Março 19, 2025
Evento itinerante Bienal Black Brazil Art ocupa espaços no Rio – Notícias

Evento itinerante Bienal Black Brazil Art ocupa espaços no Rio – Notícias

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O Rio de Janeiro recebe, no próximo dia 27, a 3ª Bienal Black Brazil Art, exposição itinerante gratuita que nasceu no sul do país e agora chega à capital fluminense, reunindo artistas emergentes. “É uma bienal para homens e mulheres, negros e brancos. Não é só de mulheres negras, embora o nosso montão maior seja de mulheres”, afirmou à Filial Brasil a idealizadora da bienal e uma das curadoras dessa edição, Patricia Brito.

A buraco da Bienal Black será no dia 27, às 19h, no Teatro Gonzaguinha, região médio da cidade. O evento compreende um volta de exposições. “A gente mapeou espaços e equipamentos culturais municipais na cidade do Rio e, por término, fomos convidados também para um equipamento público em Niterói, região metropolitana do Rio. A Bienal chega no Rio de Janeiro para fazer uma ocupação em alguns espaços públicos”

Rainha Quilomba, a Punhal de Ogum, e o Pedido de Justiça (2023), gravura – artista Elson Junior (BA) – Arte: Elson Júnior

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As atividades são divididas entre o Núcleo Municipal de Artes Hélio Oiticica, Núcleo de Artes Calouste Gulbenkian, Núcleo Cultural dos Correios, Cidade das Artes, Espaço Cultural Correios e Museu da História e da Cultura Afro-brasileira (Muhcab). Tem atrações programadas para ocorrer também no Museu do Samba e Museu da Maré. Durante a buraco, haverá divulgação dos artistas premiados e apresentação de trabalhos artísticos de pré-estreia.

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As exposições reúnem mais de 270 trabalhos de 225 artistas de todo o país e do exterior, divididos nos espaços da cidade e com programação virtual. O evento será estendido até 16 de junho e inclui programação extensa, que pode ser conferida no site bienalblack.com.br. Cada espaço cultural tem dados de buraco para visitação e fecho diferentes.

Eixos temáticos

Cada espaço expositivo tem um eixo temático, que é norteador do diálogo, exposições Patrícia. “Cada pessoa que entrar nesse sítio expositivo vai tomar conhecimento, através de um texto explicativo, de qual é o tema. No Núcleo Hélio Oiticica, por exemplo, o eixo expositivo é linhas insurgentes. Todos os trabalhos selecionados para o sítio têm a ver com a narrativa da insurgência, da resistência. Logo, cada espaço tem o seu eixo artístico”. Haverá também atividades diurnas, com performances, apresentações musicais. Uma delas será no dia 27, na sala de projeções do Núcleo Cultural Correios, quando haverá a primeira conversa com artistas às 15h, também com ingressão franca.

Patricia Brito reiterou que a teoria da Bienal Black é ocupar os espaços públicos e provocar uma discussão entre que tipo de obra e de artista esses espaços selecionam para mostrar à população. “Porquê eu trago no recorte curatorial e de trabalho a questão do gênero e da raça, a discussão que eu trago para dialogar com os artistas negros e não negros é a ocupação por gênero e por raça. A grosso modo, se a gente vai a um museu ou galeria, a gente está vendendo um perfil individual do artista colonial dominando essa cena artística. O papel da Bienal é mostrar outra veras, uma produção que tem no Brasil, que não é feita só pelos colonizadores, mas pelos colonizados também. Essa é uma das razões da itinerância do evento”.

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Pelo indumento de ser itinerante, a Bienal Negra começou no Rio Grande do Sul, percorreu todas as capitais do Sul do país, foi para o universo do dedo durante a pandemia da covid-19 e, leste ano, os organizadores resolveram assumir o protagonismo na cidade do Rio de Janeiro. A escolha se baseou, principalmente, pela temática trazida de fluxo e contrafluxo de pessoas, que é muito possante na capital fluminense, através da imigração de nortistas e nordestinos, e trazendo também a discussão sobre os problemas representativos, identitários e raciais. Ter o Rio de Janeiro porquê sede desta edição reforça ainda a relevância da cidade porquê um polo de disseminação cultural e artística. A atração deste ano foi construída a partir de cinco eixos expositivos: Linhas Insurgentes, Redes de Transmissão, Práticas Geradoras, (RE)imaginando o Cubo Preto e Memórias (trans)locadas, gerando respostas artísticas que variam desde relatos pessoais até meditações poéticas.

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Curadores

A terceira edição da Bienal Black Brazil Art conta com a colaboração de quatro curadores convidados: Claudia Mandel Katz (Costa Rica), Edwin Velasquez (Porto Rico), Julio Pereyra (Uruguai) e Vinicius (Alemanha). Segundo explicou Patrícia Brito, o pensamento foi estabelecer um envolvente propício para exploração e reflexão sobre transmigração, desigualdades sistêmicas de gênero, narrativas transculturais e identidades em fluxos.

“Todos desenvolvem trabalhos em seus países identificados com as indicações do Instituto Black Brazil Art, “que é a valorização da cultura afro, no sentido afrodiaspórica, afrocaribenha, afrolatino-americana. Mesmo o Uruguai, que tem um recorte racial muito pequeno, a gente traz porque existe toda uma cultura negra no país”, esclarece Patrícia. Há também intenção de discutir produção artística do Sul Global e gerar referências próprias da região e não referências europeias.

A 3ª Bienal Black tem organização e produção do Instituto Black Brazil Art e financiamento por meio da Lei Federalista de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet). O patrocínio é do Grupo Carrefour Brasil, com suporte da prefeitura do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria Municipal da Cultura.

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