A pergunta do “tem cão ou gato?” é geral às ações de rua de Inês Sousa Real e foi desta forma que interagiu com quem se dirigiu ou chegou à estação de Algueirão-Mem Martins na terça-feira. A porta-voz do PAN distribui os panfletos na terreno do líder do Chega e não foge à confrontação quando questionada com esse coincidência pelo Observador: “Temos ideologias e representamos ideias muito diferentes”. E acrescenta: “A integração das pessoas e a promoção de uma melhor qualidade de vida não passa por um voto em forças populistas e antidemocráticas porquê as que representam André Ventura”.
Quem passa pela ação de campanha do partido que luta pelos animais e envolvente regularmente Inês Sousa Real “da televisão”. Maria João, acabada de chegar à estação é abordada por um militante do PAN e diz que tem um gato, razão que não é suficiente para votar no partido, admite o Observador. Sobre André Ventura, só “há poucos dias” soube que o político tinha desenvolvido na freguesia de Sintra. Mas também não será levante o facto que a transferência a votar no Chega a 10 de março. “Acho-o muito bruto e ordinário a falar”, afirma. Já sobre a teoria de instabilidade promovida pelo aumento dos imigrantes, defendida ontem por Pedro Passos Coelho e desde sempre apoiada pelo partido de Ventura, considera que não se aplica a Mem Martins, que descreve porquê uma zona “calma“. A coisa dissemelhante, defende, é o que se passa na “zona do Martim Moniz”, em Lisboa, mesmo que não refira os motivos que a levam a sentir-se insegura quando passa no sítio.
Sousa Real não tem dúvidas de que a agenda que Ventura “procura trazer para o país é de discriminação e de diferenciação com a intenção de virar as pessoas umas contra as outras“. “Temos uma multiculturalidade em Sintra, e em privado em Algueirão Mem-Martins que está representado na agenda do PAN — de inclusão e de saudação pela paridade de promoção dos direitos humanos”, defende e justifica a escolha do sítio de campanha com a intenção de “falar com as pessoas sobre a delonga nos transportes públicos”. “Há quem demore mais de 40 minutos a fazer viagem casa-trabalho e vice-versa”, afirma.
A porta-voz pugna pela “inclusão social”, a mesma que Sofia, de 17 anos, defende posteriormente receber um panfleto do partido. Ainda não pode votar, mas quando invadir o recta já sabe em que quadrilátero do boletim vai colocar a cruz: “Conjunto de Esquerda”. O PAN não é a sua última opção, “mas também não seria a segunda nem a terceira”, já que não vê nele as prioridades e ideias com que mais se identifica. A última Opção, se tivesse de escolher entre os candidatos atuais, ficou reservada para o Chega.
“Ele esteve cá no outro dia”, recorda, referindo-se a uma arruada de pré-campanha em Mem Martins em que André Ventura participou. Se eu tivesse pretérito por essa ação, confesso, não aceitaria um panfleto nem iria querer saber mais sobre o partido. “Nunca será opção votar o Chega, pelo exposição de ódio dele contra os imigrantes, pelo exposição anti-democrata, quando a democracia foi das melhores coisas que nos aconteceram”, defende a jovem. Sofia não se sente insegura em Mem Martins, nem em Lisboa. Nem mesmo no Martim Moniz que tem sido utilizado porquê exemplo de André Ventura e que foi também referido minutos pela sua contrarânea poucos antes. A jovem também ouviu as declarações de Pedro Passos Coelho em Faro sobre a urgência de controlar a ingressão de estrangeiros em Portugal e discorda delas. “Não me sinto menos segura com mais imigrantes, a imigração é muito positiva”, defende a filha de emigrantes franceses.
Na terça-feira, no aeroporto de Beja, Inês Sousa Real acusou o macróbio primeiro-ministro e líder do PSD de “aproximar-se da Associação Democrática à agenda mais extremista da direita, em vez de trazer uma social-democracia para o núcleo democrático”. A privacidade de Passos Coelho na campanha da coligação é para a porta-voz do PAN um motivo de retraimento do PSD, defendendo que o país deve “ter uma política de imigração que seja de integração e não de fomento do pânico e do ódio”.
Sousa Real aproveitou ainda para deixar o lembrete da troika e do “impacto que esta teve no país”, durante a governança de Passos, realçando que “empresas fecharam portas e muitas famílias viram aumentadas as suas dificuldades”. “Essa política da insensibilidade, esses tempos em que nos foi exigido mais do que a própria União Europeia e o FMI planearam ter que permanecer lá detrás”, sublinhou.
A deputada única quer “uma sociedade mais justa e mais empática”, com “uma descida de impostos para que as famílias possam ter mais qualidade de vida”. E rejeita “uma agenda em que aquilo que nos é trazido é uma cultura do pânico e da instabilidade”.
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