Março 20, 2025
Mais de 300 mortos em cheias repentinas no Afeganistão – Observador

Mais de 300 mortos em cheias repentinas no Afeganistão – Observador

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Os números das vítimas têm vindo a ser atualizado. Estão já contabilizadas 300 mortes devido às inundações repentinas na província de Baghlan, no setentrião do Afeganistão, informou levante sábado a ONU, numa fundura em que decorrem trabalhos de resgate.

O estado de emergência foi pronunciado nas regiões onde rios de limo subitamente “engoliram” milhares de casas e hectares de culturas, anunciou o Ministério da Resguardo afegão.

“Mais de 100 pessoas morreram no província de Baghalan Jadid” em Baghlan e “100 pessoas foram mortas” no de Burqa, disse à AFP um responsável da Organização Internacional para as Migrações (OIM), estimando mais de 2.000 casas destruídas.

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A OIM acrescentou que foram registadas várias mortes em outros seis distritos de Baghlan, com base em números fornecidos pela Mando Vernáculo de Gestão de Desastres (ANDMA).

As autoridades provinciais tinham avançado 62 mortos desde sexta-feira, mas alertaram que “provavelmente aumentaria”.

As inundações desta primavera anormalmente chuvosa afetaram também outras províncias do Afeganistão, um dos países mais vulneráveis às alterações climáticas no mundo, mas também um dos mais mal preparados para as suas consequências, segundo os cientistas.

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O porta-voz do Governo, Zabihullah Mujahid, disse à AFP que havia “dezenas de mortes” em várias províncias do país, um dos mais pobres do mundo.

O Ministério da Resguardo indicou levante sábado que “foram iniciadas operações de distribuição de mantimentos, medicamentos e ‘kits’ de primeiros socorros às vítimas”.

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“A Força Aérea começou a retirar os residentes à medida que o tempo melhorou” e transferiu mais de uma centena de feridos para hospitais, acrescentou.

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Jan Mohammad Din Mohammad, residente de Pol-e Khomri, capital de Baghlan, disse à AFP que a moradia que construiu com as próprias mãos foi completamente destruída.

“Vi a minha família a decorrer em direção aos morros. A minha moradia e toda a minha vida foram-me tiradas. Foi inimaginável”, lamentou.

Adicionalmente, as autoridades de gestão de desastres na província de Takhar, vizinha de Baghlan, relataram 20 mortes e 14 feridos na sexta-feira.

“Além das perdas humanas, estas inundações causaram perdas financeiras gigantescas”, disse à AFP um funcionário daquele departamento.

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A enviada americana para o Afeganistão, Rina Amiri, escreveu nas redes sociais: “o meu coração está com as vítimas das inundações no Afeganistão, que ceifaram muitas vidas humanas e causaram danos significativos”.

A responsável pediu ao Governo dos talibãs “que enfrente a devastação causada pelas mudanças climáticas” no país já devastado por quatro décadas de guerra.

Desde meados de abril, as cheias e inundações já causaram murado de uma centena de mortes em dez províncias do país e nenhuma região foi poupada.

Também destruíram centenas de casas e submergiram muitas terras agrícolas num país onde 80% dos mais de 40 milhões de habitantes dependem da cultura para a sua sobrevivência.

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O Afeganistão viveu um inverno muito sedento, dificultando a sucção da chuva pelo solo.

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