Lucas Braathen já foi chamado de ‘Haaland do esqui alpino’ pelo tradicional jornal suíço Blick e não se incomoda com a verificação, até porque se identifica com a mentalidade do atacante do Manchester City e compartilha com ele a responsabilidade de ser um fenômeno do esporte norueguês. Aliás, compartilhava, pois agora representa o Brasil e pode ocupar a primeira medalha de Jogos Olímpicos de Inverno para a América Latina.
Nascido em Oslo, na Noruega, o esquiador de 24 anos carrega também o sobrenome Pinho, de sua mãe, a brasileira Alessandra, que o teve uma vez que fruto do relacionamento com o norueguês Björn Braathen, a quem conheceu em um voo para Miami na dez de 1990.
A Noruega é uma potência dos esportes de inverno, e foi sob a bandeira do país nórdico que Lucas se tornou vencedor do slalom na temporada 2023 da Despensa do Mundo de Esqui Alpino, principal giro internacional do gênero. Lá, e nos demais países onde o esqui é popular, o norueguês-brasileiro é uma estrela. Tal status, entretanto, não está supra de suas paixões, ligadas à cultura do Brasil e cultivadas durante os períodos que passou em São Paulo e Campinas com a família materna.
“Quero trazer leste sentimento, o jeito brasílico, essa atmosfera, essa relação com o esporte para o meu esporte de inverno. Isso não existe no meu esporte. Eu quero ser um resultado de todas as minhas inspirações, que não são somente esquiadores, são pessoas que fazem arte, pintura, música, e jogadores de futebol cá do Brasil Ronaldinho, Neymar, Ronaldo Fenômeno”, conta o jovem esquiador ao Estadão, em português simples e com sotaque sobrecarregado.
Durante a puerícia e juventude, Braathen visitava São Paulo uma vez por ano. Chegou até a passar um semestre inteiro na capital paulista, onde se esbaldava de futebol jogando em uma escolinha e na rua. Em vivenda, mais futebol, só que no computador, devorando vídeos da série Joga Bonito, que mostrava o lado mais prazenteiro e criativo do mundo da globo, dos dribles de Ronaldinho Gaúcho ao samba da seleção brasileira nos vestiários.
“Eu não via um jogo de futebol, um rosto com um troféu e falava: Nossa, eu quero ser igual ele. Não, eu via esses vídeos no YouTube. Atletas mostrando a história deles, a personalidade deles, isso é o Joga Bonito para mim”, afirma.
Aquilo mexia com os sentimentos de Lucas, assim uma vez que as músicas que a mãe ouvia. Não à toa, hoje é fã de artistas uma vez que Jorge Ben e Milton Promanação. A musicalidade corre nas veias do desportista, que também é DJ devotado ao deep house, vertente eletrônica mais suave influenciada pelo jazz e pelo funk americano, à qual acrescenta ritmos afro-latinos e canções brazucas
A música lhe serve, ainda, uma vez que método para trazer foco e relaxamento antes das competições. Durante as disputas, embora não possa usar fones de ouvido, esquia uma vez que se estivesse dançando ao seu próprio ritmo.
“Antes da competição, se eu preciso relaxar um pouquinho, estou muito estressado, eu vou ouvir bossa novidade, Jorge Ben, talvez um Milton. Mas se eu preciso permanecer mais ansioso, é mais um funk, house, rap”, diz. “Vejo meu esporte uma vez que dança, eu quero descobrir o ritmo quando eu estou esquiando. Quando você está batendo bandeira, tem um ritmo. Eu quero descobrir ele. Nas minhas competições melhores, parece que eu estava dançando, não estava pensando.”
O ritmo ao qual ele se refere está ligado ao som dos bastões tocando a neve durante o ziguezague no trajeto do slalom. Em resumo, a modalidade consiste em completar uma descida desviando de ‘portões’ – espécie de bandeira erguida entre duas hastes – mais rápido que os adversários. No slalom gigante, prova que Braathen também disputa e já venceu etapas, o princípio é o mesmo, porém os ‘portões’ ficam mais distantes um do outro, o que torna as curvas maiores.
Quando não está ziguezagueando ou discotecando, Lucas pode ser encontrado desfilando. Ele tem poderoso relação com a tendência, já fez diversos trabalhos uma vez que protótipo e admira Dennis Rodman, ex-jogador da NBA que foi companheiro de Michael Jordan no Chicago Bulls e ficou marcado por ter um estilo considerado excêntrico para a estação.
“Eu sempre quis usar outros tipos de roupas, coisas estranhas, mas sempre tive pavor, porque as pessoas não gostam, em próprio na comunidade de esportes, as pessoas não aceitam tão fácil essa mentalidade. Eu quero ser um mensageiro para a próxima geração, que eles possam marchar no caminho deles. Tendência é um jeito muito poderoso para mostrar outro lado da sua personalidade de esportes. Esporte mostra um lado da minha personalidade, mas para mim é muito importante mostrar outro lado também. Eu não sou só um desportista, quero ser uma inspiração maior”, explica o jovem esquiador.
PERÍODO SABÁTICO E O PROCESSO PARA REPRESENTAR O BRASIL
Lucas Braathen surpreendeu o mundo dos esportes de inverno quando, em outubro de 2023, poucos meses depois do título mundial, anunciou que estava se aposentando, em meio a desentendimentos com a Federação Norueguesa de Esqui por razão de direitos de imagem. “Pela primeira vez em muitos anos, me sinto livre. E todos que me conhecem sabem que a liberdade é uma das minhas maiores fontes de sucesso e felicidade”, disse, na ocasião, em coletiva de prelo para a anunciar a decisão.
Cinco meses depois, ressurgiu com um novo proclamação: voltaria a competir no esqui alpino, mas agora representando o Brasil. A teoria começou a amadurecer em sua mente durante o período sabatino e passou a fazer mais sentido a cada dia, conforme a saudade do esporte aumentava e entendia o tamanho de sua relação à cultura brasileira.
“Eu cultivei meu paixão pelo esporte cá no Brasil, não foi na Noruega e não foi com esporte de inverno, foi com o futebol. Eu não gostava de esquiar. Eu achava muito insensível, a perna doía para caramba nas botas. Minha perna estava acostumada com praia e chuteira de futebol, não botas. Eu estava jogando futebol, visitando minha família, nas ruas de São Paulo com os meus primos. Eu descobri essa relação que os brasileiros têm com o esporte, que não tem igual em outros países. É muito próprio. Eu senti esse paixão e mudou minha vida”, afirma.
Na Noruega, a notícia dividiu opiniões e foi matéria nos principais veículos do país, uma vez que os canais NRK, VG e TV2. Braathen, mas, se apegou ao escora recebido. Ao sentenciar retornar ao esqui, recebeu até dicas de Aksel Lund Svindal, esquiador norueguês multicampeão e possuidor de dois ouros olímpicos.
“Há mais pessoas falando que é um coisa muito permitido e interessante, uma oportunidade para os esportes de inverno. Tem pessoas tristes, com um pouco de raiva que não estou representando eles. Mas eu tenho a oportunidade de ortografar uma novidade história. Sempre vai vir mais um esquiador norueguês. Não são todas as gerações que vêm com um esquiador brasílico. Acho que esse é meu caminho”.
Apesar dos desentendimentos passados com a Federação Norueguesa, Braathen conseguiu a liberação da entidade, por meio de uma missiva, para se filiar à Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN).
“Gostaríamos de tê-lo na seleção norueguesa. Ao mesmo tempo, devemos respeitar a escolha que ele fez pelo Brasil e as oportunidades que ele teve lá. Quanto ao retorno, vemos que ele teve oportunidades comerciais e esportivas únicas no Brasil, e ele deixou muito simples nessa escolha que era o que ele queria”, disse Claus Ryste gerente esportivo da federação norueguesa, em entrevista à NRK.
Conforme explicado por Anders Pettersson, presidente da CBDN, ao Estadão, resta somente o selo da Federação Internacional de Esqui (FIS) para oficializar a transição, o que deve ocorrer durante um Recomendação previsto para junho. Se Lucas não tivesse conseguido a liberação, perderia todos os pontos no ranking mundial e teria um caminho muito mais difícil. “Eu iria simbolizar Brasil, independentemente de eles aceitarem ou não, mas, simples, sou muito grato que aceitaram essa transformação”, afirma o esquiador.
Tudo correndo conforme o esperado, Lucas Pinho Braathen representará o Brasil pela primeira vez em 27 de outubro de 2024, quando será disputada a primeira lanço da Despensa do Mundo, em Solden, na Áustria. São 19 etapas ao longo da temporada 2024/2025, e e giro conta pontos no ranking de classificação para os Jogos Olímpicos de Inverno de Milão e Cortinado DAmpezzo 2026.