Ao longo da última dez, Doja Cat tem investido numa imagem difícil de desmistificar, ora namorando fortemente com a cultura pop – são memoráveis as suas participações na fogueira das vaidades a que se convencionou invocar Met Gala –, ora cultivando controvérsias online, dando rédea solta a uma persona que não pede desculpas por subsistir. Naquela que foi a sua estreia em solo pátrio, a artista norte-americana subiu ao palco Mundo no último dia da edição de 20 anos do Rock in Rio Lisboa, agora de pedra e cal no Parque Tejo, para dar uma verdadeira prelecção de sofisticação e simplicidade. Ignorando alguns dos seus maiores sucessos, casos de ‘Woman’, ‘Kiss Me More’ ou ‘You Right’, todas canções incluídas em “Planet Her”, de 2021, álbum renegado pela própria, que assume tê-lo gravado unicamente para fazer moeda, centrou todos os seus esforços em “Scarlet”, disco do ano pretérito que reviu e expandiu levante ano em “Scarlet 2 Claude”.
