Depois do primeiro-ministro em gestão, António Costa, também o primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, foi encontrar-se com a presidente da Percentagem Europeia, Ursula von der Leyen, para salvar o espectro da instabilidade, substanciar a mensagem de tranquilidade e normalidade da transição do poder, e prometer que Portugal continue a assumir as suas responsabilidades no quadro da União Europeia.
“Não há nenhuma razão para colocar em justificação a firmeza do país e a firmeza de uma solução de governo, que embora não disponha de maioria absoluta na Plenário da República, apresenta a crédito dos deputados”, afirmou, em declarações aos jornalistas na sede da Percentagem Europeia, depois uma curta reunião com o líder do executivo comunitário, que já conhece muito as reuniões do Partido Popular Europeu, a família política a que ambos pertencem.
No final do encontro, Luís Montenegro disse que foi uma “ocasião para explicar o contexto em que foi indigitado primeiro-ministro”, e insistiu que tem todas as condições políticas para assumir funções e dar início a um procuração que conta levar até ao termo, por crer no “sentimento de responsabilidade de todos os políticos, incluindo aqueles que estão hoje na oposição”.
“Não há nenhuma razão, nem interno nem extrínseco, para se duvidar da capacidade de um governo seguro, que cumpra com responsabilidade todos os seus compromissos com os eleitores portugueses, aqueles que fizeram uma escolha de mudança no dia 10 de Março, e também com as instituições internacionais, à cabeça das quais está a União Europeia”, repetiu, sem nunca se referir à votação obtida pelo Chega e à incerteza do seu esteio à proposta de Orçamento do Estado.
Uma mensagem de firmeza semelhante à que António Costa foi transmitida a Von der Leyen na véspera, e que segundo o próximo primeiro-ministro, está perfeitamente apreendida. “O presidente da Percentagem conhece muito muito a veras política portuguesa, e estou em crer que não andarei longe daquilo que é o seu pensamento se disser que há uma grande esperança e uma expectativa muito positiva relativamente àquilo que será o desempenho governativo de Portugal nos próximos anos — do ponto de vista da firmeza, do ponto de vista das condições de realização do programa do governo e também do ponto de vista da participação no processo de construção europeia”, revelou.
Numa mensagem publicada na rede social X (vetusto Twitter), Ursula von der Leyen, deu os parabéns a Montenegro pela sua indigitação, e desejou-lhe “muito sucesso porquê primeiro-ministro de Portugal”. “Vivemos um momento crucial para a Europa, e estou ansioso para estrear a trabalhar consigo”, escreveu.
Da Percentagem, Luís Montenegro sofreu para a cimeira do PPE que desta vez se fez no hotel Sofitel, onde costumam permanecer alojados os membros do Governo de Portugal quando chegam a Bruxelas. À chegada, encontrou António Costa, que fez um meandro no seu trajecto para uma troca de cumprimentos. Os dois primeiros-ministros, em gestão e indigitados, já tinham falado pelo telefone, depois de Montenegro deixar o Palácio de Belém, mas fizeram questão de se juntar para uma breve conversa — longe dos olhares dos jornalistas, que só vislumbraram a simbólica passagem de testemunho da liderança do Governo.
À ingressão para a sua última reunião do Juízo Europeu, António Costa desejou “os maiores sucessos” a Luís Montenegro, e as “maiores felicidades” ao novo Governo de Portugal, que “têm todas as condições” para fazer boa figura na Europa. “Somos um dos países da UE que felizmente está a crescer mais, temos o trabalho em máximos históricos, conseguimos trespassar do pódio dos mais individualizados e temos um orçamento equilibrado que já produziu um saldo positivo em 2019 e 2023”, assinalou.
O ainda primeiro-ministro sabe que “o novo Governo seguirá certamente políticas diferentes” das suas, mas entende que não há “nenhuma razão para antecipar qualquer risco [para a credibilidade do país]desde que as coisas sejam muito geridas, obviamente”, tendo em conta.
Luís Montenegro aterrou em Bruxelas pouco mais de nove horas depois de ser formalmente indigitado pelo Presidente da República: o presidente do PSD e líder da AD, que venceu as eleições legislativas de 10 de Março, prometeu apresentar o seu governo na próxima semana.
O elenco do próximo executivo até poderá já estar na cabeça do primeiro-ministro indigitado, mas segundo perímetro aos correspondentes de Bruxelas, as “diligências” para a formação do governo ainda não surgiram. “Ainda não começámos a fazer esses contactos”, revelou, com o eurodeputado e vice-presidente do PSD, Paulo Rangel, ao seu lado.
“Sobre a questão da formação do Governo, tenho de vos remeter para a próxima semana, quando apresentar as minhas decisões sobre a escolha de pessoas, e todo o enquadramento político associado ao governo, ao Presidente da República”, respondeu, para pôr termo às perguntas dos jornalistas.
A resposta foi semelhante quando questionado sobre a formação da lista com que AD vai concorrer às eleições europeias. “Sou muito franco, só vou tratar disso a partir da profundeza em que apresenta o Governo ao Presidente da República. É o nosso que estou concentrado. As candidaturas[paraaseleiçõeseuropeias[têmdeserapresentadasaté29deAbrileportantohátempo”justificaramprometendoqueacoligaçãodecentro-direita“apresentaráaopaísumalistacompessoascapazesedecréditosfirmadosqueagregarãoospartidosetambémquevenhamdasociedadeparaenriqueceranossacapacidadedefazerumbomtrabalho”[paraaseleiçõeseuropeias[têmdeserapresentadasaté29deAbrileportantohátempo”justificouprometendoqueacoligaçãodecentro-direita“apresentaráaopaísumalistacompessoascapazesedecréditosfirmadosqueagreguemospartidosetambémquevenhamdasociedadeparaenriqueceranossacapacidadedefazerumbomtrabalho”
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