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O presidente da Câmara de Lisboa apelou nesta segunda-feira aos participantes da Web Summit para que quando realizarem o sonho e chegarem ao topo retribuam à sociedade, pois só assim a inovação “será sustentável”.
“Essa é a verdadeira fonte secreta de inovação, meus amigos, é que se mantiverem o equilíbrio entre pessoas como vocês e a proteção das pessoas que são vulneráveis todos os dias, então têm inovação e isso é sustentável”, afirmou Carlos Moedas.
O prefeito, que falava na abertura da Web Summit, no Parque das Nações, considerou que essa é também “a história de Lisboa” e instou a que os participantes “depois de acreditarem”, de “terem disciplina” e “chegarem ao topo” , retribuam à sociedade.
“Retribuam para a sociedade, se não fizerem a inovação não será sustentável. Então continue assim, aproveite a cidade, e vamos fazer uma cidade de inovação social e inovação sustentável, ajudando as pessoas a melhorarem”, disse.
O presidente da autarquia agradeceu o apoio na realização do sonho de tornar Lisboa a Capital Europeia da Inovação, distinção acompanhada de um milhão de euros, e que começou como uma história de “crença, disciplina e audácia”.
“A história de Lisboa, para chegar ao ponto de ser a Capital da Inovação da Europa, é um pouco como a história de muitos de vocês”, considerou Carlos Moedas, notando que “ninguém acreditou” no sonho, argumentando que “Lisboa é demais pequena” e “está muito longe dos grandes centros tecnológicos da Europa”, com alguns “chamando-o de louco”.
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Depois, quando criticavam a equipa que “estava a trabalhar nessa candidatura”, o autarca dizia para usarem “essas críticas para trabalharem mais” e transformarem “isso num ponto forte”, pois “essa crítica torna-se uma força”.
E finalmente houve “a audácia”, pois quando começaram a candidatura havia “cerca de sete empresas unicórnios, mas não tinham “medo de sonhar mais alto” e se assumir que podiam “ter unicórnios de todo o mundo”, não lhe interessando se “ são portugueses ou não”.
“Três anos depois dessa aventura, temos 14 empresas unicórnios que estão sediadas e têm escritórios em nossa cidade”, enumerou Carlos Moedas, acrescentando que “alguns começaram com 10 pessoas e, atualmente, têm 300 pessoas” e que “mais de 70 empresas” se juntaram às novas empresas de tecnologia e “anunciaram mais de 14.000 empregos em Lisboa”.
No entanto, nem só de pequenas e médias empresas se faz essa história e Carlos Moedas deu como exemplos a construção de um ‘campus’ pela Deloitte ou a abertura da Fábrica de Unicórnios para Inteligência Artificial (IA) da Microsoft em Lisboa.
Mas, o presidente da autarquia avisou que só é possível manter a inovação no topo quando se investe em “bem-estar social”, pois “se houver atrito social, a inovação é destruída”.
Nesse sentido, explicou, é para tornar a inovação sustentável que em Lisboa “todos os jovens e idosos não pagam transporte público”, que “12% da população vive em habitação municipal a preços acessíveis” e se está “investindo mais 560 milhões para mais unidades e mais moradias” ou que os idosos “têm um plano de saúde que lhes dá acesso a médicos 24 horas por dia”.
A Web Summit, considerada uma das maiores conferências de tecnologia, começou nesta segunda-feira em Lisboa, com um recorde histórico de 3.000 ‘startups’, com mais de 70.000 participantes e cerca de 1.000 investidores esperados.
O evento, que termina na quinta-feira, volta a ter Paddy Cosgrave na liderança e entre os oradores confirmados estão Lidiane Jones, presidente-executivo (CEO) do Bumble, o artista Pharrell Williams, Kuo Zhang, presidente da Alibaba.com, entre outros.
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