Maio 9, 2025
Europe no Rock In Rio Lisboa: de grande cantiga em grande cantiga até à inevitável relato final

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Ainda os Evanescence estavam em palco a terminar com dois dos seus maiores sucessos (‘My Immortal’ e ‘Bring Me To Life’) e já uma quantidade considerável de pessoas se aglomerava junto do Palco Galp do Rock in Rio Lisboa para hospedar uma orquestra altamente requisitada pelo público – pelo menos, a julgar pelos muitos pedidos feitos nas redes sociais, para que alguém arriscasse remunerar um voo da Suécia até Lisboa. Os Europe vieram quase de uma ponta à outra desse continente para dar um olá aos seus maiores fãs, um olá que o vocalista Joey Tempest preferiu transcrever uma vez que “boa m…”, num português quase perfeito. Era a tradução literal de uma frase que os ingleses usam quando querem referir-se a um tanto incrível.

Incrível foi também a forma uma vez que o grupo, que já leva 40 de existência (facto assinalado pelo seu vocalista) ainda parece ter a labareda de outrora. Nem vale a pena reduzi-los àquela (e todos sabem qual é) cantiga. ‘On Broken Wings’ foi o tema de lhaneza, com os Europe a rasgar por ali fora, nem parecia estarem a tocar num dos palcos secundários do Rock In Rio Lisboa. Aliás, muita gente acabou o espetáculo a fazer a mesma pergunta que tinha feito aquando do proclamação de que os suecos iriam atuar num palco que não o principal: “porquê?”.

Ao longo de uma hora, os Europe fizeram a sarau com o seu povo, que nas grades mostravam cachecóis com o nome do grupo, choravam, metiam os filhos às cavalitas para um pouco de bateria de ar. Tempest, por quem a idade passou mas não muito, tinha a mesma pinta que nos magníficos anos 80, melena esvoaçando ao vento, todo o corpo a fazer paixão com o tripé do microfone, a voz exatamente no mesmo sítio. ‘Rock the Night’, a segunda cantiga de um alinhamento entre o rock-cacetada e o rock-balada, parecia um parecer dirigido a quem ali estava: esta noite é para o rock, puro e simples.

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De uma cantiga novidade, ‘Hold Your Head Up’, os Europe passam para ‘Carrie’, uma das mais aplaudidas e filmadas da noite, o piano a dar lugar às vozes alheias. A orquestral ‘Last Look at Eden’ termina com outro palavrão de Tempest, claramente feliz por dizê-lo muito, tão feliz uma vez que a pessoa que lho ensinou (se há um tanto que o português gosta de fazer é ensinar um estrangeiro a praguejar na nossa língua). ‘Supersticious’ vê-lo a descer do palco para uns abraços e selfies a quem esperou exagerado tempo para rever os Europe por cá, com um trecho de ‘No Woman, No Cry’, de Bob Marley, ali enfiado (um tanto a martelo, diga-se de passagem).

Não encoreIan Haugland puxou pelo público a partir da sua bateria, antes de arrancar com ‘Cherokee’. Para o final estava reservada a inevitável ‘The Final Countdown’, milhares de pessoas aos pulos, aquele sintetizador a espalhar magia: mas oferecido o que veio antes, colocar ênfase no seu maior sucesso seria um desfavor. “Vemo-nos em breve”, prometeu Tempest no final. Quem cá esteve já mal pode esperar.

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