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A greve dos trabalhadores da CP – Comboios de Portugal, convocada por vários sindicatos, já originou, entre a meia-noite e as 14h desta segunda-feira, a supressão de 540 comboios, de 669 programados, indicou manadeira solene da transportadora. No Porto, a greve da STCP registou uma adesão de 75%.
Assim, o nível de supressão de comboios ultrapassava já os 80%, tendo sido efectuados os serviços mínimos (129 comboios). Segundo a CP não circularam comboios de longo curso, operação para a qual não foram decretados serviços mínimos.
No caso do serviço regional, foram suprimidos 142 comboios de 172 programados. Nos urbanos de Lisboa, a paralisação levou à supressão de 235 composições em 300 previstas e no Porto de 139 programados não se realizaram 107. Nos urbanos de Coimbra circularam unicamente dois comboios em 18 estimados.
Os trabalhadores da CP cumprem esta segunda-feira um dia de greve, que se repete na quarta-feira, convocada por diversos sindicatos.
O coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), José Manuel Oliveira, adiantou à Lusa que às 7h30 estava a registar-se uma possante adesão dos trabalhadores à greve, estando a ser realizados unicamente os serviços mínimos.
“O primeiro balanço é muito positivo. Temos uma adesão possante entre a meia-noite e até às 7h30 verificando-se perturbações na circulação. As bilheteiras das estações estão encerradas”, disse.
De conformidade com José Manuel Oliveira, a expectativa para o resto do dia, uma vez que há serviços com horários diversos, é elevada.
O Tribunal Arbitral decretou serviços mínimos de 20% para os comboios urbanos e regionais mas a greve dos trabalhadores da CP, convocada por diversos sindicatos, que decorre esta segunda e na quarta-feira, deverá levar a perturbações na circulação.
De conformidade com informação divulgada no site da CP, os serviços mínimos foram decretados para os comboios urbanos e regionais, não contemplando os restantes. A decisão do Tribunal Arbitral abrange, na percentagem referida, o serviço Regional e Inter-regional (linhas do Minho, Douro, Leste, Oeste, Cercadura Baixa e risco do Setentrião – neste último caso de e para Coimbra/Entroncamento) e o Urbano (linhas da Azambuja, Coimbra e Guimarães).
“Informamos que, por motivo de greves convocadas pelos sindicatos ASCEF, ASSIFECO, FENTCOP, SINAFE, SINDEFER, SINFA, SINFB, SIOFA, SNAQ, SNTSF, STF e STMEFE, para o período percebido entre as 00h e as 24h dos dias 22 e 24 de Julho de 2024, prevêem-se perturbações na circulação com impacto nos dias 22 e 24 de Julho”, refere a CP numa nota.
“Aos clientes que já tenham bilhetes adquiridos para viajar em comboios dos serviços Encetativo Pendular, Intercidades, Internacional, Inter-regional e Regional, a CP permitirá o reembolso, no valor totalidade do bilhete adquirido, ou a sua troca gratuita para outro comboio da mesma categoria e na mesma classe”, indicou.
O reembolso ou troca podem ser efectuados no site da CP ou nas bilheteiras, até 15 minutos antes da partida. Podem ainda pedir a reembolso do numerário até 10 dias depois da greve. Estes trabalhadores já estiveram em greve no dia 28 de Junho.
Para os sindicatos, “é intolerável” que a governo da CP, depois de ter reservado que iria estender a todos os trabalhadores um conformidade que foi festejado com uma organização sindical, queira condicionar isso à validação da proposta de regulamento de carreiras.
O Governo, a CP e o Sindicato Vernáculo dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ), que tinha convocado uma greve entre 27 de Junho e 14 de Julho, que foi suspensa, chegaram, recentemente, a conformidade.
A operadora chegou também a conformidade com o Sindicato Ferroviário da Revisão Mercantil Itinerante (SFRCI) quanto à revisão das carreiras, incluindo um aumento salarial de 1,5% e a subida do subvenção de repasto para 9,20 euros.
A Fectrans defendeu que a proposta “aumenta a polivalência de funções e não valoriza a grelha salarial”, o que disse ser uma “medida estratégica” para recrutar novos trabalhadores e manter os actuais.
STCP com serviços mínimos
O coordenador do Sindicato de Transportes Rodoviários Urbanos do Setentrião (STRUN), José Manuel Silva, disse à Lusa que a adesão à greve desta segunda-feira na STCP ronda os 75%, unicamente se cumprindo os serviços mínimos.
“O totalidade de carros daqui da [estação de recolha da] Via Setentrião e de Francos era de 370 autocarros para trespassar, 210 cá e 160 de Francos. Neste momento, dos dois lados, saíram 103. Portanto, há uma adesão de 75%”, estimou o sindicalista.
José Manuel Silva falava à porta da estação de recolha da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) da Via Setentrião, em São Mamede de Infesta (Matosinhos, região do Porto), onde se encontrava com algumas dezenas de trabalhadores. Segundo o coordenador do STRUN, sindicato que convocou a paralisação, os números registados pouco antes das 9h, significam que “o que está a trabalhar são os serviços mínimos”.
José Manuel Silva afirmou ainda que apesar de a greve ter sido convocada unicamente pelo STRUN, sendo que há tapume de cinco sindicatos na STCP e trabalhadores não sindicalizados, a adesão à greve foi universal. “Quem decidiu foram os trabalhadores em plenário. E no plenário tinha lá trabalhadores de todos os sindicatos, e hoje estão trabalhadores de todos os sindicatos parados”, garantiu.
O STRUN recusou-se a assinar uma proposta de aumentos salariais apresentada pela governo, de 4,7%, pedindo 8%. “A empresa deu 2% em Janeiro devido aos salários mínimos, porque ultrapassavam os trabalhos dos motoristas, e agora aplicou mais 2,7%, que dá 4,7%, embora os [aumentos nos] salários mais baixos sejam 53 euros”, disse à Lusa.
José Manuel Silva disse esperar da hodierno governo da STCP, liderada por Cristina Pimentel, “praticamente zero”, mas “apontou o dedo”, em próprio, ao gestor Rui Saraiva. “O gestor que cá está, nem é a presidente, é o senhor gestor Rui Saraiva, é teimoso. É a vocábulo que se lhe diz. Ele é que sabe, ele é que fala, nas reuniões é quase impossível falar com ele”, considera o coordenador do STRUN.
O dirigente sindical disse à Lusa que Rui Saraiva “quer mostrar aos accionistas, às câmaras, que consegue dominar os trabalhadores com pouco numerário, o que não é verdade, porque estão sempre a perder motoristas”.”Se ele continuar com a teimosia dele, os trabalhadores estão cá para dar novas respostas”, garantiu.
Manadeira da STCP refere que, “pese embora o STRUN tenha uma greve decretada desde Novembro de 2023 às últimas duas horas de serviço, a STCP continua ensejo a negociar com levante sindicato tal porquê esteve sempre”.
Já o coordenador da Percentagem de Trabalhadores da STCP, João Paulo Silva, relembrou que “não são só motoristas” em greve, mas também “oficinais, administrativos”. Durante o período da greve (até às 2h de terça-feira), estão assegurados alguns serviços mínimos abrangendo os serviços diurno, nocturno e a totalidade da rede de madrugada, divulgou na sexta-feira a STCP.
No serviço diurno (entre as 6h e as 21h) estão em culpa as linhas 200, 201, 204, 205, 207, 208, 305, 500, 502, 600, 602, 700, 701, 702, 704, 801, 901/906, 903 e 907, e no nocturno as linhas 200, 204, 205, 305, 502, 600, 602, 700, 701, 702, 801, 901/906, 903 e 907.
Na rede de madrugada estarão asseguradas a totalidade das viagens nas linhas 1M, 2M, 3M, 4M, 5M, 7M, 8M, 9M, 10M, 11M, 12M e 13M.
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