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A notícia é avançada pelo Expresso: uma “senhora cujo nome não suscitou qualquer alerta” enviou um email a saber qual era a disponibilidade para alugar o Fórum Lisboa a 2 de novembro, para que fosse realizado um evento de um “coletivo de jovens (partido Chega)” sobre “a relação entre modernidade e coletivismo e seus efeitos na sociedade portuguesa”.
No dia 24 de outubro, a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa (AML), Rosário Farmhouse, fez seguir um despacho que dava sim a este evento. Segundo o pedido feito pela “senhora cujo nome não suscitou qualquer alerta”, o evento iria contemplar um “conjunto de discursos sobre a atualidade, a imprensa e a sociedade e cultura europeias” proferidos por “figuras de relevo do cenário nacional e internacional”.
O grupo era afinal formado por uma centena de neonazis, escreve o Expresso: trata-se de um coletivo chamado “Reconquista”, “abertamente contra a presença de imigrantes em Portugal e que quer acabar com os direitos das mulheres e da comunidade LGBTQ+”. Esse grupo, aponta ainda o Expresso, é presença assídua nas concentrações do Chega e nos últimos dois anos invadiu uma marcha pride em Évora, invadiu também uma sessão de lançamento de um livro inclusivo e realizou uma contramanifestação nos 50 anos do 25 de Abril. O evento aprovado pela Assembleia Municipal de Lisboa foi chamado de “II Congresso Reconquista”.
Uma das “figuras internacionais” de relevo que participaram trata-se de Steve Laws, um britânico que, refere o Expresso, se autodenomina “caçador de migrantes” e que “filma, assedia e intimida refugiados e requerentes de asilo”. Outro participante: Dries Van Langenhove, belga, condenado a um ano de prisão e multa por incitar a violência e negar o Holocausto. E mais: Keith Woods, irlandês com contatos na Ku Klux Klan.
A presidente da AML, Rosário Farmhouse, diz ao Expresso – socorrendo-se da letra da Lei – que “a responsabilidade pelo que é dito e feito nos eventos [no Fórum Lisboa] é dos seus promotores”. E acrescenta: “Só se verificou a posteriori que o congresso era afinal de um movimento nazi”.
O Chega nega que tenha sido a juventude do partido a reservar o espaço.
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