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A TAP apresentou aos investidores o congestionamento do Aeroporto Humberto Delgado (AHD) como um ponto forte da empresa. “É uma declaração honesta e realista. O valor da TAP está diretamente associado à sua posição dominante no aeroporto de Lisboa”, reage Pedro Castro, consultor em aviação comercial.
No prospecto legal da operação de subscrição de 400 milhões de euros em títulos, a TAP lembra que o AHD “está, agora, no pleno de sua capacidade”. Portanto, os direitos históricos que detém para ocupação de horários lhe dão uma grande vantagem. Nessa informação ao mercado, publicada em 30 de outubro, a TAP aponta que, em 2023, atingiu uma participação de 48% de passageiros em Lisboa.
“As restrições de slots e capacidade no aeroporto de Lisboa são um desafio conhecido, mas também proporcionam estabilidade ao mercado e nos permitem otimizar os fluxos de tráfego”, expõe a companhia aérea. “Essa otimização nos ajuda a reduzir nossa vulnerabilidade às flutuações do mercado”.
A saturação da Portela ajuda a TAP a resistir “à pressão das companhias low-cost”, que já não têm espaço para abrir mais conexões ponto a ponto. E a ajuda a se manter competitiva diante “do crescente número de itinerários” oferecidos por companhias com o mesmo tipo de operação, em “hubs pelo Atlântico, ou mais próximos de Lisboa”.
Pedro Castro diz que a saturação do AHD aumenta o valor da TAP, como o de Londres-Heathrow é um ativo da British Airways e o de Milão-Linate valoriza a ITA Airways. “É um valor intrínseco ao congestionamento dos aeroportos onde essas companhias operam”, considera esse especialista.
Ocorre que o contrário também é verdadeiro. “Se a capacidade aeroportuária, de repente, aumentar demais, e as outras companhias passarem a concorrer diretamente com a TAP, esse valor cairá drasticamente”, avisa Pedro Castro.
A substituição do aeroporto da Portela por um novo aeroporto de raiz, praticamente sem limite de capacidade, é um grande risco para a companhia portuguesa. “Com a solução de Alcochete, o governo está dizendo aos investidores que a TAP vale menos. A TAP deixa de ter sua posição dominante assegurada e passa a sofrer uma concorrência praticamente ilimitada”, alerta o consultor de aviação comercial.
A TAP já foi, portanto, superada em aeroportos onde a capacidade ainda não se transformou em gargalo para a concorrência. No Porto e em Faro, “reduziu drasticamente sua operação, por não conseguir combater com as companhias que puderam crescer ilimitadamente”.
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