Em mês de santos populares, PJ Harvey e Sprints são destaques no Porto

Junho, mês de Santos Populares, onde a música pimba é rainha, mas é também o mês em que os festivais de verão (e que integram bandas rock e afins nos seus cartazes) abrem as hostilidades. Na cidade do Porto é o caso do Primavera Sound Porto e, muito perto da Invicta, ainda o Basqueiral, em Santa Maria de Lamas.

De resto, é o rotina, muito rock e outras sonoridades alternativas, mais ou menos agressivas, preenchem o mês e os palcos das diversas salas da cidade.

Uma vez mais, deixamos cá alguns destaques/sugestões do muito que vai sobrevir em Junho.

Tendo arrancado no último dia de Maio, o «Serralves em Sarau» e as suas 50 horas non stop prossegue sábado e domingo (dias 1 e 2), por todos os espaços de Serralves, com diversas atividades e bons concertos.

O grande destaque vai para os germânicos Sonho de tangerina e o seu rock sobrecarregado de virilidade hipnótica. Com ingresso gratuita a oferta, em termos de música, é muita e variada, contando, entre outros, com actuações de Jéssica Moss (Prata Monte. Sião), Não, Lagos, Bruno Pernadas, Indo, Serpente, Esfisticado, Goooooose, Ustad Noor Bakhsh, Rita Braga, Maria da Rocha, Fimber Indócil ou uma vez que Garotas Agressivas.

Já no Woodstock 69 o mês arranca dia 1 com a apresentação do disco «Spiritual Apotheosis» pelos Võidrombque contam ainda com as participações dos Lei do Contágio e dos Akouphenom. Noite brava!

Segunda-feira (dia 3), o australiano Roberto Forster apresenta-se no M.Ou.Co.. O ex-líder dos The Go-Betweens traz na bagagem «Candle and the Flame», o seu oitavo álbum a solo, editado em fevereiro deste ano.

Na quarta-feira (dia 5), Sophia Chablau e Uma Perda de Tempo levam o seu «Sigilo» até à Socorro Record Store, num final de tarde que conta ainda com os portuenses Marquesa.

E quinta-feira (dia 6) abre portas a 13ª edição do PrimaveraSound Portoque toma conta do Parque na Cidade até sábado (dia 8). Apesar de fingir ser uma ‘edição light’ em termos de edital, o festival conta com nomes muito interessantes, com peculiar destaque para o revinda a Portugal da britânica PJ Harveymas também para a presença de bandas uma vez que Polpa, Ruiva Loira, O Pátrio, Amyl e os farejadores, Costeleta de cordeiro, Voraz da Terreno, Olhos de lobo ou os tugas Máquinaentre muitos outros. Apesar do recente falecimento de Steve Albinifundador da ‘margem residente’ do Primavera Sound Porto, a organização não quis deixar de homenagear o músico e produtor norte-americano promovendo uma «Shellac: Listening Party», no último dia do festival.

Enquanto isto, na sexta-feira (dia 7), o Barracuda recebe os Estado Memorial e os Pintando Paisagensque se juntam aos britânicos Ratose, no dia seguinte (8), acolhe o aquecimento fazer Morte ao Silêncio Festcom concertos de O melhor, Um quintal e Superior.

A sala da Rua da Madeira abre portas no domingo (dia 9), véspera de feriado, para uma noite Mördör, com os chilenos Asqueroso e ainda Nascer do sol em Nagasaki, Horizonte mais escuro e Itami.

No Dia de Portugal (10), uma vez que «Não se passa zero às segundas», a Seiva Diva volta à Socorro, desta feita apresentando Galgo e Claiana.

No dia 13, a quinta-feira é de sorte porque há Jardim Espacial Inseguro e ainda O Triunfo dos Acéfalosno Maus Hábitos.

No dia seguinte (14), não haverá Understage no Teatro Rivoli, Angélica Salvi, Ece Canli, João Pais Filipe e Pedro Augusto apresentam o que começaram a testar durante a pandemia. Em pleno inverno pandémico, enquanto preparavam uma apresentação online, o quarteto aproveitou o tempo para gravar um disco que agora vão apresentar na Invicta. Já o Barracuda dá palco aos Roda, Besta Clériga e Suor insensívelenquanto no RCA – Rádio Clube de Agramonte apresenta-se a italiana Daniela Pes. Com início a 14 e prolongando-se para sábado, no Parque Museu de Santa Maria de Lamas acontece a 8ª edição do Basqueiralcom um edital onde figuram nomes uma vez que Máquina, zen, Butch Cassidy, Lar do bonde, Geração ruim, projéctil ou Galgoentre outros.

Entretanto, e de revinda à cidade do Porto, no sábado (15), os ingleses Corrida estreiam-se em Portugal, no M.Ou.Co., pela mão da Mr. November, e trazem consigo o álbum de estreia, «Letter to Self», editado já levante ano. No Barracuda, o palco é dos Cavalaenquanto, mais supra na Rua da Madeira, o Ferro acolhe a celebração do 28º natalício da produtora e promotora Garagem, com concertos de Renegados de Boliqueime, Dokuga, Scatterbrainiac, Vítima Ideal, Horizonte mais escuro e duende. Na Socorro há Festival Xavalocom muito punk à mistura, com Divã, Cibele retoma, Ouro e Sadhana.

Terça-feira, dia 18, o Ferro recebe o quarteto nipónico Para você e o seu psicadelismo asiático e dois dias depois (20) o palco do Maus Hábitos é para Segunda-feira e ainda Calcutá.

Sexta-feira (dia 21), o Barracuda dá palco aos Sustoaos Pegue de volta e ainda aos Todos os reinos caemao passo que na Socorro a proposta é de rock instrumental com os Sopa de gato. Pelo Maus Hábitos passam os Muitos sóis e os Novos Românticos.

No dia de S. João (24), o Hard Club recebe os Todas elas bruxas e dois dias depois (26) os Trovão Real.

Com o arribar do termo do mês, dia 27, Rodrigo Leão celebra 20 anos do álbum «Cinema», no Coliseu do Porto. Enquanto isso, no Ferro há psych rock brasílio com os Bicicleta e, mais aquém na rua da Madeira, no Barracuda, a noite tem marca da Hell Xis Agency, com concertos de Pior e Doink. No Maus Hábitos a sugestão são as actuações do Funeral jocoso e jocoso e dos Olse Mune.

Sexta-feira, dia 28, no Moca da Lar da Música a proposta é rock intenso e contemporâneo com a margem ilhavense Patinho Mal-parecidoenquanto no Maus Hábitos o palco é para o duo Meninas 96. Na Socorro há indie rock com os Elogios ao sege.

Dia 29 há homenagem a José Afonso. A 25 de Maio de 1983, Zeca Afonso subiu pela última vez a um palco, no Coliseu do Porto, rodeado de muitos amigos, alguns dos quais estarão em palco no último sábado de Junho para o espectáculo «José Afonso: Maior que o Pensamento». Uma celebração única do último concerto da curso de Zeca Afonso, que aconteceu há 40 anos. Francisco Fanhais, Júlio Pereira, Janita Salomé, Rui Pato, Octávio Sérgio, Nuno Oliveira, João Afonso está em Sociedade Músico Fraternidade Operária Grandolense interpretarão, entre outros, temas do álbum «Cantigas do Maio» (1971) e, numa segunda secção, Jorge Palma, Tereza Salgueiro, B Frente, Ricardo Ribeiro, Lena d’Chuva e Dino de Santiago vão tocar temas do repertório de Zeca Afonso com novos arranjos e direção artística de Pedro Vidal. Ao final da tarde há rock na Socorro com Donaranha, O ponto cego e Vansick.

Junho, mês em que as sardinhas ainda não são suficientemente gordas, mas toda a gente já as quer manducar, mas também de bons festivais de música e muito boas propostas de concertos nas várias salas da cidade Invicta.