Jonny Greenwood, guitarrista dos Radiohead, publicou uma longa epístola ensejo nas redes sociais onde defende o concerto que deu recentemente em Israel, com o artista sítio Dudu Tassa.
Greenwood, que também terá participado numa revelação pela libertação dos reféns, e cuja esposa é israelita, foi meta de críticas por atuar em Israel numa profundeza em que o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de tomada contra o presidente Benjamin Netanyahu, criminado de crimes de guerra. A guerra do estado de Israel contra o Hamas já provocou a morte a mais de 35 milénio palestinianos, boa secção dos quais crianças.
Durante o concerto, Tassa afirmou que no palco estavam “músicos, e não políticos”. “A música sempre fez maravilhas. Que conheçamos dias melhores e que todos regressem em segurança”, disse serem os seus desejos. A atuação de Greenwood foi prontamente criticada por ativistas pró-Palestina, que o acusam de lavagem artística: a PACBI, campanha que promove um boicote leccionando e cultural a Israel, afirmou que, à hora do concerto de Greenwood, o tropa israelita estava a bombardear palestinianos em Rafah, na Tira de Gaza.
O músico defendeu-se, escrevendo que “um projeto artístico que junta árabes e judeus vale a pena”. “Somos músicos oriundos de todo o Oriente Médio, com reverência reciprocamente por todos”, disse, salientando que o avô de Tassa era um judeu iraquiano.
Para Greenwood, silenciar artistas israelitas zero tem de “progressista”. “Até porque os artistas são, invariavelmente, os membros mais progressistas de qualquer sociedade”, continuou.
Nenhuma obra de arte é tão ‘importante’ quanto parar com a morte e o sofrimento à nossa volta. Uma vez que poderia sê-lo? Mas, não fazer zero é uma opção ainda pior”, rematou. “Silenciar artistas israelitas por terem nascido judeus em Israel não me parece a melhor forma de chegar a convénio entre as duas partes de um conflito aparentemente interminável”.
Com os Smile, onde também milita Thom Yorke (companheiro nos Radiohead), Greenwood regressa nascente verão a Portugal para um concerto no festival Meo Kalorama, em Lisboa, a 30 de agosto.