Março 23, 2025
Governo quer festejar 500 anos de Camões divulgando a sua obra junto dos jovens

Governo quer festejar 500 anos de Camões divulgando a sua obra junto dos jovens

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O primeiro-ministro afirmou hoje que o Governo quer festejar os 500 anos de Camões divulgando a sua obra sobretudo junto dos jovens, ao longo dos próximos dois anos, sem saudosismos nem tentativas anacrónicas de modernização.

Luís Montenegro discursava no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, na sessão de apresentação das linhas de programação das comemorações do quinto centenário do promanação de Luís de Camões, que terão início na próxima segunda-feira, 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Segundo o primeiro-ministro, a intenção do Governo é que os 500 anos de Camões sejam celebrados “de forma oportunidade e plural, no modo que é próprio de um regime democrático e inclusivo, capaz de no seu seio tanto festejar um Camões histórico porquê um Camões mítico”.

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“Nós não queremos celebrá-lo de um modo passadista ou saudosista, porquê também não queremos modernizá-lo em termos anacrónicas ou falsificadores da verdade histórica, da verdade histórica de Luís de Camões. Pretendemos antes, isso sim, situá-lo no espaço e no tempo que foram os seus”, afirmou.

O “propósito medial” destas comemorações é “promover o estudo da sua vida e da sua obra de entendimento com os mais modernos critérios científicos” e “publicar as muitas mensagens que a sua verso contém junto dos portugueses, sobretudo das gerações mais novas”, referiu Luís Montenegro.

“A melhor forma de festejar Camões continua a ser publicar e saber a sua obra, que as suas palavras façam repercussão nos corações dos jovens e que lhes despertem novas significações, novos mundos, mesmo novas interpretações. Que os versos de Camões façam sentido, 500 anos depois”, defendeu.

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O primeiro-ministro considerou que Camões tem sido “adequado ao sentir das várias épocas e propício com propósitos que em muitos casos claramente transcenderam o sentido da sua vida e da sua obra”, mas “resiste e triunfa sobre todas as tentativas de apropriação ou manipulação da sua legado cultural ou literária”.

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“Camões não é, nunca poderá ser propriedade de um concreto regime político, porque Camões é Portugal, Camões é povo, Camões é a núcleo livre da espírito portuguesa, do ser português. Não pode por isso ser cativo, se não da nossa memória, da nossa espanto, do nosso tributo enquanto pátria. Por isso, festejar Camões no século XXI é fazê-lo com humildade, e com humildade democrática, diante da sua grandeza e da obra que nos legou”, acrescentou.

Luís Montenegro disse também que o Governo quer festejar Camões porquê símbolo de “uma língua que é do mundo, é de todos aqueles que a falam, é de todos aqueles que a ensinam e é de todos aqueles que a aprendem” e que é “ainda mais bela e rica na sua imensa variação”.

Antes, a ministra da Cultura justificou o calendário destas comemorações, entre 10 de junho de 2024 e 10 de junho de 2026, com mais um ano do que o previsto, com o objetivo de “ultrapassar a pesada legado deixada pelo anterior Governo” nesta material.

Dalila Rodrigues imputou ao anterior executivo do PS uma “escassez de programação e de orçamento” talhado a estas comemorações, das quais calendário, referiu, “seria de 12 de março ou 10 de junho de 2024 a 10 de junho de 2025”.

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