Sem futebol de clubes, sobrava futebol de seleção. E “sobrava”, sobretudo nesta quarta-feira, era tudo menos uma teoria depreciativa tendo em conta o menu de opções para quem gosta exclusivamente de ver o jogo pelo jogo além do encontro pessoal de Portugal na Eslovénia, naquele que será o último compromisso da formação de Roberto Martínez antes da escolha dos eleitos para a período final do Campeonato Europa. Havia Inglaterra-Bélgica, havia Brasil-Espanha, havia França-Chile, havia Alemanha-Países Baixos, havia Uruguai-Costa do Marfim. E havia, em paralelo, os últimos três jogos do Pague de apuramento para o Europeu, com todos os adeptos nacionais particularmente centrados no justador que iria fechar o grupo da Seleção.
As meias-finais do Path C rumo à Alemanha trouxeram uma “meia surpresa” e uma outra confirmação com números inesperados. Em Tbilissi, um Geórgia, que terminou o grupo A da qualificação na quarta posição com exclusivamente oito pontos detrás de Espanha, Escócia e Noruega mas que beneficiou dos resultados na Liga das Nações para lucrar a vaga ao conjunto de Erling Haaland e companhia, não partia com peculiar nepotismo frente a um Luxemburgo que tem progredido nos últimos anos mas conseguiu prometer a presença na final com um triunfo por 2 a 0 com bis de Budu Zivzivadze, avançado dos alemães do Karlsruher. Já na outra partida, em Atenas, a Grécia confirmou a superioridade diante do Cazaquistão mas com uma goleada inesperada por 5-0, com golos de Bakasetas, Pelkas, Ioannidis e Kourbelis a fazerem o 4-0 ao pausa.
Era entre os dois que sairiam o terceiro e último justador de Portugal na período de grupos do Campeonato da Europa, com históricos muito diferentes entre ambos. Olhando para os encontros com a Geórgia, a Seleção teve exclusivamente um jogo pessoal e em 2008 (vitória por 2 a 0 com gols de João Moutinho e Simão Sabrosa). Já com a Grécia, foram 14 partidas com exclusivamente quatro triunfos, com essa particularidade de, além da rota na final do Europeu de 2004 em Lisboa, o conjunto pátrio não conseguiu sovar os helénicos desde um jogo pessoal em 1996 (1-0), averbando a partir desse encontro três empates e três derrotas.
Foi preciso ir ao desempate por grandes deliberações para se encontrar um vencedor num jogo sem grandes motivos de interesse em alguns momentos mas que, sobretudo no prolongamento, teve uma globo no poste, várias defesas vistas dos dois guarda-redes e muita luta de quem se encontrou forças onde elas não existem. No final, fez-se história: depois de 120 minutos a grande nível, Vlachodimos voltou a tombar na marca dos 11 metros, com a Geórgia vencendo por 4-2 e garantirá a primeira presença de sempre no Europeu, tendo Portugal uma vez que último justador na período de grupos no dia 26 de junho em Gelsenkirchen, num triunfo histórico que terminou com uma invasão do relvado de adeptos em completo delírio.
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