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Várias organizações realizam neste sábado uma ação de protesto e denúncia em frente ao Porto de Lisboa, para contestar a atracação de um navio que acusam de estar ligado ao transporte ilegal de material militar para Israel.
Em comunicado divulgado, a PUSP – Plataforma Unitária de Solidariedade com a Palestina, uma das organizações envolvidas na iniciativa, explica que o protesto tem como objetivo apelar ao governo português para que “não autorize a atracação do navio Nysted MAERSK e proíba o trânsito em mar português de navios que transportem armas que sejam destinadas a Israel”.
O protesto está marcado para as 20h, quando deve atracar no Porto de Lisboa o navio, que dizem estar envolvido no transporte de material militar norte-americano para Israel.
A denúncia veio do Comitê Nacional Palestino BDS (Boicote, Desinvestimento, Sanções), que afirma que o navio esteve envolvido, durante meses, em mais de 400 transportes ilegais de armas para Israel, através do uso do porto espanhol de Algeciras.
Até agora, segundo o BDS, o navio usava aquele porto para descarregar armas que depois seriam levadas para Israel em outros navios, mas o Governo espanhol teria proibido o uso daquele porto e por isso a solução alternativa passou a ser Portugal.
O Bloco de Esquerda também alertou para um possível envolvimento do porta-contentores num “esquema ilegal de abastecimento de armas” a Israel, questionando o Governo sobre a autorização dada para atracar.
Confrontado com essas acusações, o Ministério das Infraestruturas e Habitação disse que não proibiria a entrada do navio no porto de Lisboa, tendo em conta as informações que havia obtido através do manifesto de carga do navio e das declarações dadas pelo armador e outras autoridades.
Segundo o ministério, o navio pediu autorização para atracar em Lisboa para descarregar 144 contêineres, que incluem carros, roupas, alimentos, sementes, móveis, cerâmica, copos de vidro, xampus e sabonetes, quadros e pinturas, aparelhos elétricos, cabos de fibra ótica e vários metais (lingotes de cobre, granalha de ferro, ligas à base de cobre-zinco).
“Este navio prevê partir na manhã de amanhã [domingo]10 de novembro, sem efetuar qualquer carga. Em resposta a pedido de esclarecimento, foi-nos reconfirmado que não é transportada qualquer carga militar, armamento ou explosivos”, adiantou o Governo.
O ministério garantiu ainda que não há “nenhum contêiner com destino a Israel” e que, entre a carga que transporta e que não será descarregada em Portugal, estão “três contêineres com componentes de aviões (peças de asas) com destino aos EUA”.
Apesar da justificativa, a PUSP, junto com o Palestina em Português e o Comitê de Solidariedade à Palestina mantêm o protesto e convidam “todas as pessoas solidárias à Palestina, defensoras dos direitos humanos e do direito internacional, para quem o sofrimento do povo palestino se tornou insuportável, a protestarem”, dizem em comunicado.
“Enquanto Israel continua seu genocídio de mais de 2,3 milhões de palestinos em Gaza, bombardeando sistematicamente campos refugiados, escolas e hospitais, é inadmissível que Portugal seja cúmplice de genocídio, permitindo que seus portos sejam usados em operações ilegais de transporte de armas”, sublinha a PUSP em comunicado enviado à Lusa.
Os organizadores do protesto também lembram a resolução do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que “define que Portugal tem a obrigação moral e legal de não colaborar na transferência de equipamentos militares para Israel, uma vez que seu uso por este país viola a lei humanitária internacional e direitos humanos”.
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