confirmar.


Uma antiga escola primária foi convertida num espaço museológico devotado ao “ouro vermelho”. A Moradia da Cereja, em Alcongosta, integra a rede das Casas e Lugares do Sentir – Meio UNESCO do concelho do Fundão.
CORO DA PRIMAVERA
Quando conversamos corriqueiramente da “era da cereja”, geralmente refere-se à colheita do fruto ou à sua venda nos mercados, nas lojas e nas estradas nacionais deste país no final da Primavera e início do Verão. Esquecemo-nos, se vivermos longe de pomares, das “épocas” fundamentais, fundamentais para que o fruto nos chegue saboroso ao paladar. Com um ritmo que marca também o ano da população de Alcongosta, há um ciclo da natureza a reverência. É por isso que muitas vezes os dados das atividades em torno das cerejeiras em flor não são avançados com muito tempo de antecedência, ainda que calhem geralmente em Março e Abril.
A cereja é, apesar das poucas exigências, um fruto muito sensível ao calor, ao insensível e ultimamente à falta de chuva. No ano de 2023, a produção da cereja do Fundão caiu na ordem dos 70% devido a uma tempo de pagamentos que atingiu o concelho no início do mês de abril. Mesmo as flores são afetadas por estas amplitudes térmicas. Por cá se vê a instabilidade a que se dedicam aqueles que têm o ofício à plantação de cerejeiras e à colheita do fruto de cor do rubi.


De 7 a 9 de Junho, a Sarau da Cereja, em Alcongosta, celebra o maior atractivo da lugarejo, com concertos, visitas de campo e óptima comida.
o que fazer EM ALCONGOSTA?
Se entrar no site Visite o Fundão, aperceber-se-á que, por estes dias, o destaque deste concelho do província de Forte Branco passa pelas Cerejeiras em flor 2024, anunciado para o período entre 22 de Março e 7 de Abril. A imagem decorativa remete-nos diretamente para um pomar e uma frase sabe a invitação: “A melhor vista está à sua espera”.
Uma vez que é compreensível, ver as cerejeiras em flor não se compagina com uma visitante rápida. Para usufruir profíquo e confortavelmente deste espetáculo originário, os tuk-tuks (disponíveis todos os dias) e os trens turísticos (aos sábados e domingos, com as reservas a serem tratadas com o Posto de Turismo do Fundão) são boas opções. A CP – Comboios de Portugal, por seu lado, oferece uma escolha: uma viagem pela risco da Extremidade Baixaserpenteando no planalto da Extremidade com as flores de cerejeira em volta nos dias 22, 23 e 30 de Março e 6 e 7 de Abril.
Caso seja de passeios ainda mais lentos, existem outros programas mais flexíveis ou menos controlados: há percursos cicláveis marcados pela serra (o município, a três quilómetros, disponibiliza bicicletas), assim uma vez que trilhos pedestres para todas as dificuldades e amantes de passeio. A maior segmento deles conduz ao topo da serra da Gardunha, onde terá uma vista privilegiada de toda a Cova da Extremidade. Além de uma sub-região histórica composta pelos concelhos da Covilhã, Belmonte e Fundão, a Cova da Extremidade é um vasto anfiteatro originário entalado entre as serras da Estrela, do Açor e Evidente, da Gardunharepositório de lendas lusitanas, histórias de visões religiosas e, mais recentemente, meca inusitada dos amantes do maravilha OVNI.
Outras atividades em torno das cerejeiras em flor no município do Fundão passam pelo Grande Prémio do Atletismo (a 7 de Abril), por piqueniques em família ou com amigos, concursos de retrato e apadrinhamento de árvores. Os artistas que cá ocorrem também podem perguntar in loco o que é o programa (Re)Cri’Arte.


Na serra da Gardunha, existem oito Pequenas Rotas homologadas pela Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal. Uma delas faz crescer chuva na boca: chama-se Rota da Cereja.
Já na fundura da colheita – entre Maio e Julho – também há muitas actividades à sua espera: visitar os pomares, participar no processo da colheita, falar com os produtores de Alcongosta ou até mesmo ver o fabrico dos cestos ou também de instrumentos musicais nos quais se usa a madeira da cereja. De 7 a 9 de Junho, há inclusive uma Sarau da Cereja para adocicar-lhe o fim-de-semana.
Se lhe fizer sentido pernoitar na lugarejo, saiba que Alcongosta dispõe de dois alojamentos turísticos – a Moradia do Largo da Terreiro e o empreendimento Natureza Glamping em plena serra da Gardunha, mas se preferir transpor do perímetro originário, o Fundão oferece-lhe outras comodidades. Pode chegar a esta cidade de comboio, seguindo a Risca da Extremidade Baixa e, por exemplo, fazer de bicicleta os três quilómetros de intervalo entre a sede do município à nossa Povoado do Mês.
Caso queira alargar os horizontes
A pouca intervalo, em direcção ao Sul, encontra-se a Povoado História de Forte Novo. Foi forte templário e depois da Ordem de Cristo e as suas pedras e ruas sopram narrativas dos tempos do embate entre cristãos e muçulmanos, assim uma vez que da convívio entre ambas as religiões. A lugarejo mantém segmento do ilustração medieval, com alguns acréscimos feitos pelo rei Dom Manuel I no século XVI, e ainda mantém a Moradia da Câmara, o pelourinho e um chafariz do período barroco. A 650 metros, o forte permite observar todo o povoado. E isto inclui um atrativo menos histórico: uma pequena praia fluvial que no Verão é capaz de invitar mais do que no dealbar da Primavera.


O apadrinhamento das cerejeiras é uma iniciativa que o município do Fundão estimula e acarinha. Por 20€ e uma anuidade de 15€, você pode receber um certificado, passaporte de apadrinhamento e a entrega de dois quilogramas de cerejas por ano, enquanto a cerejeira não produz cerejas.
Alcains é uma das maiores vilas do país e o estranho… é que não é município. Nesta exigência, é até maior do interno do país. Terreno de vestígios neolíticos e romanos, ficou órfã na modernidade, quando a força industrial que chegou à primeira metade do século XX desapareceu. Conhecida uma vez que a terreno da cantaria, do trabalho em pedra, Alcains alberga várias casas senhoriais, uma vez que o Solar dos Goulões ou o Solar da Viscondessa de Oleiros. Aparte o extenso património religioso, tem uma natividade romana e é uma boa localidade para procurar dormida, caso não queira ir até Forte Branco, que fica mais distante.
Você também pode explorar a própria serra da Gardunha e os seus múltiplos miradouros: o do Posto de Vigia, o do Arrebentão, o do Covão, o da Moradia do Guarda… Se ainda tiver resistência para um último esforço a pé, pode chegar ao topo dos 1.227 metros. Caso contrário, pode estacionar o carruagem no final da estrada de Pez e contemplar a Cova da Extremidade.
Se pretende dar um passeio mais alargado, uma vez que Aldeias Histórias de Belmonte, Monsanto e Idanha-a-Velha ficam em volta, juntamente com o forte de Penha Garcia. Em Monsanto, cenário de algumas cenas da série da HBO Moradia do dragão, você encontrará principalmente as figuras mitológicas. Mas qualquer um destes vestígios do pretérito medieval português e do povoamento desta terreno de cereja sumarenta vale sempre a pena.
Mais informações sobre o programa “Cerejeiras em Flor 2024” e contactos úteis cá.
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