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Navio destinado a levar armas para Israel deixou Lisboa. O que aconteceu? #ÚltimasNotícias #lisboa

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Ó navio Nysted MAERS, que estaria envolvido em um “esquema ilegal de abastecimento de armas” para Israel, deixou Lisboa nesta manhã de domingo, às 6h30, segundo vários sites de controle de tráfego marítimo consultados pelo Notícias ao Minuto. A embarcação, que tem bandeira de Hong Kong, atracou no porto da capital portuguesa por volta das 20h30 de ontem, após ser redirecionada para Portugal diante das proibições impostas na Espanha, às 0h46 de sábado.

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, não quis comentar a situação, justificando que se tratava de “um tema sensível”. Por sua vez, o Ministério da Infraestrutura e Habitação garantiu que não havia “nenhum contêiner com destino a Israel”. Ainda assim, o Bloco de Esquerda (BE) alertou que “o Governo foi enganado ou quis ser enganado”.

“Já ouvi várias versões, mas não vou me pronunciar sobre uma matéria que é muito específica, muito sensível, num momento sensível sobre um tema sensível que diz respeito ao conflito em curso no Médio Oriente”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, que ressalvou que poderá “estar ou não preocupado, conforme a matéria que apurar”.

Mais cedo, o Ministério das Infraestruturas e Habitação reforçou que não proibiria a entrada do navio no porto de Lisboa, tendo em conta as informações que obteve através do manifesto de carga e das declarações dadas pelo armador e outras autoridades.

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Segundo o Governo, a embarcação pediu autorização para atracar em Lisboa para descarregar 144 contêineres, que incluíam carros, roupas, alimentos, sementes, móveis, cerâmica, copos de vidro, xampus e sabonetes, quadros e pinturas, aparelhos elétricos, cabos de fibra ótica e vários metais (lingotes de cobre, granalha de ferro, ligas à base de cobre-zinco).

“Este navio prevê partir na manhã de amanhã [domingo]10 de novembro, sem fazer nenhuma carga. Em resposta a um pedido de esclarecimento, nos foi reconfirmado que não é transportada carga militar, armamento ou explosivos”, disse o Executivo, que garantiu que não havia “nenhum contêiner com destino a Israel” e que, entre a carga que transportava e que não seria descarregada em Portugal, estavam “três contêineres com componentes de aviões (peças de asas) com destino aos EUA”.

E reiterou: “Foi-nos reconfirmado que não é transportada qualquer carga militar, armamento ou explosivos.”

“A única dúvida que existe é saber se o Governo foi enganado ou quis ser enganado”

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Vale lembrar que a denúncia partiu do Comitê Nacional Palestino BDS (Boicote, Desinvestimento, Sanções), que informou que o navio esteve envolvido, durante meses, em mais de 400 transportes ilegais de armas para Israel, através do uso do porto espanhol de Algeciras.

Até agora, segundo o BDS, o navio usava aquele porto para descarregar armamentos que, depois, seriam levados até Israel em outros navios. No entanto, o Governo espanhol teria proibido o uso do porto e, por isso, a solução passou a ser Portugal.

Na visão do BE, as declarações do Governo serviram apenas para “desconversar”, já que a acusação não se referia à carga que o navio transportava no momento, mas sim ao fato de participar de uma rede de cargueiros que transporta armas dissimuladamente para Israel.

“A única dúvida que existe é saber se o Governo foi enganado ou quis ser enganado”, defendeu o líder parlamentar bloquista, Fabian Figueiredo, ao mesmo tempo em que considerou que “os portos portugueses não devem servir de plataforma para o genocídio em Gaza”.

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Por sua vez, a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, reiterou que “o problema não é a carga a bordo agora”, mas o fato de “seguir para o Marrocos para encontrar outro navio Maersk (já banido pelo governo da Espanha quando o esquema foi descoberto) do qual receberá a carga ilegal para entregar ao Estado genocida”.

“O governo responde de novo com bugalhos e olha para o lado. Façam como a Espanha e cumpram a resolução que aprovaram na Organização das Nações Unidas (ONU)”, escreveu, na rede social X (Twitter).

Dezenas de pessoas se reuniram no porto de Lisboa para se manifestar contra o atracamento da embarcação, entre elas membros do Palestina em Português e do Comitê de Solidariedade à Palestina, além de vários estudantes que têm participado de ações em defesa do povo palestino .

“Portugal está sendo cúmplice”, acusou Sandra Machado, da PUSP – Plataforma Unitária de Solidariedade com a Palestina, uma das organizações envolvidas no protesto.

“Enquanto Israel continua seu genocídio de mais de 2,3 milhões de palestinos em Gaza, bombardeando sistematicamente campos refugiados, escolas e hospitais, é inadmissível que Portugal seja cúmplice de genocídio, permitindo que seus portos sejam usados ​​em operações ilegais de transporte de armas”, sublinha a PUSP em comunicado enviado à Lusa.

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Os organizadores do protesto também lembraram a resolução do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que “define que Portugal tem a obrigação moral e legal de não colaborar na transferência de equipamentos militares para Israel, uma vez que seu uso por este país viola a lei humanitária internacional e direitos humanos”.

Leia Também: Navio “na rota do genocídio” em Gaza? “Governo foi enganado ou quis ser”

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