“A semana é para fazer promoção a tudo o que é português, vinho, comida, cultura e música”, disse à Lusa a responsável, filha de emigrantes transmontanos.
“Queria fabricar esta semana para festejar sermos portugueses, já que estamos perto do Dia de Portugal”, acrescentou.
A iniciativa inclui hoje um jantar com Cristina Videira Lopes, professora na Universidade da Califórnia em Irvine e produtora de vinho na Quinta das Queimas.
Durante o dia de hoje, os vinhos portugueses participam no Vintage Hollywood 2024 e no domingo haverá um almoço vínico com fados de Mariana Arroja no salão português de Artesia. Há também ofertas no restaurante Barra Santos e eventos que juntam vinho e atividades típicas de LA, porquê um “Sip and Sail” (tomar e velejar) em Marina Del Rey.
“Cresci em Newark, Novidade Jersey, e lá, durante os primeiros dias de junho, tínhamos muitas festas para o Dia de Portugal, mas cá realmente não se vê”, explicou Sandra Gomes Rocha, que nasceu na Venezuela e fala português de forma fluente.
“Portanto queria fazer uma sarau durante a semana e dar mais destaque aos vinhos portugueses, que estão a marchar muito cá no mercado, e tentar capitalizar no interesse do povo de Los Angeles que está a gostar muito de Portugal”.
Executiva de marketing na Disney, a importação de vinho português é um projeto pessoal que teve um grande prolongamento nos últimos três anos.
“Há muita gente que está a viajar para Portugal e quando voltam não veem muitos produtos da cultura portuguesa cá”, referiu.
A sua intenção é contribuir para que os consumidores saibam que há produtos disponíveis e que o vinho português “vale a pena ter à mesa”.
A importadora explicou que, no início, era difícil convencer as garrafeiras a fazerem provas. Agora, a situação é inversa: “não só aceitam porquê também estão a pedir vinhos específicos”, incluindo por região, devido ao volume de clientes que os procuram.
A Diniz Cellars importou tapume de 12 milénio litros no ano pretérito, trabalhando exclusivamente com pequenos produtores e negócios familiares. “Não representamos essas companhias grandes e antigas, é mais o novo produtor, gente que é jovem”, referiu. “Estamos dedicados a simbolizar a novidade geração de produtores e enólogos em Portugal”.
O foco está em vinho virente do Douro, Alentejo e Dão com o objetivo de iniciar a importar também vermute, ginja e gim. Estão disponíveis em mais de 30 garrafeiras e restaurantes, de Los Angeles a Palm Springs e San Clemente. O cliente típico é americano, jovem, que gosta de viajar.
“Há uma grande oportunidade para os vinhos portugueses cá em Los Angeles”, realçou a luso-americana, que se mudou de Newark para a Califórnia para trabalhar em Hollywood há uma dezena.
“Não é só que agora as pessoas sabem onde está Portugal no planta, porque há cinco anos não sabiam (…). Agora não só conhecem, mas também reconhecem a qualidade do vinho português, principalmente a confrontar com vinhos da Califórnia”, disse.
Quando abriu a atividade, Sandra Gomes Rocha pensou que iria servir sobretudo a comunidade portuguesa, já que havia pouca oferta no mercado. No entanto, não foi isso que aconteceu.
“O português entende que o vinho virente é um vinho barato, fresco, que talvez não tenha muito reconhecimento” e “o consumidor português cá na Califórnia ainda não aceita o preço dos vinhos portugueses nos Estados Unidos, porque há esse pensamento que é barato”, referiu.
Uma garrafa de suplente de subida qualidade do Alentejo pode custar 50 dólares. É alguma coisa que, para o consumidor americano, oferece uma melhor relação qualidade-preço que os vinhos de outras regiões. “Há muito mais interesse, porque temos um resultado que é de qualidade sem gastar muito moeda”.
A inflação e as greves de 2023 em Hollywood tornaram o ano pretérito difícil, levando a Diniz Cellars a crescer unicamente 5% depois de ter subido mais de 50% no homólogo. Em 2024, a previsão é que as vendas cresçam 10% e permitam expandir o negócio.