Lisboa investe 5 milhões de euros em “unicórnios sociais” #ÚltimasNotícias #lisboa

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) realizou nesta quinta-feira, 14 de novembro, a entrega dos protocolos assinados com 52 entidades, com projetos em zonas de intervenção prioritária em Lisboa, no âmbito do programa BIPZIP, num investimento global de 5 milhões de euros. É a maior quantia já disponibilizada.

“Pela primeira vez estamos não só aumentando a ajuda, mas também implementando algo que já era pedido há muito tempo, conseguir dar mais estabilidade às associações que já têm trabalhos importantes no terreno. Ou seja, o BIP/ZIP de longa duração, que chamamos de ecossistema. Essas associações sabem que durante 3 anos terão o dinheiro, a ajuda que precisam, e depois ainda podem se candidatar a mais 3 anos”, explicou o presidente da CML, Carlos Moedas, na cerimônia que aconteceu no Salão Nobre da prefeitura. “Não há inovação sem um estado social forte”, ressaltou o prefeito.

“O programa BIPZIP não tem partidos, tem pessoas e é preciso confiar nas pessoas que estão no terreno. Confiamos a curto e longo prazo, confiem também em nós”, pediu Carlos Moedas, elogiando o trabalho realizado por diversas associações, desde o combate ao isolamento, à integração dos migrantes ou as hortas comunitárias. “Vocês que estão aqui hoje, vocês são meus unicórnios sociais. Quem sabe dos bairros é quem mora lá, quem trabalha lá. E tenham na mente, que podem contar com o presidente da Câmara de Lisboa, que está do lado de vocês.”

Compromisso de dar estabilidade

Segundo a vereadora da Habitação e Obras Municipais, Filipa Roseta, “em relação ao ano anterior o apoio chega a mais 30 projetos”, num total de 52: são 25 Ecossistemas (3 anos + 3) e 27 Ignição (apoio anual). “Subiu o orçamento, são 5 milhões, o maior de todos os tempos, também porque tivemos esse compromisso de conseguir dar estabilidade. Quem ganha hoje o ecossistema fica logo com 3 anos de apoio e a possibilidade ainda de mais 3, premiando assim quem está no terreno à mais de dez anos. Vamos continuar com a Ignição, que aposta na inovação, mas também premiar a longevidade”, ressaltou a vereadora.

A BANDIM COOPERATIVA, com o projeto ‘Tecendo Futuro’, desenvolvido na capacitação de mulheres migrantes para uma completa integração social na Freguesia de São Vicente, é um dos exemplos apoiados pelo programa Ignição. “É o segundo ano que conseguimos esse protocolo, uma ajuda importante no apoio à população, principalmente mulheres, do bairro da Graça, onde temos nossa sede e nossa oficina. O dinheiro é canalizado para dar treinamentos, aulas de português, por exemplo. Estamos falando de 75 pessoas que ajudamos a capacitar e sonhamos um dia ter trabalho continuo para todas elas”, afirma Marília Teixeira, que junto com Milene Pereira, esteve na cerimônia representando a BANDIM.

Já o projeto AGIR XXI, da InterAGIR, cujo objetivo é capacitar e diminuir o desemprego na Freguesia de Marvila, é um dos exemplos do protocolo Ecossistema. “Vamos fazer 25 anos de trabalho no terreno. E todos os anos nos candidatávamos ao programa BIPZIP. Com esse compromisso de longo prazo, o ecossistema, significa que podemos dar continuidade ao nosso trabalho. Uma das nossas dificuldades era que quando o projeto começava a se estabilizar, a edição acabava e havia a necessidade de renovar candidaturas, de inovar. E agora o fato de termos aqui a garantia de verbas para 3 anos nos permite atuar e cimentar tudo o que é feito”, diz Maria João Fonseca, da direção do InterAGIR.

Candidaturas online

O presidente da CML, Carlos Moedas, também ressalta que “o caminho [das candidaturas] é todo feito online, com transparência, com um júri e sem nenhuma interferência política”. “São essas associações que estão nos bairros, que trabalham todos os dias lá, que dão ânimo, esperança e que mudam a vida das pessoas. Eles são realmente muito importantes para a cidade de Lisboa, eles são nossos heróis nos bairros. São os que vivem lá, os que sabem o que o bairro precisa, pessoas extraordinárias que muitas vezes o que lhes falta é esperança, autoconfiança que essas associações, além da ajuda monetária, transmitem.”

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