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Várias dezenas de pessoas manifestaram-se hoje em Lisboa a pedir que Edmundo Urrutia seja reconhecido como novo Presidente da Venezuela, tendo o líder da Iniciativa Liberal (IL) defendido que é preciso “desinstalar Maduro” do Palácio presidencial.
O presidente da IL, Rui Rocha, juntou-se à concentração que decorreu na Praça dos Restauradores, em Lisboa, pouco passava das 19h30, enquanto se aguardava a chegada de mais manifestantes, numa iniciativa da associação Venexos.
Em declarações aos jornalistas, Rui Rocha defendeu que é preciso “ir mais além” e “continuar a fazer pressão a nível internacional”, recordando que a Iniciativa Liberal “já propôs no parlamento que houvesse reconhecimento dos resultados das eleições [presidenciais de 28 de julho] e, portanto, reconhecimento de Edmundo Urrutia” como novo Presidente da Venezuela.
“Sabemos que no terreno as coisas estão muito complicadas, com ameaças, com perseguição, com prisão, com campos de concentração para quem tem opinião política diferente, isso é absolutamente inaceitável e ir mais além é isto, por exemplo, aquilo que nós propusemos no parlamento”, que o “Governo português possa reconhecer o novo Presidente da Venezuela, que a comunidade internacional siga o mesmo caminho para isolar o ditador Nicolás Maduro, é isso que é possível fazer nesta altura”, referiu.
Sobre o facto de o atual regime venezuelano estar a cortar o acesso às redes sociais no país, Rui Rocha foi perentórioh “Creio que há uma mensagem muito clara a enviar a Nicolás Maduro, essa mensagem é – proibir o WhatsApp é o sinal do seu isolamento”.
Pois, continuou, “o povo venezuelano nas eleições mandou também uma mensagem muito clara que éh desinstalem Maduro do Palácio Presidencial de Miraflores, desinstalem Maduro, portanto, não se trata de instalar o WhatsApp”.
Também presente na concentração, Brigmary, uma fisioterapeuta de 30 anos a viver em Portugal há quase cinco anos, salientou a importância de “fazer uma vigília” pelo país que a viu nascer, para “enviar energia e luz”.
Já caía a noite quando foram acendidas velas para pedir ajuda pela Venezuela e pelos seus cidadãos.
Brigmary lamentou não ter conseguido votar nas eleições realizadas no final de julho, algo que “foi difícil para muitos” dos venezuelanos que vivem no estrangeiro, mas disse acreditar que é agora que o regime vai mudar.
“Tem que ser”, caso contrário o futuro do país será “escuro”, até porque Nicolás “Maduro já está a fechar as comunicações para as pessoas que estão lá” e a “tentar silenciar aqueles que vivem fora”, disse, garantindo que a luta pela mudança vai continuar.
Brigmary contou ainda à Lusa que veio para Portugal trabalhar para sair de um país onde há fome, mas que mantém contacto com a família, embora o “mais difícil” seja saber que falar com eles “pode ser um risco”.
“Somos nós que estamos a dar a voz, estão a tentar silenciar-nos, mas com a vossa ajuda podemos continuar a fazer com que o mundo continue a ouvir-nos”, disse.
“Não parem, não se desmotivem” porque “vamos sair disto”, insistiu, referindo que o mundo quer a “liberdade” do seu país e manifestando-se grata pelo apoio que Portugal tem dado.
Christian Höhn, vice-presidente da Venexos, luso-venezuelano, a viver em Portugal há 26 anos, disse também acreditar que a mudança irá acontecer agora.
“Nós ganhámos, está mais que claro, Edmundo é Presidente e nós aqui estamos na luta, não perdemos a esperança e acreditamos que vai ser agora que vamos ter a libertação deste regime”, sublinhou, garantindo que continuará na rua até essa mudança acontecer.
O vice-presidente da Venexos admitiu, contudo, que “vai ser uma luta bastante difícil” porque se está a lutar contra “um regime que é controlado pela droga, pelo assassínio, que não obedece à democracia”, daí que “a pressão internacional é muito importante”.
A mãe, de origem alemã, mas que vive desde jovem na Venezuela, tem 88 anos anos, está num lar, mas mesmo “de cadeira de rodas” foi votar, relatou.
“Esta foi a primeira vez que as favelas e os bairros desceram para a rua a pedir mudança, foi a primeira que todos os países da oposição apoiaram um candidato e a primeira vez que ganhámos realmente com um número” expressivo, salientou, acrescentando que “a única pessoa que não vê [isso] é Maduro”.
Por isso, reforçou, “é uma questão de tempo, perseverança” e “muita energia”.
A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, vive uma crise eleitoral após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ter atribuído a vitória a Maduro, com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia, obteve quase 70% dos votos.
A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um “ciberataque” de que alegadamente foi alvo.
Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo de cerca de duas mil detenções e de mais de duas dezenas de vítimas mortais.
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