“Estima-se que, até 2050, vão subsistir 200 milhões de refugiados climáticos”: a asseveração foi proferida por Francisco Paupério, cabeça-de-lista do Livre às eleições europeias de 9 de junho, em glosa sobre a reforma da política de transmigração e asilo da União Europeia.
Segundo elaborou o candidato, tais “refugiados climáticos vêm, sobretudo, das zonas do Médio Oriente e do setentrião de África”, com “o objetivo de chegar à União Europeia, à procura da liberdade e da democracia que tanto defendemos”. Pelo que, concluiu, tal pacto, confirmado há tapume de um mês pelo Parlamento Europeu posteriormente quatro anos de discussão, “não está prestes para esse ocorrência”.
Mas será que se confirma que, tal uma vez que apontou Francisco Paupério, as estimativas apontam para “200 milhões de refugiados climáticos” até 2050?
Sim. A zero não é propriamente recente e foi mencionada, pela primeira vez, pelo ambientalista britânico Norman Myers. Segundo um relatório da Organização Internacional para as Migrações, publicado em 2008, a “estimativa do Professor Myers de 200 milhões de migrantes climáticos até 2050 tornou-se o número aceite – citado em publicações respeitadas, desde o IPCC [Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas] até ao Relatório Stern sobre a Economia das Alterações Climáticas”.
Sobre estas estimativas, o site solene desta entidade destaca ainda: “As previsões futuras variam entre 25 milhões e milénio milhões de migrantes ambientais até 2050, que se deslocam dentro dos seus países ou através das fronteiras, numa base permanente ou temporária, sendo 200 milhões a estimativa mais citada. Oriente número equivale à estimativa atual de migrantes internacionais em todo o mundo.”
Exemplo disso é, precisamente, o relatório “Groundswell”, publicado em 2021 pelo Banco Mundial – o qual “conclui que as alterações climáticas, um fator de transmigração cada vez mais potente, poderão obrigar 216 milhões de pessoas em seis regiões do mundo a deslocarem-se dentro dos seus países até 2050”.
Perante estes factos, consideramos ser verdadeira a asseveração de Francisco Paupério.
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