O mês de maio prolonga as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, com novas propostas do programa “Revolução, Já!” na rede do Museu e Bibliotecas do Porto. Conferências, cinema, música, teatro e atividades para os mais novos são os destaques na agenda do programa de pensamento, participação e geração, comissariado por Jorge Sobrado e José Augusto Bragança de Miranda.
A reflexão em torno da arte cose as duas conferências do Fórum do Horizonte, reservadas para o mês de maio, na Livraria Municipal Almeida Garrett. A primeira sessão acontece já esta quinta-feira, dia 2, às 18 horas, com a presença de Maria Filomena Molder, professora catedrática emérita de estética da Universidade Novidade de Lisboa.
Partindo da interrogação “Haverá qualquer contraveneno para o ‘inferno do novo’?”, Molder colocará à prova a sua teoria de que a sentença “arte revolucionária” pode servir vários finalismos sociológicos, políticos e históricos.
À mesma hora, no dia 30 de maio, António Guerreiro, um dos fundadores e editor da revista cultural Eletra e docente convidado na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, apresenta “O novo regime das inclinações políticas da arte”, uma conferência que se debruçará sobre o “Artivismo” e a sua relação com o tempo.
Observar ao término de uma ditadura em “Outras Revoluções”
A quarta sessão do ciclo de cinema “Outras Revoluções” acontece no dia 23 de maio, às 21h30, na Livraria Municipal Almeida Garrett, com o filme “Videogramas de uma revolução”, de H. Farocki e A. Ujika.
José Gomes Pinto, doutorado em Estética e Teoria da Arte pela Universidade de Salamanca, e professor catedrático da Universidade Lusófona, apresenta o filme construído maioritariamente a partir da montagem das imagens televisivas que registaram os acontecimentos vividos em Bucareste, entre 21 e 26 de dezembro de 1989, e que mudaram o curso da Roménia, pondo termo a uma das mais duras ditaduras europeias do século XX.
Festejar os sons da democracia
Sábado, 25 de maio, a música de mediação invade a Livraria Municipal Almeida Garrett. Às 16h00, no Gabinete Gráfico e com DJ set a incumbência do DJ ALIONE, as curadoras Paula Guerra e Rita Roque inauguram “Revolu(som) — 10 anos de KISMIF”, exposição que faz coincidir a celebração dos 50 anos de democracia com o décimo natalício da conferência KISMIF — Mantenha tudo simples, seja rápido.
Na exposição, o festival, enquanto palco de culturas alternativas e práticas DIY (Faça Você Mesmo), realça as palavras e os sons da liberdade, nomeadamente as canções de protesto. Conta ainda com uma instalação sonora e visual que apresenta o legado de forças e de lutas através da música e da intensa intertextualidade plasmada nos diferentes territórios da geração artística, porquê o cinema, o vídeo, a arte urbana, o teatro e artes performativas, a literatura, a rádio, a programação e a edição, o design gráfico, a ilustração, os fanzines e a margem desenhada.
No mesmo dia, às 18h00, no auditório da BMAG, o Quina Nono apresenta um disco inédito de evocação a José Mário Branco – “A Força (O Poder) da Vocábulo — Um Quina a José Mário Branco”. Um conjunto de oito vozes, com quem o cantautor portuense manteve uma cumplicidade e uma convívio artística de vinte anos, irão trovar à capela uma seleção de temas marcantes do seu repertório. Paralelamente, haverá espaço de conversa entre José Peixoto e João Branco, numa moderação de João Carlos Callixto.
Cidadãos desde pequeninos
Para os mais novos, estão preparadas duas sessões de “Missão: Democracia” na Livraria Municipal Almeida Garrett. Nesta rubrica do programa “Revolução, Já!”, crianças e jovens terão a oportunidade conversar e participar de oficinas artísticas com os autores e ilustradores dos livros da coleção homónima das Edições da Parlamento da República.
Sábado, dia 11, às 15h30, Catarina Sobral traz o livro “Fantasmas, Bananas e Avestruzes” para uma divertida e pedagógica sessão sobre os significados por trás da termo “Lei”.
Uma semana depois, dia 18, à mesma hora, Afonso Cruz e Mariana Rio contam a história de “Leva-me ao teu líder”, onde um menino explica a um extraterrestre o que é a democracia.
Todas as atividades do programa “Revolução, Já!” têm ingressão gratuita, estando sujeita à lotação dos espaços. Os bilhetes podem ser levantados 48h antes de cada sessão, nos balcões do Museu e Bibliotecas do Porto. O programa completo pode ser consultado cá.