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Kim Kardashian congratulou-se com a decisão do procurador distrital de Los Angeles, George Gascón, por “corrigir um erro significativo”, ao ter recomendado que a sentença de Lyle Menendez e Erik Menendez seja revista.
Os irmãos, que assassinaram o pai e a mãe, cumprem pena perpétua, sem possibilidade de liberdade condicional. No entanto, concluiu-se recentemente que os abusos perpetrados pelo pai e permitidos pela mãe não foram levados em conta — fato que, não alterando a condenação, pode servir de atenuante na aplicação da pena.
A empresária, que passou no exame da Ordem dos Advogados da Califórnia para advogados estagiários, em 2021, está há anos ligada ao Projeto Inocência (O Projeto Inocênciano original), uma organização sem fins lucrativos, fundada em 1992, dedicada a exonerar indivíduos condenados erroneamente, usando técnicas atuais, nomeadamente testes de DNA.
No caso dos irmãos Menendez, Kardashian não defende a inocência dos dois, mas sim o fato de que os abusos sofridos pela dupla não foram levados em consideração durante o julgamento que os condenou. “A compreensão da sociedade sobre o abuso infantil evoluiu e as redes sociais nos permitem questionar os sistemas em vigor”, escreveu a estrela de programas de ação real nas histórias do Instagram (que ficam indisponíveis após 24h), destacando: “Sou uma pessoa que acredita em segundas chances e realmente acredito nelas.”
Uma atriz que estrela o próximo drama jurídico de Ryan Murphy Tudo é justotambém deu crédito ao produtor de Monstros: A História de Lyle e Erik Menendezsérie disponível na Netflix desde 19 de Setembro, por ter “ajudado a expor o abuso e as injustiças” no caso dos irmãos.
Em agosto de 1989, o empresário musical José Enrique Menéndez e sua esposa, Mary Louise “Kitty” Andersen, foram assassinados com tiros de espingarda. Os dois filhos do casal, Lyle, na época com 21 anos, e Erik, de 18, alegaram que haviam encontrado os pais mortos, mas a investigação concluiu que foram os irmãos os autores dos disparos.
No primeiro julgamento, em 1993, Erik e Lyle foram julgados em separado e prestaram testemunhos emocionados sobre os abusos sexuais que sofriam do pai e sobre a negligência da mãe. E os jurados não foram capazes de chegar a um consenso.
No segundo julgamento, em 1995, porém, os dois foram julgados em conjunto e grande parte das provas de abuso sexual foi excluída, o que resultou na condenação por homicídio e na pena de prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.
Entre as evidências que foram levadas em conta agora está uma carta de 17 páginas que Lyle escreveu para seu irmão, em maio de 1990, e o depoimento de Roy Roselló, da banda porto-riquenha Menudo, que, em maio do ano passado, revelou ter sido estuprado por José Menéndez quando tinha 14 anos. Há também uma carta escrita por Erik para seu primo Andy Cano, já falecido, meses antes dos assassinatos, onde se lia: “Tenho tentado evitar o pai. Continua acontecendo, Andy, mas agora é pior para mim.”
Gascón anunciou, nesta quinta-feira, em entrevista coletiva, que recomendaria a revisão da sentença, tendo em vista que os irmãos têm estado em uma “jornada de redenção e reabilitação” e observando que Lyle, de 56 anos, e Erik, de 53 anos, “pagaram sua dívida com a sociedade”. No entanto, não deixou de frisar que “não há desculpa para um assassinato”. Ele explicou: “Eu nunca vou insinuar que o que estamos fazendo aqui é desculpar o comportamento deles — porque mesmo que haja abusos [sexuais]o caminho certo é chamar a polícia e procurar ajuda.”
A decisão final está nas mãos de um juiz, e uma audiência deve ser marcada antes mesmo do fim do ano. Se a revisão for aceita, os dois irmãos incorrem em uma pena que varia de 50 anos (25 para cada homicídio) a perpétua, mas se tornam elegíveis para desfrutar de liberdade condicional.
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