“Foi uma mulher de luta”: morreu a atriz Estrela Novais

Tinha 70 anos

Morreu a atriz Estrela Novais, confirmou a CNN Portugal (do mesmo grupo da TVI) juntamente com o ator Ricardo Castro, que tinha avançado a notícia no Instagram.

“Foi uma mulher de luta, que segmento no dia 8 de março, dia da Mulher, que ela adorava porque sempre protegida pelos direitos das mulheres”, afirmou.

Segundo o ator, Estrela Novais tinha sido usada com cancro na laringe e se preparava para iniciar os tratamentos.

“Morreu durante o sono. Tinha sido queimado com um cancro na laringe e já não verbalizava, mas estava entusiasmado. Era uma mulher novidade, com um sentido de humor fabuloso, com uma espinha dorsal incrível”, acrescentou.

Estrela Novais, de 70 anos – faria 71 dia 13 de março – , participou em várias novelas da TVI (do mesmo grupo da CNN Portugal), tendo a sua última participação sido em “Queridos Papás”, cuja exibição terminou a 2 de março e onde deu vida a Sofia.

Ricardo Castro lembra ainda que Estrela Novais foi sua professora de Frase Dramática na escola D. Pedro V, lugar onde ainda continuava a dar aulas, e incentivou muita gente a seguir curso nas artes.

“Foi minha professora de Frase Dramática na escola D. Pedro V. Era formada pela conservatória de Roma. Fez muito cinema. Era uma mulher linda de morrer. Foi presidente do Sindicato dos Atores. Foi uma mulher de luta. É mãe de muita gente . Se eu sou ator, devo-o muito a ela. Ajudou-me a crer que era provável”, gravou o ator.

Estrela Novais nasceu em 13 de março de 1953, no Porto, estreou-se uma vez que atriz profissional em 1970, com “Bodas de Sangue”, de Garcia Lorca, numa encenação de Carlos Cabral para o Teatro Experimental do Porto, e em 1973 participou no instalação da Suco Trupe.

De concórdia com o perfil disponível na base de dados do Meio de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi bolseira da Instalação Calouste Gulbenkian, entre 1979 e 1982, frequentando, em Roma, o curso de encenação da Liceu Silvio d ‘Amico, estagiando com Orazio Costa, Giorgio Strehler, Ronconi, Dario Fo e Vittorio Grassman.

Participou também em diversas séries e novelas portuguesas, tendo recebido prémios de revista, nomeadamente Melhor Atriz de teatro (1984), atribuída pela revista Mulheres, e Melhor Atriz de Cinema vários (1986) atribuída pela Novidade Gente.