A RTP diz estar a “determinar ao pormenor” a tentativa de ingressão de Joana Amaral Dias, candidata pelo ADN às eleições Europeias, num debate que decorria nas instalações em Lisboa e avisa que vai reagir “oportunamente nas instâncias próprias, tomando as medidas internas e externas que considere apropriadas”.
Em transmitido do parecer de gestão, divulgado esta quarta-feira, a RTP indica que Joana Amaral Dias e Bruno Fialho, cabeça de lista e número dois da lista do partido ADN às Europeias, respetivamente, “cometeram ilícitos, tendo consciência de que os estavam a praticar, porquê foi reconhecido em publicações em vídeo que fizeram nas redes sociais”.
A RTP afirma ainda que “regista o indevido aproveitamento de uma falta no cumprimento dos procedimentos internos de segurança, única forma dos referidos candidatos terem conseguido a ingressão nas instalações”. A estação de televisão pública frisa ainda que Bruno Fialho e Joana Amaral Dias não tinham “qualquer invitação” que justificasse a sua movimento à sua sede.
Em resposta à RTP, o ADN defende que no transmitido da gestão da estação são “referidas ameaças inadmissíveis aos candidatos ao Parlamento Europeu” e considera que a nota prova que “existe má-fé de quem gere os destinos da televisão pública em relação ao partido e à candidata Joana Amaral Dias”. O partido afirma que o “parecer de gestão induz em erro quem lê o transmitido, ao declarar que houve uma ingressão indevida nas instalações da RTP”, uma vez que “os candidatos do ADN identificaram-se na portaria e disseram ao que iam, porquê se pode ver pelas imagens e áudio que foram colocadas nas redes sociais, (…) e ninguém os impediu de entrar”.
O ADN explica também que a decisão de Bruno Fialho e de Joana Amaral Dias de tentarem participar no debate se deveu “também à falta de resposta às reiteradas tentativas de contacto com o diretor de informação, António José Teixeira”, para uma reunião acerca do “critério editorial da RTP para deixar [o partido] de fora dos debates”. Dizendo “nunca” ter tido resposta, o partido incita “o parecer de gestão da RTP e o diretor de informação a apresentar a destituição por não respeitarem a lei, a democracia e, pelo menos, 102.132 portugueses”.
Aliás, em transmitido, o ADN exige à RTP que “esclareça que ações judiciais tomou contra os três jovens da associação Climáximo, que entraram no estúdio onde se estava a realizar o debate para as legislativas de 10 de março, sendo que no exterior outros ativistas atiraram tinta para os vidros do prédio”.
“O combate às alterações climáticas não está na mesa de voto”. Jovem da Climáximo interrompe debate de líderes partidários
Foi esta quarta-feira à noite que, ao lado de Bruno Fialho, Joana Amaral Dias documentou em direto nas redes sociais uma tentativa de participar num debate para as eleições Europeias que decorria na RTP. O presidente do partido e a cabeça de lista conseguiram entrar nas instalações da estação pública, chegaram até a marchar “perdidos” dentro do prédio até ao momento em que se encontraram com Joana Garcia, diretora ajunta da televisão. Acabaram por ser “barrados”.
Joana Amaral Dias tentou participar no debate da RTP mas diz ter sido “barrada”
Notícia atualizada às 19h17 com a resposta do ADN ao transmitido da RTP