Setembro 19, 2024
Patriarca de Lisboa fala em “tolerância zero” em casos de abuso na igreja
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Abusos na Igreja Católica

O Patriarca de Lisboa diz que algumas declarações polémicas de membros da Igreja sobre os abusos sexuais podem ter sido mal interpretadas, o que terá resultado mais da forma como foram proferidas do que do conteúdo. Em entrevista à agência Lusa assegurou que a aposta na tolerância zero para estas situações é total.

O patriarca de Lisboa admitiu que a gestão dos casos de abusos sexuais por membros do clero é um dos principais desafios da Igreja Católica e assegurou que a aposta na “tolerância zero” para estas situações é total.

Em entrevista à agência Lusa, Rui Valérioque há um ano, na primeira homilia que proferiu como patriarca de Lisboase dirigiu diretamente às vítimas, disse que tem visto da parte da Igreja “uma disponibilidade em ir ao encontro” de quem estava a sofrer.

“Para isso, avançámos com a proposta da criação do grupo, depois de comissões, ou seja, fez-se aquilo que era o mais que podia ser feito”, afirmou o patriarca em entrevista à agência Lusa, reconhecendo que “o ritmo a que o processo está a desenvolver-se talvez não esteja a ser exatamente aquele que seria o ideal”.

As razões para isso encontra-as no “número de pessoas que estão envolvidas nesta dinâmica, neste processo, a escutar, a ouvir, a pronunciar-se”. Segundo o patriarca, “nunca nenhum dos senhores bispos se pronunciou que não fosse movido pelo mais honrado dos propósitos”.

“Eu julgo que não foi tanto ao nível do conteúdo”

Sobre as polémicas que foram surgindo, quer quanto à necessidade de criação de uma comissão para estudar o fenómeno ou sobre as indemnizações, o patriarca mostrou-se convicto de que tudo se deveu a uma questão de forma e não de conteúdo das comunicações.

“Eu julgo que não foi tanto ao nível do conteúdo. O conteúdo está lá. Talvez, e gostaria muito de sublinhar o talvez, a maneira como nós por vezes nos expressamos, não seja a mais contundente, não seja a mais perfeita, mas aquilo que importa, aquilo que verdadeiramente conta, é a substância”, frisou.

Numa altura em que decorre o prazo para que cheguem ao Grupo VITA ou às Comissões Diocesanas de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis os pedidos de indemnização por parte de vítimas de abusos no seio da Igreja, que pode acontecer até ao final do ano, Rui Valério disse não ter ideia de quanto poderá custar à Igreja o processo indemnizatório.

“Essa é uma matéria que neste momento está a ser refletida e trabalhada”, afirmou, sublinhando que o importante é que tudo seja feito “para a reparação das pessoas no seu todo, da sua dignidade, da sua vida”.

Repetindo uma palavra de “solidariedade total e absoluta para com as vítimas” e suas famílias, o patriarca afirmou que a questão dos abusos é um tema que o “comove profundamente”, pois enquanto padre acompanhou duas situações de pessoas que foram vítimas de abusos por parte de familiares.

Igreja estabeleceu critérios para que casos de abuso “nunca mais” aconteçam

Quanto à sensibilização no seio da Igreja para que casos de abuso não se repitam, Rui Valério foi perentório: “É uma aberração e, por isso, a Igreja, provocada por esta circunstância, estabeleceu critérios de formação, de acompanhamento, para que isto nunca mais [aconteça]”.

O bispo sublinhou ainda que as medidas tomadas pelo Patriarcado de Lisboa são dirigidas, não apenas aos sacerdotes, “mas a todo aquele laicado que colabora diretamente com crianças, com pessoas nos seus diversos estatutos, desde a catequese aos escuteiros, a centros sociais e a outros”.

“Tudo foi e está a ser feito para que haja aqui uma consciencialização, uma formação para que nós compreendamos que o abuso é um pecado hediondo que não é compreensível e não é aceitável”, concluiu.

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) aprovou em abril a criação de um fundo, “com contributo solidário de todas as dioceses”, para compensar financeiramente as vítimas de abuso sexual no seio da Igreja Católica em Portugal.

Os pedidos de compensação financeira deverão ser apresentados ao Grupo VITA ou às Comissões Diocesanas de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis entre junho e dezembro de 2024. Posteriormente, uma comissão de avaliação determinará os montantes das compensações a atribuir.

Com Lusa

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