Novembro 16, 2024
Ativistas do Climáximo que se colaram a avião em Lisboa estão ilibados (mas grupo tem €9 mil em multas)
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O Ministério Público (MP) arquivou o inquérito sobre o protesto de ativistas ambientais do Climáximo ocorrido há um ano no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, em que eles se colaram a um avião, revelou o grupo neste sábado.

Em nota, o grupo Climáximo comemorou o arquivamento desse inquérito, considerando que “é um exemplo claro de que a repressão judicial àquelas que lutam pela vida de todos é uma opção do sistema, com alternativas”.

As forças policiais, os juízes e o MP “têm nas suas mãos a possibilidade” de escolher entre “continuar a manter um sistema que está em guerra com a sociedade e o planeta ou recusar-se a consentir com um aparelho de destruição”, afirmaram.

Porém, o Climáximo lamentou que o grupo tenha “mais de nove mil euros em multas para pagar” e que a alguns dos seus elementos tenham sido aplicadas “penas suspensas de mais de um ano”, tendo ambos os casos resultado de condenações por protestos.

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Na manhã de 18 de outubro de 2023, ativistas do grupo colaram-se a um avião da TAP que ia fazer a ligação entre Lisboa e Porto, num protesto contra as emissões de gases com efeito de estufa de voos de curta distância e para apelar ao uso de outros meios de transporte coletivo público.

No despacho de arquivamento, a que a Lusa teve acesso hoje, pode ler-se que “não consta que, em momento algum, o comandante, que é autoridade a bordo da aeronave, nem os agentes da PSP tenham cominado [ameaçado] a qualquer dos ora acusados ​​a prática do crime de desobediência, pelo que não incorreram na sua prática”.

“Ocorre que a manifestação espontânea não ocorreu em local público, nem na verdade de modo a suscitar a necessidade de regulação da circulação de veículos e pedestres, que é a razão de ser da obrigação de comunicação prévia” à câmara, ressaltou.

O MP alegou ainda que “o avião não se enquadra, como ‘lugar’, na previsão legal” e, como a manifestação espontânea foi realizada naquele meio de transporte, os réus “não incorreram na prática de qualquer crime”.

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De acordo com o despacho do MP, o grupo do Climáximo era constituído seis pessoas, mas apenas uma delas usou um tubo de cola que pôs nas mãos e tentou colocar-se à porta da aeronave, sendo, depois, retirada pelas autoridades policiais.

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O comandante do avião, segundo o documento, chamou as autoridades policiais por se recusar a transportar estas pessoas, pelo que foram retiradas, tendo prosseguido os procedimentos de fecho de portas e descolagem, sem qualquer incidente.

Os ativistas ambientais foram constituídos arguidos por suspeita de terem incorrido na prática de um crime de desobediência, relacionada com a falta de comunicação prévia do protesto à Câmara de Lisboa, é ainda referido no despacho.

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