A intervalo não é grande, mas a viagem entre o Porto e Arouca, repleta de curvas e contracurvas na chegada à vila na serra da Freita, terminou num despiste que pode ser infalível para o principal objectivo do FC Porto em 2023/24: a conquista do título pátrio. Num encontro em que o trio de ataque espanhol do Arouca (Jason, Cristo González e Rafa Mujica) fez toda a diferença, os “dragões” voltaram a mostrar-se uma equipa sem labareda e, com a guia, por 3-2, terminaram a jornada 21 da I Liga a sete pontos dos líderes Benfica e Sporting – os “leões” ainda têm um jogo em detença.
Para uma equipa com o ego beliscado por um empate no Dragão na última jornada, o arranque da partida em Arouca não podia ter sido pior. Com uma jogada traçada a régua e esquadro, quase sempre ao primeiro toque, os arouquenses deixaram os portistas a olhar para a globo e, em seguida 36 segundos, em desvantagem no marcador: em seguida uma óptimo combinação de Sylla e Jason, Cristo González colocou na superfície e Mujica, com uma finalização de cabeça, mostrou porque é um dos melhores avançados do campeonato.
O golpe poderia ter deixado marcas nos “dragões”, mas meia dúzia de minutos depois, Robson Bambu, de forma displicente, fez falta sobre Evanilson na superfície. Na marcação da grande deliberação, o avançado portista fez o 1-1. Com dois gols em nove minutos, o jogo poderia finalmente aterrar.
Com a estratégia das últimas semanas (4x3x3), o FC Porto passou, a partir daí, a ter o comando do duelo, surgia com assiduidade perto da fronteira de Arruabarrena e, aos 15′, o segundo remate portista forçou o guarda-redes Uruguai mostrar atenção.
O Arouca, que procurava uma sequência inédita de quatro vitórias consecutivas na I Liga, parecia estar em apuros. Mas levante Arouca de Daniel Sousa, já mostrou que é uma equipa tremendamente traiçoeira. Com uma partida aparentemente controlada pelos portistas, os arouquenses saíram para o ataque sempre com sorteios e, numa dessas iniciativas, surgiu o segundo penálti, em seguida Pepe desviar a globo com a mão. No frente a frente com Diogo Costa, Cristo não facilitou, colocando o Arouca novamente em vantagem.
Tal uma vez que aconteceu no início, a resposta do FC Porto poderia ter sido imediata, mas o “bis” de Evanilson foi travado por um fora de jogo de 25 centímetros.
Já com uma substituição feita perto do pausa – Varela, lesionado, cedeu o lugar a Eustáquio – os portistas tiveram uma ingressão possante na segunda segmento e, em menos de um minuto, tiveram duas boas oportunidades: Francisco Conceição (49′) e Nico González (50′).
O problema é que o FC Porto já estava com velocidade a mais para as curvas e contracurvas de Arouca. E bateu de frente com a qualidade do Arouca. Sem negar a oportunidade de aproveitar o espaço oferecido pelos “dragões”, a equipe de Daniel Sousa atacou com o talentoso trio de ataque espanhol e, depois de Mujica e González, foi Jason a deixar a sua assinatura: o “10” trocou os olhos a Fábio Cardoso e fez mais um gol de enorme qualidade.
Com dois terços cumpridos e dois golos de desvantagem, Conceição ainda foi lançando todas as opções de ataque que tinham no banco (Taremi, Gonçalo Borges, Toni Martínez e Iván Jaime), mas há muito que o FC Porto já parecia ter perdido o seu boato . No entanto, uma nequice na resguardo do Arouca ainda permitiu que Francisco Conceição reduzisse aos 87′, mas o golo foi insuficiente para evitar a vitória do Arouca, que mostrou sempre ser uma equipa com cabeça, tronco e membros.