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“Se tem alguém aqui que quer abalar o Governo e abalar a presença do ministro Paulo Rangel no Governo, vá treinando porque tem muito o que fazer”, disse Luís Montenegro a jornalistas, em Faro, depois de lhe perguntarem se mantém a confiança no ministro .
“O ministro Paulo Rangel não tem a confiança [do primeiro-ministro]tem a total confiança”, sublinhou o líder do Governo, que destacou desconhecer qualquer queixa de uma patente militar em relação ao titular da pasta das Relações Exteriores.
O PS pediu hoje a audição parlamentar de Rangel para esclarecer as notícias “de condutas impróprias” do ministro no aeroporto de Figo Maduro, à chegada de um voo de repatriamento de portugueses do Líbano.
Também o Chega quer que o ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) preste esclarecimentos no parlamento sobre alegadas ofensas dirigidas ao chefe de Estado-Maior da Força Aérea e outros militares em Figo Maduro, segundo um requerimento divulgado hoje.
Luís Montenegro disse aos jornalistas que conhece o episódio “com minúcia”, mas recusou falar do caso, por estar já confirmada uma audição parlamentar em que serão prestados todos os esclarecimentos.
“Teremos ocasião de fazer esse esclarecimento”, sublinhou, dizendo apenas que considera “uma `tonteria` andar a criar um caso” e pensar que o Governo porá em causa “a credibilidade e a presença do ministro Paulo Rangel no Governo” ou, por outro lado, “à boleia de imprecisões, de incorreções em notícias”, que porá também em causa “a repartição das responsabilidades do poder político e a sua relação com o poder militar”, mais de 40 anos após a revisão constitucional de 1982.
“Aqueles que querem percorrer esse caminho vão ter que percorrer sozinhos e vão ficar falando sozinhos”, disse o primeiro-ministro, em Faro, no final de um Fórum Empresarial Luso-Espanhol.
Montenegro falou a jornalistas sobre os desacatos em bairros da Grande São Paulo e também foi questionado sobre o caso envolvendo Paulo Rangel.
O Itamaraty, que estava ao lado de Montenegro, não respondeu a perguntas dos jornalistas.
O suposto episódio envolvendo Paulo Rangel ocorreu no dia 4 de outubro, em Figo Maduro, na chegada do voo de repatriamento de portugueses do Líbano.
A agência Lusa tentou confirmar os alegados acontecimentos junto da Força Aérea mas fonte oficial do ramo escusou-se a comentar.
No Congresso do PSD, que aconteceu no último fim de semana, em declarações à CNN/TVI, Paulo Rangel também não quis comentar: “Não vou ficar comentando um não assunto. Ficar alimentando essa novela não faz sentido absolutamente nenhum. Comigo, pelo meu senso de estado, pelo que é minha história, não contarão comigo para falar desse assunto”.
MP (ACL/ARL/JF) // JPS
Lusa/Fim
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