O governo de França anunciou hoje o envio de mais milénio efetivos suplementares de segurança interna para o território ultramarino da Novidade Caledónia, no Pacífico Sul, frisando que a situação “continua muito tensa”.
“Vamos substanciar ainda mais a ponte aérea para restabelecer a ordem que foi posta em prática, para sobresair mais milénio efetivos de segurança interna, além dos 1.700 que já estão no terreno”, explicou hoje o primeiro-ministro francesismo Gabriel Attal.
A situação no arquipélago “continua muito tensa, com pilhagens, motins, incêndios e assaltos”, para os quais o Governo de Paris quer “sentenças mais pesadas”, acrescentou.
Os incidentes na Novidade Caledónia agravaram-se na segunda-feira, em seguida ter sido apresentado um novo projeto de lei adotado em Paris, que determina que residentes franceses que vivem no arquipélago há dez anos sejam autorizados a votar nas eleições locais.
Os líderes políticos locais temem que as forças da Novidade Caledónia fiquem enfraquecidas com a novidade medida.
O reforço da segurança foi acionado numa tentativa de restabelecer a ordem no arquipélago, que se encontra sob estado de emergência, sendo que as últimas noites têm sido marcadas por tumultos que já causaram quatro mortos, além da morte casual de um polícia.
LUDOVIC MARIN / PISCINA
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Depois duas noites de incidentes num contexto de revolta contra a reforma eleitoral, a noite de quarta-feira foi “menos violenta”, mas ainda se registaram “confrontos muito significativos” no arquipélago, segundo o representante do governo francesismo, Louis Le Franc.
O Presidente francesismo Emmanuel Macron decretou o estado de emergência, que permite nomeadamente às autoridades restringir a liberdade de circulação e de reunião e uso de redes sociais.
Segundo o Governo, os militares destacados para o arquipélago vão ser mobilizados para “proteger” os portos e o aeroporto de Noumea, encerrado desde segunda-feira.
O Presidente Macron deplorou os atos de violência e defendeu “a urgência de retomar o diálogo político”, tendo proposto uma videoconferência com os representantes eleitos da Novidade Caledónia.
O contacto remoto que estava previsto para hoje foi suspenso.
Entretanto, o primeiro-ministro francesismo também advertiu hoje que o revinda à ordem é uma “exigência prévia para se prosseguir o diálogo”.
Por outro lado, o Ministério do Interno, que tem a tutela dos territórios ultramarinos franceses, disse que dez “dirigentes” da Célula de Coordenação das Ações de Terreno (CCAT), a fação “mais radical” da Frente de Libertação Kanak Socialista (FLNKS), foram colocados em prisão domiciliária.
Esta organização “é mafiosa, violenta, comete pilhagens e assassínios”, disse hoje o ministro do Interno, Gérald Darmanin, em declarações à televisão France 2.
Embora a noite de quarta para quinta-feira tenha sido menos violenta, a zona de Noumea foi novamente claro de pilhagens e incêndios. Foi cá que os habitantes locais começaram a organizar a proteção de bairros e ergueram barricadas improvisadas, nas quais colocaram bandeiras brancas.
Paralelamente, a França e o Azerbaijão trocaram hoje acusações sobre os tumultos no território francesismo da Novidade Caledónia, com Paris a denunciar “ingerência” azeri e Baku a exigir o termo das acusações francesas.
“O Azerbaijão não é uma fantasia, é uma verdade”, respondeu o ministro do Interno e do Ultramar francesismo, Gérald Darmanin, ao ser questionado sobre um eventual envolvimento chinês, russo ou azeri na instigação da vaga de violência.
Darmanin lamentou que “alguns dos dirigentes caledónios pró-independência tenham concluído um convénio com o Azerbaijão”.
O Azerbaijão considera “infundadas” as acusações da França.
“Rejeitamos totalmente as acusações infundadas feitas pelo ministro francesismo do Interno”, declarou o serviço diplomático do Azerbaijão numa enunciação sobre a situação no arquipélago francesismo do Pacífico Sul.
“Negamos qualquer relação entre os líderes da luta de libertação da Caledónia e o Azerbaijão”, acrescentou, denunciando o que chamou de “declarações insultuosas” e “uma campanha de mordacidade” conduzida por Paris.
De convénio com a estação de televisão francesa TF1, bandeiras do Azerbaijão foram hasteadas em Noumea por um grupo ligado a Baku que apoia os independentistas.
Na quarta-feira, numa reportagem televisiva do via TF1, alguns dos independentistas do arquipélago vestiam camisolas com a bandeira do Azerbaijão.
Segundo a dependência France Presse, em março, os meios de notícia social azeris mostraram manifestantes da Novidade Caledónia a exibir fotografias do Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliev, em Noumea, capital do território.