Hunter Biden, o rebento do Presidente dos Estados Unidos, foi considerado culpado por três crimes por um tribunal em Wilmington, no Delaware, com a decisão do júri desta terça-feira a culminar um longo e incerto processo sobre o pretérito problemático do segundo rebento de Joe Biden.
Segundo a justiça norte-americana, Hunter Biden cometeu três crimes de posse proibido de armas de queima em 2018, quando estava sob a influência de estupefacientes, durante uma tempo da vida em que consumia ‘crack’. Os hábitos pessoais do único rebento sobrevivente do Presidente – o mais velho, Beau, morreu de cancro em 2015 – foram um dos pontos mais explorados ao longo do julgamento, mormente pelos republicanos.
Ainda não há data para o proclamação da sentença. Segundo o New York Times, a pena pelos crimes de que foi indiciado pode chegar aos 25 anos de prisão mas, por não ter antecedentes criminais violentos e por não ter usado as armas de queima, é altamente improvável que Hunter Biden seja réprobo a uma pena efetiva.
Na audiência em que foi anunciada a decisão do júri, a NBC News relata que Hunter Biden reagiu sem qualquer emoção à confirmação de que tinha sido considerado culpado, anuindo depois a leitura do acórdão.
A pena pode ser um duro golpe para a campanha presidencial de Joe Biden, que procura apresentar-se porquê o oposto do criminoso Donald Trump, que foi considerado culpado no seu próprio processo em Novidade Iorque, no mês pretérito.
Hunter Biden chega ao tribunal de Wilmington, Delaware, com a mulher, Melissa Cohen Biden, na terça-feira, 4 de junho de 2024
Anna Moneymaker / Imagens Getty
Antes do julgamento, Hunter Biden declarou-se singelo das três acusações relativas à compra da arma de queima, e os seus advogados acusaram o Departamento de Justiça de ceder à pressão dos republicanos, indignados com o que consideram ser uma “perseguição política” contra Trump.
Na semana passada, os advogados de Hunter Biden chamaram a depor três testemunhas, incluindo a sua filha Naomi, para tentar provar que ele não se considerava um toxicodependente quando preencheu o formulário.
O caso pôs em evidência um período turbulento na vida de Hunter Biden depois a morte do seu irmão, Beau, em 2015.
Uma testemunha-chave para os procuradores foi a viúva de Beau, Hallie, que teve uma relação breve e conturbada com Hunter depois da morte do marido. Hallie disse ter encontrado a arma descarregada na carrinha de Hunter e ter entrado em pânico, atirando a arma para o lixo de uma mercearia, onde um varão inadvertidamente a recuperou.
A resguardo sugeriu que Hunter Biden estava a tentar mudar a sua vida na profundidade da compra da arma, tendo concluído um programa de desintoxicação e restauração no final de agosto de 2018.
O Presidente norte-americano Joe Biden afirmou, na semana passada, que aceitaria o veredicto do júri e excluiu a possibilidade de um perdão presidencial ao seu rebento.
No verão pretérito, assumia-se que Hunter iria evitar a denúncia no caso da arma, mas o pacto com os procuradores ficou sem efeito depois de o juiz, nomeado por Trump, ter levantado preocupações sobre o tópico.