Novembro 16, 2024
Leste texto bate João Almeida num só aspeto: fala mais do que ele
 #ÚltimasNotícias

Leste texto bate João Almeida num só aspeto: fala mais do que ele #ÚltimasNotícias

Continue apos a publicidade

Hot News

Ciclista português conseguiu mais um feito notável, agora no Tour de França. Potente na estrada, é publicado por falar pouco – mas por pedalar muito. Pedala tanto que se prepara para superar Joaquim Agostinho porquê o melhor ciclista português de sempre

João Almeida, o introvertido ciclista que nunca desiste, nasceu em A-dos-Francos e aos 25 anos tornou-se o segundo melhor ciclista português de sempre na Volta a França e o primeiro a fechar as três grandes Voltas no top 5, consolidando-se porquê o sucessor de Joaquim Agostinho.

Leste domingo, o português concluiu a sua estreia no Tour na quarta posição, superando o quinto posto de José Azevedo em 2004 e aproximando-se de Agostinho, o único luso a subir ao pódio da maior prova velocipédica internacional, ao ser terceiro em 1978 e 1979.

O ciclista da UAE Emirates reforçou assim o seu lugar histórico na modalidade em Portugal graças à crença nas suas capacidades e a uma tenacidade invejável, depois de ter sido quinto na Vuelta 2022 – haveria de subir a quarto com a desclassificação de Miguel Ángel López – e passar a figurar nos cinco primeiros de todas as grandes Voltas.

A evolução do miúdo das Caldas da Rainha

O jovem das Caldas da Rainha vive numa ‘bolha’. Crédito só dá às ‘suas’ pessoas, um núcleo duro constituído essencialmente por família, namorada, empresário. Sempre que pode, esquiva-se do foco mediático, dos jornalistas e até dos adeptos, preferindo resguardar-se no seu mundo.

Continue após a publicidade

Entrevistá-lo pode ser um repto, embora esteja cada vez mais solto e à vontade – talvez uma consequência lógica da exposição que tem tido nos últimos quatro anos -, mostrando-se relaxado e elaborando mais as respostas – anteriormente telegráficas.

Quem com ele trabalhou elogia-lhe o profissionalismo mas também dá conta de alguma ‘teimosia’ e distração, as mesmas que foram responsáveis pelos seus conhecidos erros de colocação, quase totalmente ausentes nesta edição do Tour, onde esteve irrepreensível a ‘escoltar’ Tadej Pogacar mas também a colocar-se no pelotão em etapas traiçoeiras, salvo raras exceções.

A evolução de Almeida enquanto voltista foi ainda mais evidente nesta ‘Grande Boucle’ do que tinha sido quando terminou no pódio do Giro2023, pelo simples facto de em França ter corrido contra os melhores corredores mundiais e só ter ‘perdido’ para os superlativos Pogacar, Jonas Vingegaard, o bicampeão das duas edições anteriores, e Remco Evenepoel.

Continue após a publicidade

‘Transformado’ em escudeiro de luxo do esloveno – porquê já o tinha sido na Volta à Suíça para Adam Yates -, o ciclista português foi eleito ‘gregário da semana’ posteriormente as nove primeiras etapas, depois de ter impressionado sobretudo na subida ao Galibier, onde trabalhou mais do que ninguém – e onde se desentendeu com o ‘interesseiro’ Juan Ayuso.

Na estreia do Tour, voltou a exibir a consistência e o conhecimento pessoal que o tornam um caso único no pelotão – as suas recuperações nas etapas de serra são já uma particularidade elogiada por fãs de todo o mundo e inspiradoras de ‘memes’.

“É uma pessoa muito segura. Mesmo quando não corre assim tão muito em relação às perspetivas dele, o moral é sempre cumeeira. Nunca vai para a corrida derrotado. E, depois, é uma pessoa calma, não se enerva, não pensa que vai decorrer mal. E ele cresce quando é líder”, resumia em 2020 José Poeira à Lusa, depois de Almeida ter feito sonhar o país com os seus 15 dias de rosa e ter sido quarto na universal final dessa Volta a Itália.

Embora neste Tour essa qualidade elogiada pelo selecionador vernáculo tenha estado ‘escondida’, porque o português esteve 100% devotado ao trabalho em prol de Pogacar, houve outra, a inabalável crença em si próprio, que foi bastante evidente – aliás, porquê já o tinha sido quando foi terceiro no Giro2023 e declarou que ia estar no Tour2024, independentemente da opinião da direção da UAE Emirates.

Continue após a publicidade

O Tour de França

Leste domingo, com o quarto lugar final na Volta de França, João Almeida demonstrou que tinha razão e que a sua estreia na maior prova velocipédica mundial até pode ter perversão por tardia – mas confirmou aquilo que José Poeira percebeu logo que o caminho dos dois se cruzou.

O selecionador vernáculo conhece o galeria de A-dos-Francos – que antes de se render ao BTT e, posteriormente, ao ciclismo de estrada ainda andou no futebol e até no rancho folclórico lugar – desde que o ‘convocou’ para um estágio de cadetes e ficou impressionado com a prestação do ciclista, quer nos testes progressivos, que detetaram que tinha “capacidades muito supra da média em relação aos outros cadetes”, quer no treino conjunto com os juniores, em que atacou numa subida para ser apanhado lá no cumeeira por unicamente três ciclistas do escalão superior.

Não foi o único: em 2017, com unicamente 19 anos, foi contratado pelos búlgaros da Unieuro Trevigiani, uma ‘porta’ internacional que se abriu e o levou, inevitavelmente, à ‘fábrica de talentos’ da Hagens Berman Axeon, onde esteve duas temporadas antes de dar o salto para a portanto melhor equipa mundial, a Deceuninck-Quick Step.

Continue após a publicidade

Foi na formação belga que nascente confesso fã de Fórmula 1 primeiro se notabilizou, naquele Giro2020 de boa memória. Mas seria 2021 o ano da confirmação de Almeida e, também, o do seu polémico ‘divórcio’ com a Deceuninck-Quick Step; iniciou a temporada com um terceiro posto na Volta aos Emirados, foi sexto no Tirreno-Adriático e chegou à Volta a Itália porquê colíder juntamente com Evenepoel.

A liderança repartida fez decorrer ‘rios de tinta’, com a rivalidade com Remco a ser alimentada, essencialmente, desde Portugal, quer por comentadores, quer por adeptos recém-chegados ao ciclismo, incapazes de averiguar friamente o facto de o português ter perdido muito tempo na quarta lanço e de o belga estar à sua frente na universal. A polémica continuou até ao desabrigo de Evenepoel, com Almeida, porquê já é seu hábito, a ir de mais a menos e a ‘galgar posições’, até terminar em sexto, empatado em tempo com o quinto, o colombiano Daniel Martínez (INEOS).

Apesar de ter vencido a Volta à Polónia e a Volta ao Luxemburgo, a parceria entre o português e a Deceuninck-Quick Step estava ‘condenada’, com o galeria de A-dos-Francos a deixar-se seduzir pelos milhões de UAE Emirates, entre as várias ofertas que teve em cima da mesa.

O primeiro ano na equipa dos Emirados, cuja concentração de estrelas e líderes nem sempre torna fácil a coabitação em corrida, pareceu de adaptação fácil: além do título de vencedor vernáculo de fundo, venceu uma lanço na Volta à Catalunha – foi terceiro na universal – e outra na Volta a Burgos – onde foi segundo no pódio final -, mas viu-se ultrapassado na jerarquia na Vuelta por um Juan Ayuso que, com 19 anos, foi terceiro numa universal vencida por… Evenepoel.

Continue após a publicidade

Quinto nessa Vuelta – haveria de subir a quarto com a desclassificação de Miguel Ángel López -, o sempre inalterável Almeida não se deixou perturbar e traçou o seu trajectória com segurança na temporada seguinte, na qual foi terceiro no Giro (e nono na Vuelta).

Na ‘corsa rosa’, surgiu com uma crédito renovada e também mais vigilante à colocação em corrida, mais respaldado pela sua equipa e com uma novidade postura atacante, visível também esta temporada na Volta à Suíça, onde ganhou duas etapas, foi segundo noutras duas e também na universal, a meros 22 segundos de Yates, para quem trabalhou.

Leste domingo, apesar de um início de temporada atribulado, diferido devido a doença, tornou-se o primeiro português a fechar as três ‘grandes’ nos cinco primeiros lugares, um pouco que nem Agostinho conseguiu.

Portugueses no top 10 de grandes voltas

Depois de no ano pretérito ter sido o primeiro português a concluir a Volta a Itália entre os três primeiros, João Almeida confirmou o seu regimento de segundo melhor voltista vernáculo de sempre, ao fechar a 111.ª Volta a França em quarto, depois de ter sido quinto no ‘crono’ final.

Continue após a publicidade

O galeria da UAE Emirates conseguiu ainda um feito inédito: é o primeiro português a figurar nos cinco primeiros de todas as grandes Voltas, já que também foi quarto na Vuelta2022.

A sua história nas três ‘grandes’ começou com o quarto posto no Giro2020, em que escreveu uma das mais bonitas páginas do ciclismo português, depois de 15 dias porquê líder da universal da ‘corsa rosa’.

Nesse ano, mais do que melhorar o registo de José Azevedo, que em 2001, no papel de gregário do espanhol Abraham Olano, foi quinto – o mesmo lugar que alcançou no Tour2004 -, o miúdo de A-dos-Francos (Caldas da Rainha) fez Portugal sonhar com um inédito triunfo numas das grandes Voltas.

Seguiu-se o sexto lugar de 2021, a desilusão por covid-19 no ano seguinte, que ‘redimiu’ com o quinto posto na estreia na Vuelta, prova em que foi nono no ano pretérito.

Continue após a publicidade

Agora aproxima-se ainda mais de Joaquim Agostinho, o maior ciclista português de todos os tempos: foram 11 as presenças do galeria de Torres Vedras, que morreu em 1984 na sequência de uma queda na Volta ao Algarve, entre os 10 primeiros em grandes Voltas, com os terceiros lugares no Tour a permanecerem porquê os feitos mais extraordinários do ciclismo vernáculo. Embora no seu palmarés figure o regimento de vice-campeão da Vuelta em 1974, são as prestações na Volta a França, onde também foi quinto (1971 e 1980), sexto (1974) e oitavo (1969, 1972 e 1973), que perduram no imaginário coletivo.

Ciclista Provas
Joaquim Agostinho (11) 2.º na Vuelta de 1974 | 3.º no Tour de 1978 | 3.º no Tour de 1979 | 5.º no Tour de 1971 | 5.º no Tour de 1980 | 6.º na Vuelta de 1973 | 6.º no Tour de 1974 | 7.º na Vuelta de 1976 | 8.º no Tour de 1969 | 8.º no Tour de 1972 | 8.º no Tour de 1973
João Almeida (6) 3º no Giro de 2023 | 4º no Tour de 2024 | 4º do Giro de 2020 | 4º na Vuelta 2022* | 6º do Giro de 2022 | 9º na Volta 2023
José Azevedo (3) 5º no Tour de 2001 | 5º no Tour de 2004 ** | 6º no Tour de 2002 **
Alves Barbosa (1) 10.º na Volta de 1956
Acácio da Silva (1) 7º Giro de 1986
João Rebelo (1) 6º na Vuelta de 1945
Ribeiro da Silva (1) 4º na Vuelta de 1957
Fernando Mendes (1) 6º na Vuelta de 1975
José Martins (1) 8º na Vuelta de 1975
Notas:

* O quarto classificado Miguel Ángel López foi desclassificado por doping.

** Lance Armstrong foi desapossado da vitória e a prova ficou sem vencedor.

Siga-nos nas redes sociais:

Continue após a publicidade

Hotnews.pt |
Facebook |
Instagram |
Telegram

#hotnews #noticias #AtualizaçõesDiárias #SigaHotnews #FiquePorDentro #ÚltimasNotícias #InformaçãoAtual

Continue após a publicidade

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *