Desporto
Um feito da “scuderia” italiana que não conta desde o início da temporada de 2022. O tricampeão mundial Max Verstappen foi obrigado a ceder a corrida logo na quarta volta.

Pedro Raposa
O piloto espanhol Carlos Sainz (Ferrari) venceu hoje o Grande Prémio da Austrália de Fórmula 1, terceira prova da temporada, em que a Ferrari fez a dobradinha, alguma coisa que não acontecia desde o arranque da temporada de 2022.
Sainz gastou 1:20.26,843 horas para satisfazer as 58 voltas, batendo o companheiro de equipe, o monegasco Charles Leclerc (Ferrari), por 2,366 segundos, e o britânico Lando Norris (McLaren), por 5,904 prova numa em que o tricampeão Max Verstappen (Red Bull) desistiu na segunda volta devido a um problema no disco de travão traseiro recta do coche.
O piloto neerlandês até partiu muito e segurou a liderança mas, na segunda volta, começou a reclamar de problemas “estranhos” de estabilidade no monolugar, que permitiram a Carlos Sainz assumir o comando.
As dificuldades de Verstappen ficaram evidentes à quarta volta, com fumo a transpor da traseira do seu monolugar. Quando já se encaminhava para as caixas, o disco de travão acabou mesmo por destruir.
Era o término de uma série de nove vitórias consecutivas de Max Verstappen, que não conseguiu igualar o recorde da modalidade (10), que lhe pertence desde o ano pretérito.
De lá em diante, Carlos Sainz controlou a corrida, não mais cedendo o comando, mesmo com os problemas físicos sentidos devido à operação à apêndice a que teve de se subordinar há duas semanas.
Charles Leclerc teve de parar mais cedo do que o companheiro de equipe para trocar de pneus para se tutelar do ataque dos dois McLaren que seguiam logo detrás e o sumo a que conseguiu almejar foi mesmo o segundo lugar, dando à Ferrari uma dobradinha que já não conseguiu desde o GP do Bahrein de 2022, na lisura da temporada.
Já Max Verstappen também não desistiu há dois anos (há 43 corridas), desde o GP da Austrália de 2022.
Pelo caminho ficaram, ainda, os dois Mercedes. Primeiro o de Lewis Hamilton, que partiu o motor à 17.ª volta, e, já na última volta, o de George Russell, que se desprezou, embateu no muro e obrigou a que a corrida acabasse sob safety car virtual.
Esta foi a terceira vitória de Carlos Sainz na Fórmula 1, que já não vencia desde o GP de Singapura do ano pretérito (já tinha proveito no GP da Grã-Bretanha em 2022).
“Foi uma boa corrida. Fisicamente não foi fácil, mas consegui gerenciar o meu ritmo e os meus pneus. É a prova de que o trabalho difícil compensa”, disse o espanhol, no final.
Sainz admitiu que neste início de temporada, em que ficou a saber que a Ferrari não lhe vai renovar o contrato no final do ano e em que teve de ser operado, “tem sido uma serra russa [de emoções]” mas, ainda assim, diz estar “muito feliz” com o triunfo. “Recomendo aos pilotos que cansam o apêndice”, brincou.
Sobre o início da corrida, diz que não se percebeu a desculpa dos problemas de Verstappen, mas lamentou o desfecho. “Foi uma pena porque acho que teríamos uma boa luta”, sublinhou.
MARCO PETERSON
Tendo que parar mais cedo, as possibilidades de triunfo para Charles Leclerc ficaram desde logo comprometidos, mas a verdade é que o monegasco nunca mostrou ritmo para desafiar o companheiro de equipe.
“Devia ter feito melhor. O Carlos fez um melhor trabalho todo o término de semana e mereceu uma vitória”, admitiu Leclerc, no final.
Anadolu
Com estes resultados, Max Verstappen mantém o comando do campeonato, com 51 pontos, agora com unicamente mais quatro do que Charles Leclerc, que conseguiu o ponto extra pela volta mais rápida.
É justamente esse ponto suplementar que ele vale o segundo lugar, com mais um ponto do que o mexicano Sérgio Pérez, que hoje foi unicamente o quinto classificado. Sainz, com 40 pontos, é o quarto.
No Mundial de Construtores, a Red Bull lidera, com 97 pontos, mais quatro do que a Ferrari, que é segundo.
A próxima rodada é o GP do Japão, de 5 a 7 de abril.
Com Lusa
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