Novembro 16, 2024
Governo vai receber comunidades da área de Lisboa entre queixas de exclusão
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A reunião convocada pelo Governo juntará os ministros da Presidência, da Administração Interna e da Juventude e Modernização, bem como dirigentes das polícias, do Instituto Português do Desporto e da Juventude e da Agência para a Integração, Migrações e Asilo.

Governo vai receber comunidades da área de Lisboa entre queixas de exclusão

ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O Governo reúne-se esta terça-feira com várias associações representativas das comunidades da área de Lisboa “para dialogar”, encontro que surge na sequência dos incidentes que se seguiram à morte de Odair Monizbaleado por um agente da PSP.

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A reunião convocada pelo Governo juntará os ministros da Presidência, da Administração Interna e da Juventude e Modernização, bem como dirigentes das polícias (GNR e PSP), do Instituto Português do Desporto e da Juventude e da Agência para a Integração, Migrações e Asilo.

Na lista de convites para a reunião desta terça-feira inicialmente divulgada pelo Governo, com o intuito de “dialogar” com as comunidades da Região Metropolitana de Lisboanão estavam coletivos como o movimento Vida Justaque só foi incluído depois de pedir explicações.

Também o Grupo de Ação Conjunta contra o Racismo e Xenofobia expressou “veemente repúdio pela exclusão do Coletivo Consciência Negra e FAR — Frente Anti-Racista” da reunião agendada para esta terça-feira.

A Lusa questionou o Ministério da Presidência sobre as razões para não ter incluído certas organizações na lista inicial, mas o gabinete de António Leitão Amaro não respondeu até o momento.

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Na lista de convites para a reunião divulgada inicialmente pelo Governo estão: Moinho da Juventude, Mundo Nôbu, Afrolink, Movimento Nu Sta Djuntu — Estamos Juntos, Associação Caboverdeana, Associação Cultural e Juvenil Batoto Yetu, Academia do Johnson, Associação Helpo, Semear o Futuro, Djass – Associação de Afrodescendentes, Femafro — Associação de mulheres negras, africanas e afrodescendentes em Portugal, SOS Racismo, Plataforma Gueto, Associação para Mudança e Representação Transcultural, Associação Filhos e Amigos de Farim, Obra Nacional da Pastoral dos Ciganos e Associação Kamba.

A iniciativa – que vai acontecer às 14h30, no Campus XXI, em Lisboa — vem na sequência dos acontecimentos que se seguiram à morte de Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano de 43 anos, morador no bairro do Zambujal, na Amadora, que há uma semana foi baleado por um agente da PSP, no bairro da Cova da Moura, no mesmo município.

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Segundo a PSP, o homem pôs-se “em fuga” de carro após ver uma viatura e se despistou na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, “teria resistido à prisão e tentado agredi-los com emprego de arma branca”.

A Inspeção-Geral da Administração Interna e a PSP abriram inquéritos e o agente que baleou Odair Moniz foi constituído arguido.

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A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestam a versão policial e exigem uma investigação “séria e isenta” para apurar responsabilidades, considerando que está em causa “uma cultura de impunidade” nas forças de segurança.

Na semana passada houve tumultos no Zambujal e em outros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados e vandalizados ônibus, carros e lixeiras, somando-se cerca de duas dezenas de detidos e outros tantos suspeitos identificados. Sete pessoas ficaram feridas, sendo uma gravemente.

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