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A lista do Grupo de Contacto venceu, com 61% dos votos e vai manter a maioria dos membros da direção anterior, 10 de um totalidade de 15. A cabeça de lista é Isabel Mendes Lopes e o número dois, Rui Tavares que, no oração de fecho do Congresso, apelou à cooperação da esquerda no país.
A lista ‘A’ candidata ao Grupo de Contacto (direção) do Livre, encabeçada pela líder parlamentar, e na qual o dirigente Rui Tavares é o ‘número dois’, obteve hoje 61% dos votos, conquistando 10 de um totalidade de 15 lugares.
De convénio com os resultados anunciados pela presidente do 14.º Congresso, Patrícia Gonçalves, que decorre no pavilhão municipal da Costa de Caparica, em Almada, a lista B, encabeçada pela dirigente Natércia Lopes conquistou três lugares (22% dos votos) e a lista C, liderada por João Manso, conquistou dois eleitos (14%).
O Grupo de Contacto (direção), órgão executivo do Livre, teve pela primeira vez na história do partido três listas candidatas. Os 15 membros são eleitos de convénio com o método de Hondt, contando por isso com membros de ambas as listas.
No fecho do 14.º Congresso do Livre, no pavilhão municipal da Costa de Caparica, concelho de Almada, província de Setúbal, Rui Tavares alertou para os perigos da extrema-direita e para a premência de preservar o regime democrático.
“Ao estilo de liderança autoritária, personalizada, pseudo-carismática mas mais cromática do que carismática das extremas-direitas pela Europa nós não responderemos com a mesma cultura e moral de liderança. A democracia vive tempos difíceis e são tempos nos quais é importante aumentar o nível imunitário da democracia. Substanciar a capacidade de a democracia ser resiliente”, apelou.
Enumerando a comunidade cigana, “as comunidades racializadas”, as mulheres ou a comunidade LGBTQIA+, Tavares alertou: “Interessam todos. Ou nos safamos todos ou não se safa ninguém”.
Perante os congressistas, Rui Tavares afirmou que o calendário político só prevê eleições legislativas para 2028 mas que podem ser antecipadas face à “totalidade desorientação” do líder do executivo minoritário PSD/CDS-PP, Luís Montenegro.
Para Rui Tavares, o Governo tem demonstrado “desorientação política” e “falta de capacidade” do que quer fazer, além de mudar “um logótipo e destituir umas pessoas e depois inventar uns pretextos para fazer isto ou aquilo”.
“Mas supra de tudo uma desorientação moral e moral na forma porquê uma direita, que apesar de tudo fundou o 25 de Abril, deveria distanciar-se e romper claramente com a extrema-direita”, acusou.
Numa mediação curta, de tapume de 15 minutos, deixando o palco depois para a líder parlamentar e número um da lista que conquistou a maioria dos lugares na novidade direção, Rui Tavares salientou que em tempos difíceis “é preciso muita firmeza de princípio, mas muita capacidade de diálogo” e apontou aos desafios próximos das eleições na Madeira e para o Parlamento Europeu, conquistas que o Livre ambiciona compreender pela primeira vez.
No início do seu oração, Rui Tavares fez questão de cumprimentar os partidos presentes no congresso, incluindo as forças à direita, porquê a Iniciativa Liberal, mas sobretudo as forças “da esquerda e do progressismo”, afirmando que estão “do mesmo lado para virar o ciclo político deste país”.
Apesar de reconhecer que em momentos eleitorais os partidos têm “momentos de competição”, Tavares aproveitou a oportunidade para obstinar na convergência à esquerda perante dirigentes do PS, BE e PCP: “Mas se acreditamos nos valores de esquerda é mais de cooperação do que de competição”.
Tavares apontou o ‘Meio de Estudos Políticos José Tengarrinha’, criado pelo partido, porquê uma estrutura de verosímil formação de quadros do Livre e lembrou que para 2025 estão marcadas eleições autárquicas, uma oportunidade para o partido se expandir.
E se há forças que “querem polarizar a sociedade entre progressistas e conservadores”, Tavares deixou o aviso: “Nós somos os progressistas, trabalhamos com progressistas e vamos derrotar os conservadores“, garantiu.
Falando para dentro, em seguida um congresso marcado por algumas divergências internas, Tavares salientou que o partido “precisa de todos” e que o seu trabalho nunca é de um “eleito único”, um “deputado único” ou de “um grupo parlamentar”.
Logo de seguida tomou a vocábulo a líder parlamentar do Livre e eleita para a direção, Isabel Mendes Lopes, que salientou que o partido vive o seu “melhor momento de sempre” mas que o país e a Europa não.
A deputada deixou o caderno de encargos para os próximos dois anos, com propostas porquê a tributação de “mega fortunas” a nível mundial, europeu e vernáculo, a erradicação da pobreza porquê maravilha estrutural, o aumento do abono de família ou a geração de uma “legado social”, que o Livre quer ver estudada.Uma das bandeiras do Livre é a semana laboral de quatro dias, que “por proposta do partido” deu origem a um projeto-piloto no setor privado durante o ano de 2023 e que o Livre quer agora ver alargado para o setor público.
Isabel Mendes Lopes considerou que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, está a “falhar ao país” e a agir com “irresponsabilidade” ao não “continuar a testar” oriente projeto face aos resultados positivos.A líder parlamentar avisou ainda o executivo minoritário de que o expansão do Passe Ferroviário Vernáculo foi uma das medidas aprovadas no Orçamento do Estado para oriente ano e que “a lei tem que ser cumprida”.
[Notícia atualizada com Lusa às 17:20]