Pragal | Campo do Almada interdito #ÚltimasNotícias #lisboa

A notícia de que o campo do Pragal do Almada Atlético Clube (AAC) tinha sido interdito, foi feita pelo presidente da direcção do clube, João Vieira, através de comunicado nas redes sociais do clube almadense. Nele pode ler-se que “após uma vistoria por parte da Associação de Futebol de Setúbal (AFS), o campo de jogos do Pragal ficou interdito”, com efeitos imediatos “para a práctica de futebol, devido ao estado do relvado.”

Pode ainda ler-se que a “direcção do clube estabeleceu de imediato contacto com a Câmara Municipal de Almada (CMA), para ajuda a resolver esta situação, e que houve da parte da autarquia sensibilidade para ajudar.” João Vieira escreve ainda que “uma empresa da especialidade já esteva nas instalações e em breve começará as obras no relvado principal e também melhoramento no sintético do campo 2.”

Hoje, dia 8 de Janeiro, foi aprovado por unanimidade a celebração de um o Contrato-Programa de Desenvolvimento Desportivo, entre a CMA e o Almada Atlético Clube em reunião do executivo municipal. Este contrato programa prevê uma comparticipação financeira no valor de 30 mil euros por parte da CMA, para a realização das intervenções necessárias: nivelamento do campo, correção do sistema de rega e substituição das áreas degradadas. Assim o campo será reabilitado depois das obras estarem realizadas e uma nova vistoria ser requisitada pelo clube.

Segundo o Jornal de Desporto, a Comissão de Vistorias da Associação de Futebol de Setúbal, “após vistoria realizada às instalações do Almada Atlético Clube no passado dia 7 de Dezembro, decidiu interditar com efeitos imediatos o campo nº 1 do Pragal e ameaçou fazer o mesmo ao campo nº 2, se até ao dia 31 de Dezembro não forem corrigidas algumas situações.”

Segundo a mesma fonte, que cita o parecer da vistoria ao qual teve acesso, a situação não se prende só com o mau estado dos relvados “mas também com falta de higiene e limpeza dos balneários que têm um cheiro nauseabundo”. A Comissão “constatou que o terreno de jogo evidencia a necessidade de uma acção urgente de recuperação com vista a atingir condições suficientes para a realização de jogos oficiais”, apontando como principais deficiências: “as marcações do terreno de jogo não são visíveis e quando existem não estão regulamentares; inúmeras faltas de relva ao longo do terreno de jogo sendo visíveis diversas zonas com muita água que não é escoada, acentuando-se quando as condições climatéricas são adversas; no interior das áreas de guarda-redes o piso é maioritariamente areia, terra e lama; são visíveis raízes no terreno de jogo; é possível verificar diversos declives no terreno de jogo, não estando no mesmo plano; os balneários apresentam falta de asseio, os chuveiros existentes nos mesmos são insuficientes, pois somente três estavam em funcionamento em cada um dos balneários”.

A Comissão de Vistoria considera que “as situações enumeradas são graves e colocam em risco a integridade física dos intervenientes no jogo” e, salienta que “a situação permanecerá até que o clube solicite nova vistoria”.

Na vistoria ao campo número 2 a Comissão detectou que “o terreno de jogo evidencia a necessidade de uma acção de recuperação ou manutenção” que deve ser efectuada “até ao dia 31 de Dezembro”, o que significa que “o recinto foi aprovado temporariamente”.

Ainda relativo ao campo nº 2, o mesmo parecer afirma também que, “o terreno de jogo apresenta diversos buracos no piso, sendo visível a tela plástica por baixo da relva sintética, podendo causar lesões aos intervenientes; é possível verificar remendos no piso já anteriormente aplicados que ficaram demasiado salientes em relação ao piso original provocando assim irregularidades; alertamos a necessidade de os objectos que estão à volta do terreno de jogo estarem no mínimo a 2 m das linhas laterais e de baliza; os balneários de apoio a este campo não apresentam condições mínimas de utilização sendo visíveis lixo; nos vários balneários falta de asseio e um cheiro nauseabundo colocando em risco a higiene e segurança dos utilizadores; somente dispõem de três chuveiros o que não é aceitável para jogos de futebol de 11, ficando estes balneários de imediato interditados até nova vistoria; não é aceitável que os jogadores que se ausentem do terreno de jogo e se dirigem para o exterior do mesmo tenham de passar à frente das balizas estando o jogo a decorrer porque não tem espaço atrás das balizas para o fazer”.

Um pouco de história

Foi a 30 de Maio de 1943, que o então designado Campo Atlético do Pedreirense Futebol Clube foi inaugurado. Rebaptizado muito mais tarde com a designação actualmente conhecida de Complexo Desportivo do Pragal, após a sua adquisição pelo Almada Atlético Clube, na sequência da herança que procedeu ao nascimento do clube e, que se concretizou através da fusão dos dois grandes rivais da então vila de Almada, o Pedreirense FC e o União Sport Club Almadense.

O estádio já teve várias designações ao longo dos anos como Campo Atlético do Pragal, Campo do Moinho, Campo Atlético António Nunes Castanheira e o actual Complexo Desportivo do Pragal.

Na altura da sua inauguração era um dos melhores ao nível do concelho e até mesmo do distrito, e ainda hoje goza da mesma inspiradora paisagem sobre o Tejo.

No dia de inauguração o Pedreirense FC teve a honra de inaugurar o campo, com um jogo que se realizou por volta das 16 horas, com o seu então vizinho União Piedade Futebol Clube, (também conhecido pelo epíteto de “Espanhóis”, devido às cores do seu equipamento) clube entretanto extinto para dar origem ao actual Clube Desportivo da Cova de Piedade. O resultado desse jogo perdeu-se no tempo.

Participaram também nesta inauguração em jogo disputado pelas 18 horas desse mesmo dia, os então celebres Grupo Desportivo “Os Fósforos” e o Marvilense Futebol Clube.

Actualização 9 de Janeiro: valor do contrato programa inserido no texto.

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