São, mais uma vez, as incertezas políticas que estão a pôr a Europa de joelhos. Desta vez vêm de França, tendo os investidores sido surpreendidos pela antecipação das eleições legislativas e pela subida dos partidos populistas. O Stoxx Europe 600 caiu 2,4%, com o mercado gaulês a ser o mais penalizado, ao descer 6,2%. A mesa francesa caiu 12%, com a Société Générale a recuar 14,9% e a liderar as quedas dos títulos que seguimos. No setor energético, a Engie perdeu 11,5%, devido ao facto de a extrema-direita, candidata ao poder em França, não estribar a vigor eólica e solar.
Nos Estados Unidos, a publicação dos números da inflação reacendeu as esperanças de incisão(s) das taxas de renda por secção da Suplente Federalista norte-americana leste ano, apesar de a instituição ter revisto em baixa o ritmo dessas reduções. O S&P 500 (+1,6%) e o Nasdaq (+3,2%) fecharam no verdejante e atingiram novos máximos históricos.
As ações tecnológicas americanas (+5,5%) beneficiaram dos bons números da inflação, muito uma vez que das perspetivas favoráveis divulgadas pela Oracle (+9,7%) no segmento de software. A Apple valorizou 7,9% e voltou a ser a maior capitalização bolsista do mundo, primeiro da Microsoft (+4,4%) e da Nvidia (+9,1%).
A Percentagem Europeia propõe impor direitos aduaneiros adicionais de 17,4% a 38,1% sobre os carros elétricos produzidos na China e exportados para a União Europeia a partir de 4 de julho, a menos que a China ofereça novas soluções. O setor veículo europeu (-6,7%) reagiu de forma negativa, com a Volkswagen VZ a recuar 7,2%, a BMW a perder 4,7% e a Mercedes a tombar 2,9%.
Lisboa arrastada pela Europa
A bolsa vernáculo não escapou à vaga negativa que arrastou as praças europeias para o vermelho e perdeu 3% na semana passada, reduzindo os ganhos acumulados desde o início do ano para exclusivamente 2,2%.
Numa semana em que muitos investidores estiveram ausentes do mercado, a Novabase (-13,2%) liderou as perdas, seguida pelo BCP (-10,3%), afetado pelo mau desempenho da mesa europeia (-5,4%) em universal e da francesa em pessoal.
De resto, exclusivamente quatro empresas fecharam em subida, com destaque para o setor da pasta e do papel: Altri (+4,6%) e Navigator (+2,3%). As outras duas foram a Impresa (+0,8%) e a GreenVolt (+0,1%), que anunciou um aumento de capital devido à conversão em ações de obrigações convertíveis detidas pela americana KKR, que já controla mais de 80% do capital da GreenVolt ainda antes da OPA ocorrer, o que torna quase certa a retirada da empresa de bolsa.
Números da semana
-6,2%
Trambolhão da bolsa de Paris na semana passada, devido à marcação de eleições legislativas antecipadas em França. A subida da extrema-direita alarmou investidores e provocou uma poderoso pressão vendedora nas bolsas europeias e sobretudo nas empresas francesas.
17.688,88
Valor do novo sumo histórico fixado pelo índice tecnológico americano Nasdaq no fecho da passada sexta-feira. O recuo da inflação americana, em maio, de 3,4 para 3,3% deu o mote para novas subidas das bolsas americanas.
Top subidas
Nvidia +9,1%
Maçã +7,9%
Materiais Aplicados +6,9%
PostNL +6,4%
Outros +4,6%
Top descidas
Sociedade Universal -14,9%
Trigano -13,5%
Novabase -13,2%
Tales -13,0%
BNP Paribas -12,0%
A semana em números
Principais Bolsas | |
Europa Stoxx 600 | -2,4% |
EUA S&P 500 | +1,6% |
EUA Nasdaq | +3,2% |
PSI Lisboa | -3,0% |
DAX de Frankfurt | -3,0% |
Londres FTSE 100 | -1,2% |
Tóquio NIKKEI 225 | +0,3% |
Variação das cotações entre 07/06/24 a 14/06/24, em moeda lugar.