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Os farmacêuticos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) vão entrar em greve entre esta terça e quinta-feira contra o impasse nas negociações com a tutela, agendando uma concentração para o último dia junto ao Ministério da Saúde, em Lisboa.
A greve, que começou à 0h desta terça e termina às 23h59 de quinta, ocorre após a secretaria adiar uma reunião que estava prevista para o início do mês.
Farmacêuticos do SUS farão greve entre 22 e 24 de outubro
O SNF lembra que, durante seis meses de reuniões, o Ministério da Saúde sempre disse entender a necessidade de corrigir a situação em que se encontram esses profissionais, lembrando, no entanto, que, apesar desse reconhecimento, “nada foi efetivamente feito” para que a correção da situação dos farmacêuticos do SUS acontecesse.
Em nota, os farmacêuticos dizem que haviam apresentado uma proposta, que não recebeu qualquer resposta da tutela, e dizem se sentir discriminados, pois o Ministério da Saúde assumiu o compromisso de negociar nova tabela de remuneração para os médicos com efeitos a partir de janeiro de 2025 e chegou a um acordo com alguns sindicatos de enfermeiros.
“O SNF deu espaço, latitude e tempo a este Governo para que hoje (outubro de 2024) essas negociações fossem concluídas ou pelo menos em vias de serem concluídas”, enfatiza.
A 3 de outubro, Henrique Reguengo afirmou que, seis meses depois de negociações, não havia um ponto do caderno reivindicativo apresentado em abril que estivesse resolvido.
O responsável ressaltou que a grade salarial dos farmacêuticos data de 1999 e que os cerca de 1.000 que atuam no SUS gerenciam a segunda maior fatia do orçamento da Saúde e conseguem, pela gestão de medicamentos, uma economia anual que “só por si pagaria o aumento ”.
Henrique Reguengo disse ainda estranhar o adiamento da reunião, que estava marcada o início do mês de outubro, alegando que nas reuniões “foi perfeitamente claro e assumido (…) que [o Governo] reconhecia que a situação dos farmacêuticos era absurda (…) e que era preciso intervir e mudar rapidamente”.
Recordou que o sindicato já tinha ajustado a proposta inicial e considerou que, com a falta de contraproposta por parte do Ministério da Saúde e o adiamento da reunião, o Governo mostra “falta de vontade política”.
Ele lembrou que a intervenção farmacêutica está cada vez mais complexa e necessária e que, dessa forma, o SUS terá cada vez menos pessoas interessadas na profissão, ressaltando que alguns internos (da residência farmacêutica) já estão saindo.
“Os farmacêuticos, por enquanto, têm 100% de empregabilidade. Se não vierem para o SUS, vão para outro lugar onde paguem como merecem”, concluiu.
A concentração junto ao Ministério da Saúde ocorrerá pelas 14h00 de quinta-feira.
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