Novembro 17, 2024
Três detidos. Violência se espalha na grande São Paulo após morte de homem baleado pela PSP
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Já durante a tarde de terça-feira, um ônibus da Carris havia sido roubado por um grupo de jovens, que exigiu que o motorista e os passageiros descessem. O veículo foi incendiado em seguida no Bairro do Zambujal, situação que levou até a um cerco policial para manutenção da ordem naquele local. Duas pessoas precisaram ser atendidas por inalação de fumaça. Horas depois um segundo ônibus pegou fogo, além de várias lixeiras e um veículo de passeio.


Segundo o porta-voz da PSP, os focos de desordem eram “mais especificamente na zona da Amadora e no concelho de Oeiras” e os focos de incêndio já foram controlados pelas autoridades.

“Há focos de desordem em várias áreas da Área Metropolitana de Lisboa”, disse uma fonte policial à mídia.

Sérgio Soares garantiu que vários meios policiais foram mobilizados para conter os “focos de desordem”. A segurança foi reforçada em toda a região metropolitana de São Paulo, principalmente em áreas urbanas sensíveis.

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No bairro da Portela, Carnaxide, houve disparos de tiros, alguns dos quais da parte da PSP, que usou balas de borracha, acabando por conseguir entrar no bairro. Já no município de Sintra, um objeto foi arremessado contra a delegacia da PSP de Casal de Cambra, sem causar danos.

Na Damaia houve desacatos em várias ruas, nomeadamente o arremesso de petardos e de pedras na via pública, bem como fogo posto em vários caixotes do lixo.

Além do policiamento no bairro do Zambujal, a PSP reforçou os meios em vários locais, concretamente nas denominadas Zonas Urbanas Sensíveis (Zus). Na Amadora, um agente foi apedrejado e duas viaturas policiais ficaram danificadas, bem como outras cinco viaturas, e vários caixotes do lixo foram incendiados.

“Um grupo tentou incendiar, sem sucesso, uma bomba de gasolina”disse a mesma fonte.

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A situação está “devidamente controlada” no local onde o segundo ônibus pegou fogo e não há registro de feridos. Quanto ao incêndio da segunda viatura da Carris na Portela de Carnaxide com os acontecimentos no Bairro do Zambujal, o responsável afirma que “tudo indica” que os eventos estão relacionados, mas reconhece que as autoridades ainda não o podem “dizer com segurança”.

Quanto ao detido no Bairro do Zambujal, o responsável da PSP revelou aos jornalistas que o indivíduo em questão “tinha consigo objetos que indicavam que ia cometer um crime”.

“Grupos provocativos”



O prefeito de Oeiras esteve reunido na última madrugada com a PSP e os bombeiros. Isaltino Morais visitou a área da Portela de Carnaxide e garantiu que as autoridades estão vigilantes e que não há motivo para preocupações.

“Houve um autocarro que terá sido desviado e incendiado (…) e terá havido um outro incêndio de outro carro no Bairro da Portela”confirmou Isaltino Morais, acrescentando estar “surpreendido” porque é um “bairro de pessoas pacatas e trabalhadoras”.

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“Não posso deixar de apelar a todos os moradores para que não se deixem envolver por grupos provocadores”, continuou. “São minorias que atuam” nos desacatos.

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A Câmara da Amadora também esteve reunida com bombeiros e autoridades policiais. Em nota, a prefeitura lamenta os desacatos, que colocam em risco a ordem pública e pede formas pacíficas de manifestação.

Odair Moniz



Odair Moniz, de 43 anos, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, na Amadora, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

Segundo a direção nacional da PSP, o homem pôs-se “em fuga” de carro depois de ver uma viatura policial na Avenida da República, na Amadora, e “entrou em despiste” na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes , “teria resistido à prisão e tentado agredi-los com emprego de arma branca”.

A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigem uma investigação “séria e isenta” para determinar “todas as responsabilidades”, considerando que está em jogo “uma cultura de impunidade” nas polícias. De acordo com os relatos recolhidos no bairro pelo Vida Justa, o que houve foram “dois tiros num trabalhador desarmado”.

Na segunda-feira, o Ministério da Administração Interna determinou à Inspeção-Geral da Administração Interna a abertura de um inquérito urgente e também a PSP anunciou a abertura de um inquérito interno para apurar as circunstâncias da ocorrência. O agente que baleou o homem foi entretanto constituído arguido, indicou fonte da Polícia Judiciária.

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c/ Lusa

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