Os 12 cidadãos de Manhattan, em Novidade Iorque, que vão deliberar se Donald Trump será o primeiro ex-Presidente dos Estados Unidos a ser sentenciado pela prática de crimes, regressam esta quinta-feira ao tribunal para retomarem as suas deliberações.
O processo de decisão dos jurados começou na tarde de quarta-feira, um dia depois de os advogados de Trump e os procuradores do Ministério Público de Manhattan terem apresentado as respectivas alegações finais. O veredicto pode ser anunciado a qualquer momento, e é provável que as discussões do júri se prolonguem por vários dias ou semanas.
Na quarta-feira, os 12 jurados — sete homens e cinco mulheres — pediram ao juiz que lhes fosse lida, novamente, partes dos testemunhos de David Pecker, um idoso patrão do jornal nova-iorquino Inquiridor Pátrioe de Michael Cohen, um ex-advogado de Trump.
Estes pedidos são comuns durante as deliberações dos jurados e não permitem fazer qualquer leitura sobre o eventual desfecho do processo.
Durante o julgamento, Pecker confirmou que fez um convenção, em 2015, para detectar e silenciar informações potencialmente prejudiciais para Trump, que acabara de anunciar a sua candidatura à eleição presidencial de 2016.
Foi no contextura desse convenção, segundo a delação, que Trump instruiu o seu jurista, Michael Cohen, a remunerar 130 milénio dólares (121 milénio euros) à antiga actriz de filmes pornográficos Stormy Daniels, que ameaçava vulgarizar, a poucos dias da eleição de 2016, que tivera um encontro sexual em 2006 com o portanto candidato do Partido Republicano.
Segundo a delação, o violação foi cometido já em 2017, quando Trump reembolsou Cohen através de um esquema fraudulento, que consistiu no registo do reembolso, feito em várias prestações, uma vez que pagamentos por serviços de espeque jurídico.
A fraude alegada pela delação assumiu uma pessoal seriedade já que terá sido feita para esconder o silenciamento de uma informação prejudicial para Trump a poucos dias da eleição presidencial.
O facto de alguns jurados terem pedido, na quarta-feira, uma novidade leitura dos testemunhos de Pecker e de Cohen pode indicar que o veredicto não será anunciado esta quinta-feira.
Para que Trump seja considerado culpado das 34 acusações de que é escopo — 11 cheques de Trump, 11 recibos de Cohen e 12 registos nas contas da Trump Organization —, a decisão dos jurados tem de ser unânime. Da mesma forma, o ex-Presidente dos EUA só será inocentado de uma ou mais acusações se todos os jurados estiverem de convenção.
Se pelo menos um dos 12 divergir dos restantes, o juiz poderá declarar um veredicto inconclusivo e anular o julgamento. Nesse caso, o Ministério Público de Manhattan poderá inferir uma novidade delação contra Trump, o que não é provável se os 12 jurados inocentarem o ex-Presidente dos EUA.
Se Trump for considerado culpado, pode ser sentenciado pelo juiz a uma pena máxima de quatro anos de prisão. Nesse caso, é provável que o ex-Presidente dos EUA não tenha de executar uma pena de prisão efectiva, devido à sua idade (77 anos), ao facto de não ter antecedentes criminais e de não estar em desculpa um violação violento.
Qualquer que seja o veredicto, Trump não poderá ser impedido pelos tribunais de se manter uma vez que candidato à Presidência dos EUA.